O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN) informa num comunicado enviado às redacções que, após os plenários de 16, 17 e 18 de Agosto, os trabalhadores da Sumol+Compal determinaram «uma concentração à porta da empresa, em luta contra a administração, que desrespeita o aumento do salário mínimo nacional e que não negoceia com o sindicato o caderno reivindicativo apoiado pelos trabalhadores».
Esta concentração ficou marcada para terça-feira da próxima semana, pelas 15h, e contará com a presença do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, segundo o sindicato.
Em declarações à Lusa, Rui Matias, dirigente do Sintab, disse que, após os plenários da semana passada, «foi entregue à empresa, ao Ministério do Trabalho e aos trabalhadores um pré-aviso de greve» para o mesmo dia da concentração em Pombal, que terá início às 0h do dia 29 de Agosto e termina às 8h do dia 30 de Agosto.
Questionado sobre quantos trabalhadores estão abrangidos pelo incumprimento do salário mínimo na Sumol+Compal, o sindicalista afirmou que tem «mais de 10 casos identificados» e prevê que haja «várias dezenas de trabalhadores nesta situação».
«Descobrimos que a empresa, nas unidades de Pombal e de Leiria, pratica salários abaixo do salário mínimo nacional e que pratica valores de 545 euros e de 551 euros», afirmou Rui Matias, explicando que a Sumol+Compal tem «uma engenharia financeira» para «justificar e uma ilegalidade».
O dirigente sindical acusa a empresa de «camuflar esta situação de forma ilegal com um suposto subsídio que paga aos trabalhadores» e de considerar que o salário e o subsídio juntos superam o valor do salário mínimo.
«Já denunciámos esta situação junto da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] e enviámos os recibos dos trabalhadores que comprovam que em Maio, Junho e Julho houve trabalhadores a receber 551 euros», abaixo dos 587 actualmente estabelecidos para a remuneração mínima, acrescentou.
Rui Matias contou ainda que outro dos motivos na origem do protesto é «a falta de diálogo que a empresa revela», já que não tem estado disponível para negociar o caderno reivindicativo do sindicato, cujas exigências incluem aspectos como «o fardamento, os aumentos salariais e as categorias profissionais».
Com agência Lusa
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