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Continuam os protestos descentralizados

Trabalhadores da PT/MEO protestaram em Viseu

Os trabalhadores da PT/MEO de Viseu protestaram esta quinta-feira junto à entrada das instalações da PT na cidade, em defesa dos seus postos de trabalho, que estão em causa pelas transmissões de estabelecimento e pressões para rescisões amigáveis.

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CréditosMário Cruz / Agência Lusa

Depois de um plenário que decorreu ao longo de três horas, os trabalhadores concentraram-se à entrada do edifício da PT em Viseu, com uma faixa onde se podia ler «os trabalhadores da PT reclamam que o governo impeça a destruição da PT Portugal».

Em Viseu, dos 90 trabalhadores da PT, cerca de dez já saíram após rescisão, sendo seis os que foram transmitidos desde o dia 22 de Julho, informa fonte sindical.

Os trabalhadores a nível nacional, depois da greve e manifestação de dia 21 de Julho, com a dinamização das suas organizações representativas (Comissão de Trabalhadores e sindicatos), estão a realizar protestos descentralizados contra a transmissão de estabelecimentos e o assédio moral que está a ser feito para que aceitem rescisões amigáveis, consideradas formas de «descartar trabalhadores».

A Lusa falou com Francisco Coelho, de 53 anos, um dos trabalhadores que passou há cerca de duas semanas para uma empresa do Grupo Visabeira, depois de trabalhar cerca de 27 anos na PT de Viseu.

«Mandam-nos e temos que andar que nem carneirinhos. A informação nem nos é dada no tempo que a lei exige, é preferível pagarem multas a informar os colaboradores a tempo», lamentou.

Francisco Coelho diz que durante um ano vai trabalhar no mesmo local, com os mesmos costumes, mas com novos patrões.

«Dizem-nos que não perdemos direitos, mas no fim do ano perdemos o subsistema de saúde que temos e a Caixa Geral de Aposentações. Por exemplo, aqui, se me quisesse reformar aos 55 anos, já podia, e tendo passado para a Segurança Social perdi esse direito: afinal as coisas não são como dizem», sublinhou.

«Tenho 53 anos, quem rescinde agora recebe uma compensação um pouco acima da lei, mas não dão fundo de desemprego, e faltam-me 13 anos para a reforma. Os jovens não conseguem emprego e eu vou arranjar emprego?», concluiu, mostrando-se muito preocupado com o futuro que irá encontrar dentro de um ano.

Fonte sindical informou que no plenário foi demonstrada disponibilidade por parte dos trabalhadores para a continuidade da luta pelos postos de trabalho e contra as transmissões de estabelecimento, acrescentando que, se não houver resposta às reivindicações, há disposição para outras acções com a dimensão do protesto de dia 21 de Julho. 

Com agência Lusa

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