Cerca de uma centena de trabalhadores e dirigentes da grande distribuição marcaram presença hoje num protesto realizado, em Lisboa, junto ao Ministério do Trabalho, no âmbito da primeira reunião sob tutela entre representantes das empresas e dos trabalhadores.
Em causa está o impasse nas negociações do contrato colectivo de trabalho para 100 mil trabalhadores do sector, que decorrem há mais de um ano, marcadas por várias greves, de que são exemplo as que ocorreram durante o Natal.
Os trabalhadores, representados pelo Sindicato do Comércio (CESP/CGTP-IN), exigem aumentos salariais, o fim da tabela B, que prevê menos 40 euros de salário em todos os distritos excepto Lisboa, Porto e Setúbal, e a progressão automática dos operadores de armazém até ao nível de especializado.
Ao AbrilAbril, Isabel Camarinha, dirigente do CESP, afirmou que desta reunião não resultou qualquer avanço e aponta o dedo às insistências patronais para contrapartidas, «inaceitáveis» para quem já recebe «salários de miséria».
Sendo assim, os trabalhadores rejeitam a redução do valor pago pelo trabalho suplementar, do valor em feriados e a desregulação dos horários de trabalho, sobrecarregando trabalhadores com a implementação do banco de horas.
Contestação vai aumentar
Segundo Isabel Camarinha, em resposta às posições intransigentes das empresas e da associação patronal, os trabalhadores da grande distribuição vão prosseguir e intensificar os protestos nos locais de trabalho durante 15 dias.
Entre 1 e 15 de Fevereiro de 2018, serão realizadas várias acções de denúncia à porta de vários locais de trabalho, demonstrando situações concretas de irregularidades, para além dos plenários de trabalhadores.
Para esta semana, estão previstas as seguintes acções de denúncia: dia 7, às 11h no Continente/Modelo de Mira Maia; dia 8, às 11h no El Corte Inglês de Vila Nova de Gaia; às 15h na Fnac de Santa Catarina; dia 10, no El Corte Inglês de Lisboa. No dia 9, haverá plenário nas instalações da Jerónimo Martins de Algoz e da Azambuja.
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