|despedimento colectivo

Trabalhadores da CTR não abandonam colegas despedidos

Em Maio, mais de 60 trabalhadores foram despedidos pela CTR, em Samora Correia, após a aquisição pelo Grupo Hayco. A empresa recusa-se a justificar a decisão, desdizendo a garantia de que ninguém teria de sair.

SITE CSRA 
Créditos / SITE CSRA

Numa reunião realizada a 12 de Janeiro, solicitada pelos representantes dos trabalhadores após tomarem conhecimento da venda da CTR (Consultoria, Técnica e Representações, Lda.) ao Grupo Hayco, ficou assegurado «que não estavam previstas medidas, como a redução do número de trabalhadores». Palavras leva-as o vento, o patrão fará o que ao patrão melhor servir: em Maio, mais de 60 trabalhadores foram despedidos.

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A acção dos trabalhadores da CTR dá frutos

Em Outubro e Novembro, a maioria dos trabalhadores obteve um aumento extraordinário de 35 euros, o subsídio de refeição subiu para 8,32 euros, e foi-lhes atribuído um subsídio de combustível e um prémio extra.

CTR Group, em Samora Correia 
Créditos / CTR

A Comissão Sindical da multinacional CTR (Consultoria, Técnica e Representações, Lda), com instalações em Samora Correia, considera que, para a obtenção destes resultados, foi determinante a organização e a participação dos trabalhadores na defesa dos seus interesses.

Na CTR não existiam organizações representativas de trabalhadores. Entretanto, este ano, os trabalhadores, organizados no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA/CGTP-IN), constituíram uma Comissão Sindical e realizaram plenários para aprovar um conjunto de reivindicações, nomeadamente, o «aumento salarial, direito a férias, fim da precariedade e respeito pelas regras de Segurança e Saúde no Trabalho».

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Copam: os trabalhadores é que decidem quando acabam as negociações

Graças à união e luta organizada dos trabalhadores, foi possível uniformizar os salários dentro da mesma categoria, o que permitiu, em alguns casos, actualizar alguns salários base em 235 euros.

Fábrica da COPAM, em São João da Talha 
Créditos / CGTP-IN

São os trabalhadores quem decide quando começam, e acabam, as negociações. Foi isso mesmo que os trabalhadores da Copam (Companhia Portuguesa de Amidos) demonstraram com a greve de 26 e 27 de Maio, que forçou a empresa a «mudar a sua posição inicial, em que dizia que as matérias reivindicadas pelos trabalhadores já estavam fechadas para o ano de 2022».

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CGTP-IN: Manifestação a 7 de Julho por uma vida digna

A Inter anunciou hoje a realização de uma manifestação nacional em Lisboa, a 7 de Julho, após mais de um mês de luta pelo desagravamento das condições de vida, pelo aumento dos salários e das pensões.

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

A manifestação, que decorrerá entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República, conclui a Acção de Luta Nacional, que decorre desde 27 de Março, sob o lema «Pelo aumento dos salários e pensões! Contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos».

Nesse dia, em que foi votado o Orçamento do Estado para 2022, a Intersindical realizou uma concentração na Assembleia da República, dando assim início a uma acção nacional que se desenvolve ao longo do mês de Junho, com concentrações, desfiles e manifestações, plenários e greves em vários sectores em empresas.

A Docapesca, a Transtejo, a Soflusa, a CP e os CTT são algumas das empresas com acções de luta marcadas. Hoje, estão em greve os trabalhadores da Worten da Azambuja, da Eurest, concretamente das cantinas das escolas do primeiro ciclo, e da PREH. Também hoje, os trabalhadores da CP arrancaram com uma greve ao trabalho extraordinário, em dia de descanso e a partir da oitava hora. 

Face ao brutal aumento dos preços de bens e serviços, a central sindical exige medidas imediatas para a reposição do poder de compra. Numa conferência de imprensa ao final desta manhã, onde anunciou a manifestação nacional de 7 de Julho, Isabel Camarinha evidenciou a necessidade de se adoptarem medidas capazes de travar a especulação que impulsiona muitas das subidas dos preços, exigindo o aumento do poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas.

A dirigente salientou que o momento que atravessamos, ainda sob os efeitos da pandemia e de «todo o aproveitamento» por parte dos grandes grupos económicos, mas também da guerra e das sanções, leva a um agravamento das desigualdades no nosso país, «fruto de décadas de políticas que levaram a este modelo de baixos salários, precariedade, horários longos e desregulados», e de desinvestimento nas funções sociais do Estado e na produção nacional. E que, acrescentou Isabel Camarinha, afecta «de forma violenta os trabalhadores, os reformados e as camadas mais desfavorecidas da população».

Opções do Governo aquém dos interesses dos trabalhadores

Para a CGTP-IN, o aumento dos salários e das pensões é uma «emergência nacional», tal como a reposição de direitos laborais, matéria em que o Governo do PS mantém a opção de não dar resposta. Esta quinta-feira, foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que integra as alterações à legislação laboral identificadas na chamada Agenda do Trabalho Digno, em consonância, muitas delas, com o que foram as reivindicações dos patrões.

Neste sentido, o Executivo de António Costa adia para o acordo de rendimentos, que se prevê finalizado em Outubro, o reforço do pagamento suplementar a partir da 120 horas anuais, optando por manter a caducidade da contratação colectiva, agravada em 2019 pela pela mão de PS, PSD e CDS-PP, através da possibilidade de uma associação patronal poder deliberar a sua extinção e assim desvincular as empresas do contrato colectivo e dos direitos aí contidos.

O Governo escuda-se na arbitragem que pode ser requerida pelas partes, sendo que este passo é posterior ao da caducidade e só joga a favor dos patrões. Ao AbrilAbril, Ana Pires, da Comissão Executiva da CGTP-IN, lamenta que matérias como a redução do horário de trabalho e o fim dos vínculos precários não constem do documento que será apreciado pela Assembleia da República, onde se propõe que a renovação dos contratos de trabalho temporário não vá além das quatro renovações.

Entre as medidas paliativas apresentadas pelo Governo, que tornam evidente a falta de vontade em erradicar a precariedade, está a do impedimento «temporário» das empresas recorrerem a outsourcing após um despedimento colectivo ou por extinção do posto de trabalho. A esta junta-se, por exemplo, «prever a introdução de um requisito de uma percentagem dos trabalhadores das empresas de trabalho temporário terem vínculos mais estáveis».

Igualmente negativo, no entender de Ana Pires, é o facto de a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) deixar de poder suspender despedimentos com indícios de ilicitude, ficando reservada ao papel de notificar o empregador «para regularizar a situação ou, na sua falta, participar os factos aos serviços do Ministério Público». 

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A greve de 48h parou completamente a produção da fábrica, demonstrando a união dos trabalhadores em torno das suas reivindicações. A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, e o coordenador da Fiequimetal, Rogério Silva, estiveram presentes na concentração, ressalvando a «importância da luta dos trabalhadores para conseguir a melhoria das condições de vida e de trabalho».

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA/CGTP-IN) saudou a coragem demonstrada pelos trabalhadores, forçando a empresa a «vir ao encontro das suas justas reivindicações».

Foi possível, graças à luta levada a cabo pelos trabalhadores e pelo seu sindicato, o SITE-CSRA, garantir a «uniformização dos salários dentro da mesma categoria profissional, a alteração das escalas de turno de forma a permitir uma melhor conciliação da vida profissional com a vida pessoal e familiar e a actualização do subsídio e complemento de refeição».

Os trabalhadores reuniram em plenário no passado dia 15 de Junho, considerando positivos os resultados alcançados. Embora algumas das reivindicações tenham ficado sem resposta, foi decidido, em conjunto, continuar a insistir com a empresa, para que esta continue a negociar as matérias em falta, «tendo, nesse sentido, sido enviado um pedido de reunião à Copam».

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O SITE-CSRA, apesar de valorizar as recentes melhorias pecuniárias, conseguidas depois de várias reuniões com a administração, sublinha que muitos trabalhadores não receberam o aumento salarial extraordinário e os valores do prémio não foram pagos a todos de forma igual.

Os trabalhadores da CTR realizaram recentemente plenários, onde decidiram avançar com o seu caderno reivindicativo para 2023, pôr fim às discriminações, melhorar as suas condições de vida e de trabalho e garantir mais postos de trabalho efectivos.

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Os trabalhadores não se deixaram abalar. Em reunião plenária, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA/CGTP-IN) a força laboral da CTR manteve «as suas reivindicações e reafirmaram a vontade de continuarem a luta pela manutenção dos postos de trabalho, pela reintegração, a curto prazo, dos que foram despedidos, pela melhoria salarial e pelo cumprimento do direito a férias».

A empresa tem tentado «impor, a alguns trabalhadores, o gozo de férias na última semana de Junho, fora do período acordado e em desrespeito pela Lei», refere o sindicato, em comunicado enviado ao AbrilAbril. Certo é que, sem a resolução do problema por via do diálogo, os trabalhadores e o sindicato «não hesitarão em recorrer às entidades competentes para defender a legalidade e os direitos».

Não seria a primeira vez que se alcançam importantes conquistas na empresa: recentemente foi feito o anúncio de um aumento de 50 euros para todos os operários, incluindo a subida do subsídio de refeição para 9,60 euros. Fica a certeza, a hora, na CTR, é de luta.

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