Os trabalhadores da fábrica da Panrico em Mem Martins, Sintra, decidiram hoje em plenário convocar uma manifestação para dia 29 de Junho em frente à unidade fabril, para exigir a reposição do pagamento dos valores pelo trabalho aos feriados.
Segundo Tiago Cardoso, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), o protesto também se insurge contra os «processos disciplinares e condutas de assédio moral».
O sindicalista revela que no plenário participaram «cerca de 58 trabalhadores» dos 125 que a Panrico emprega na área fabril, e que a luta se prolonga desde «há três anos», quando o trabalho ao feriado deixou de ser pago a 200% e passou a ser remunerado a 50%.
O sindicalista revelou que o SINTAB fez um pré-aviso de greve para todos os dias feriados do ano e lamentou que de uma reunião no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não tenha saído «rigorosamente nada».
«A empresa tem uma autorização de laboração contínua, que é aquilo a que eles se agarram, mas o facto é que a autorização é de 1992 e, até 2012, quando houve a suspensão do Governo, o trabalho no feriado foi sempre pago a 200%», sustenta Tiago Cardoso.
Os trabalhadores reclamam que a empresa volte a cumprir o contrato colectivo de trabalho assinado entre o SINTAB e a associação patronal Ancipa, da qual a Panrico faz parte.
O dirigente do SINTAB esclareceu que a empresa labora em três turnos diários e que a adesão à greve ao trabalho nos feriados tem sido elevada, tendo já sido comunicado à Autoridade para as Condições do Trabalho a substituição dos funcionários que fazem greve.
A empresa possui duas fábricas em Portugal, entre as quais a unidade na zona industrial de São Carlos, em Mem Martins, e sete em Espanha, produzindo pão e bolos das marcas Donuts e Bollycao.
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