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Médicos justificam greve com defesa dos utentes

Os vários sindicatos, promotores da greve de 8, 9 e 10 de Maio, lançaram uma nota aos utentes a explicar que esta é contra a degradação do SNS e a falta de pessoal, que levam a longas horas de espera.

Créditos / Pixabay

Os sindicatos que convocaram a greve dos médicos, que começa esta terça-feira, publicaram hoje na imprensa uma mensagem aos utentes, onde sublinham que o Governo gasta 120 milhões com serviços de empresas de trabalho temporário.

«Um dos argumentos do Ministério da Saúde é que não há dinheiro para implementar as medidas propostas pelos sindicatos. No entanto, (…) gasta 120 milhões de euros com serviços de empresas de trabalho médico temporário, em vez de abrir concursos atempados para a contratação dos médicos especialistas necessários para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)», lê-se na nota dirigida aos utentes.

Os sindicatos explicam que convocaram a greve «face à degradação do SNS e das condições de trabalho dos médicos», e lembram que a paralisação surge «após dois anos de tentativas de negociação com o Ministério da Saúde».

«Com a falta de médicos e de serviços, os doentes esperam horas sem fim para serem atendidos, são adiadas consultas e cirurgias, as maternidades funcionam próximas da rotura, assim como a maior parte dos serviços», sublinham.

A greve, que decorre entre terça e quinta-feira, foi convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Solução para sobrecarga  horária é exigida

Entre outras reivindicações estão a revisão das carreiras médicas e respectivas grelhas salariais, a redução do trabalho suplementar anual, o limite de 12 horas de trabalho semanal em serviço de urgência e o reajustamento das listas de utentes dos médicos de família, de 1900 para 1550 utentes.

Os sindicatos frisam ainda que «os médicos sem formação são médicos indiferenciados e sem especialidade médica, o que compromete a qualidade do SNS».

«Para termos médicos qualificados nos serviços é preciso descongelar as carreiras. Só com mais médicos qualificados é possível formar médicos mais novos. Estes médicos mais novos precisam de ter acesso a vagas no internato médico, para não os deixar sem formação», recordam.

O descongelamento da progressão da carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma, são outros dos motivos apontados.


Com agência Lusa

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