Será entre as 14h e as 16h que trabalhadores e delegados dos sindicatos filiados na Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (Fesete/CGTP-IN) estarão à porta da empresa Paulo de Oliveira, a reivindicar melhores salários, um subsídio de refeição de seis euros por dia (o actual é de apenas 2,65 euros) e «uma vida digna».
«Estamos perante um grupo, com forte presença na região, que, com a sua robustez, controla parte importante do emprego e da economia da região, bem como a produção de lanifícios no nosso país». Um grupo, acrescenta a Fesete num comunicado, que, apesar da «boa imagem pública» e das «margens elevadas de lucros nos seus negócios», mantém os trabalhadores «muito próximo» do salário mínimo nacional, e com um subsídio de refeição de 2,65 euros. Apesar de, constata a federação, um número significativo de empresas a nível nacional já praticar o valor de seis euros/dia, ou «muito próximo disso».
«Vamos estar no terreno para garantir que os trabalhadores têm conhecimento profundo e escrupuloso do comportamento do patronato do sector à mesa das negociações, apelando em simultâneo para que se organizem e mobilizem na luta por melhores salários, direitos e dignificação das suas profissões», lê-se na nota. A estrutura sindical recorda que as negociações para 2025 encerraram sem acordo, «dadas as imposições do patronato em termos de restrições nos direitos e ausência do avanço justo e necessário das tabelas salariais e subsídio de alimentação».
Em Fevereiro, o Sindicato Têxtil da Beira Interior (Fesete) denunciava que aumentar 15 cêntimos a um subsídio de refeição de 2,5 euros é uma «falta de vergonha e de respeito por quem trabalha e lhes cria riqueza». A Fesete reforça que os valores apresentados pela Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), eram «insuficientes», em particular, para a maioria dos trabalhadores das categorias mais baixas da tabela salarial.
A estrutura sindical insiste que «é preciso abandonar a ideia» de que os contratos colectivos sectoriais apenas estabelecem mínimos, frisando que são antes «um instrumento de equilíbrio entre a riqueza criada e a sua justa distribuição, por quem realmente a produz, os trabalhadores». Ainda sobre o Grupo Paulo de Oliveira, detentor da Penteadora e da Teximax, com um total de 1500 trabalhadores, realça que o valor dos resultados «demonstra existir condições para evoluir não só no subsídio de alimentação como nos salários, respondendo assim à reivindicação para 2025», acrescentando que «entre o discurso público», sobre a falta de mão-de-obra em sectores fundamentais para a economia portuguesa, «e as suas práticas», existe «uma grande distância».
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