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Trabalhadores da Izidoro querem 910 euros de salário mínimo na empresa

A greve desta sexta-feira, na Izidoro, reflecte a total indisponibilidade da empresa em negociar o contrato colectivo no sector das carnes e permitir que os trabalhadores gozem o feriado do Carnaval.

Trabalhadores da Izidoro (Grupo Montalva) protestam em frente à empresa durante uma greve. Montijo, 26 de Abril de 2024 
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Os trabalhadores da Izidoro, empresa de produção de carnes do Grupo Montalva, paralisaram, uma vez mais, a produção no dia de hoje, 26 de Abril, em protesto contra a total ausência de medidas para valorizar o seu papel. A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC/CGTP-IN).

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Izidoro: é Carnaval e os trabalhadores levaram a mal

Em defesa do «gozo da terça-feira de Carnaval», os trabalhadores do grupo Montalva (Izidoro), nas unidades do Montijo e Milharado, estão hoje a realizar um dia de greve, com concentração entre as 10h e as 12h.

Créditos / distribuicaohoje.com

A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), organização patronal, fez caducar o Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) da indústria em 2016. Desde essa data, os patrões têm recusado negociar com os sindicatos, lamenta o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC/CGTP-IN).

Em Janeiro de 2018, chegou mesmo a fazer endereçar, ao Ministério do Trabalho, um requerimento para dar início a ao necessário processo de arbitragem. Para gáudio dos patrões, cinco anos depois, ainda não foi proferida a decisão que deveria ter sido emitida num prazo de 60 dias.

Nas unidades do grupo Montalva, que inclui as marcas Izidoro e Damatta, insiste-se, graças à ausência do CCT na retirada de direitos importantes dos trabalhadores como o feriado de terça feira de Carnaval. «Continua-se a praticar o mesmo subsídio de alimentação desde 2009, não existem respostas previstas sobre o caderno reivindicativo para 2023, pratica-se uma política de baixos salários e continuam a recusar negociar um acordo de empresa».

Em resposta à prepotência da administração, os trabalhadores e o STIAC convocaram uma greve para o dia de hoje, Carnaval, agendando uma concentração de protesto em frente às instalações do Montijo, entre as 10h e as 12h.

Para além do direito ao feriado, as reivindicações dos trabalhadores passam pela «negociação do CCT para a indústria de carnes, aumentos salariais dignos, a actualização do subsídio de alimentação e a garantia dos 25 dias de férias, o aumento do tempo da pausa da manhã, o direito ao dia de aniversario do trabalhador ou de filho até aos 12 anos, uma jornada de 35h semanais e a instituição de um acordo de empresa no grupo».

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É mais um momento de mobilização nesta empresa com sede no Montijo. Em Fevereiro de 2024, os trabalhadores da Izidoro já tinham realizado uma greve com as mesmas reivindicações: aumentos salariais «dignos» e a introdução de um salário mínimo na empresa de 910 euros, com retroactivos a Janeiro de 2024, diuturnidades para todos os trabalhadores e 25 dias de férias.

A negociação de um contrato colectivo para o sector das carnes, um acordo de empresa, a actualização do subsídio de alimentação para sete euros/dia e horários semanais de 35 horas são outras das reivindicações que animam a acção dos trabalhadores. É igualmente exigido o direito ao feriado de Carnaval e um dia de folga no aniversário ou em dia de aniversário de um filho até aos 12 anos.

A concentração realizada na manhã de hoje, às 11h, contou com a presença solidária do secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira.

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