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«Somos a água que bebemos» e somos a forma como exploramos quem trabalha

A Águas do Vimeiro criou um clima de «prepotência, chantagem e desrespeito», pressionando para o «incumprimento deliberado das normas de segurança». Greve convocada pelo SINTAB/CGTP para 24 de Abril.

Diogo Abreu, CEO da Águas do Vimeiro, é acusado pelo SINTAB/CGTP-IN e pelos trabalhadores de criar um clima de «prepotência, chantagem e desrespeito» na empresa. 
Diogo Abreu, CEO da Águas do Vimeiro, é acusado pelo SINTAB/CGTP-IN e pelos trabalhadores de criar um clima de «prepotência, chantagem e desrespeito» na empresa. Créditos / grandeconsumo

A nova administração da Águas do Vimeiro, uma empresa com mais de 100 anos de existência, tem feito de tudo para impor a sua vontade, contra Leis e marés. Uma vontade assente numa «enorme prepotência» que, muitas vezes, ultrapassa os príncipios da «legalidade», uma situação já está a merecer uma forte «oposição dos trabalhadores», refere, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN).

Vários desses casos foram relatados no plenário realizado no dia 4 de Abril. A Águas do Vimeiro recorre frequentemente à ameaça – a «porta da rua é serventia da casa» – proíbe o «contacto e diálogo com os dirigentes e delegados sindicais» e altera os horários para «castigar» trabalhadores, «sem aviso prévio nem motivo».

Os trabalhadores denunciam ainda a «pressão para o incumprimento deliberado das normas de segurança e saúde no trabalho». Um dos exemplos deste atropelo das regras  que protegem os trabalhadores ocorreu na sequência de uma avaria num equipamento de transporte de garrafões de água, que pesam cerca de 8kg cada. A Águas do Vimeiro «tentou forçar os trabalhadores a transportá-los eles mesmos, à mão», ao longo de todas as oito horas de trabalho diário.

A prepotência do patronato manifesta-se de outras maneiras: nos últimos tempos, destaca o SINTAB, «a administração chegou até ao ridículo de tentar impor a pausa para almoço a partir das 10h» da manhã e de mandar chefias «interrogar os delegados e dirigentes sindicais», seja através de sms ou de telefone, «durante as suas ausências para actividade sindical». Para o sindicato, a todos estes casos, acresce uma «aberrante predisposição para o controlo da vida dos trabalhadores fora do seu horário de trabalho».

A situação destes trabalhadores, vítimas de um «chorrilho de ignóbeis ataques», motivou uma onda de solidariedade de várias estruturas sindicais da CGTP-IN, de diferentes sectores, que vão estar presentes no plenário que se vai realizar no dia da greve, convocada para o dia 24 de Abril.

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