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Trabalhadores dos bares dos comboios fecham o ano com novas lutas

Depois das golpadas da anterior concessionária (que tudo fez para evitar ter de pagar salários), a CP voltou a privatizar o serviços de bares e refeições dos comboios (à Newrail). Trabalhadores em greve 28 e 29 de Dezembro.

Os trabalhadores da Apeadeiro 2020, que faz o serviço de bares e refeições nos comboios da CP, estão em greve desde o dia 1 de Março, com vigilia/acampamento à porta das estações de Santa Apolónia, Lisboa (na imagem) e Campanhã, no Porto. Os 130 trabalhadores exigem o pagamento dos salários de Fevereiro, questão que a empresa continua a ignorar com a conivência da CP e do Governo PS.  
Créditos / Sindicato de Hotelaria do Sul

2023 foi um ano de combate intenso para os mais de 130 trabalhadores do serviço de bares e refeições dos comboios da CP. A anterior concessionária (Apeadeiro 2020) foi deliberadamente torpedeada pelo patrão, que desviou fundos dos salários dos trabalhadores para abrir outros negócios, logo em Janeiro: durante vários meses não foram pagos os salários.

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Apeadeiro 2020: os trabalhadores tomam nas suas mãos o destino das suas vidas

Os trabalhadores da Apeadeiro 2020 estavam há 15 dias em greve e vigília em Lisboa. No Porto, há 10. O AbrilAbril foi a Santa Apolónia acompanhar uma noite da vigília e procurou transmitir a coragem de quem luta pelo que é seu.

Créditos / AbrilAbril

Com salários em atraso, os trabalhadores da Apeadeiro 2020 não vergam. Com salários em atraso, partiram para altos patamares de luta e, não olhando a sacrifícios, fazem a greve a tempo indeterminado e as vigílias de forma a denunciar a situação. Conscientes de que tudo produzem, os trabalhadores da empresa que tem a concessão dos bares dos comboios da CP sabem que a tudo têm direito. Por isso mesmo, não desarmam. Com vários anos de serviço, sabem que nunca falharam, aparecem sempre ao trabalho, cumprindo sempre com as suas obrigações: se a empresa está em mau estado, não é por culpa de quem todos os dias dá a cara aos clientes.

A visita que o AbrilAbril fez à vigília, em Santa Apolónia, foi combinada num espaço de um dia. Bastou um contacto com a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) para que o dirigente sindical averiguasse, de imediato, juntos dos trabalhadores que estão no local se seria possível acompanhar uma noite da vigília. Os trabalhadores, prontamente, aceitaram. Querem dar a conhecer o que estão a sentir e aquilo por que estão a passar. É sempre mais fácil escrever à distância, seguindo relatos sobre o que estava acontecer, mas o contacto directo permite captar um amplo conjunto de sentimentos.

Dificilmente imaginávamos, a caminho da vigília, como seria o ambiente. Se não estaria um ambiente tenso, em que os trabalhadores se começasse a dar por derrotados, se o desânimo imperava. Não sabíamos como seríamos recebidos. Afinal de contas, eramos apenas alguém que queria fazer uma peça sobre a sua situação e passar a noite com eles. Podia ser estranho, não sendo comum. 

Antes de partirmos, Luís Trindade, da Fesaht, deu-me o contacto do Luís Baptista, o delegado sindical da empresa. Ao telefone, garantiu que «toda a malta está na boa», até porque querem «dar a conhecer a sua história». Mal cheguei, o Luís fez questão de me apresentar a todos. A conversa fluiu naturalmente. Havia já um reconhecimento do AbrilAbril pelas notícias que eram dadas sobre questões laborais e isso ajudou a que, rapidamente, pudesse começar a colocar algumas perguntas. 

A solidariedade de classe faz-se sempre sentir nas horas de maior aperto.

Cheguei a Santa Apolónia por volta das 23 horas, hora da troca de turno. Para garantir que no acampamento improvisado em frente à estação estão sempre trabalhadores, foi feita uma escala. O primeiro turno é das 7h até às 15h, o segundo turno até às 23h, e o terceiro, noite dentro, termina, novamente, às 7h. Assim se assegura que todos possam ir para casa descansar, tratar da sua vida pessoal, estar com os filhos e ganhar ainda mais força anímica para o que ainda falta lutar.

No local estão com três tendas. Duas delas grandes, de jardim. Ambas tinham mesas, serviam como locais para os trabalhadores se abrigarem do frio ou da chuva, conviverem, e guardarem os alimentos que iam sendo doados. A terceira tenda, de campismo, servia para dormir, caso o cansaço se abatesse sobre corpos exaustos. 

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Apeadeiro 2020 não vai pagar salários em Fevereiro

Depois de pagar os salários de Janeiro a conta-gotas, com grande atraso, a Apeadeiro 2020, que tem a concessão do serviço dos bares e refeições dos comboios da CP anunciou que não pagaria o mês de Fevereiro.

Créditos / NiT

A empresa Apeadeiro 2020, explora o serviço de refeições dos bares dos comboios de longo curso, Alfa Pendular e Intercidades, da Comboios de Portugal (CP) há quase 2 anos, empregando, nesta concessão, cerca de 130 trabalhadores. A concessão deu-se em 2021, representando uma poupança de 300 mil euros anuais para a CP e a degradação do serviço prestado para os utentes.

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Salários em atraso nos bares dos comboios da CP

Os Trabalhadores da Apeadeiro 2020, que prestam o serviço de Bar e Restauração nas viagens de longo curso da CP, ainda não receberam os salários de Janeiro. CP é parte do problema.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A Apeadeiro 2020, empresa concessionária do serviço dos bares e refeições dos comboios de longo curso da Comboios de Portugal (CP), informou os trabalhadores de que não seria capaz de lhes pagar o salário do mês de Janeiro a tempo, devido a um arresto de contas por dívidas à Autoridade Tributária (AT).

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Dan Cake chama a polícia contra os próprios trabalhadores

Ao constatar a «força e a alegria» do piquete de greve de 9 de Fevereiro, a temerosa administração da Dan Cake preferiu chamar a polícia, sem motivo, ao invés de se sentar à mesa com os trabalhadores.

A adesão à greve no dia 9 de Fevereiro de 2023, na DanCake, foi de 100% 
Créditos / União dos Sindicatos de Lisboa

A situação não pode deixar de causar espanto para todos aquele que convivem, naturalmente, com o estado de direito democrático. Perante o exercício constitucional dos direitos dos seus trabalhadores, nomeadamente a realização de uma greve e concentração, a administração da DanCake, empresa de produtos de pastelaria, decidiu recorrer à intimidação e à força.

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Com acção sindical à porta, Hotel Yeatman chamou a Polícia

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia, que não paga o trabalho em dia feriado com 200% aos trabalhadores, pediu aos dirigentes sindicais que saíssem da porta e, perante a recusa destes, chamou a Polícia.

Créditos / Sindicato da Hotelaria do Norte

The Yeatman Hotel alegou que se tratava de um espaço privado, refere em nota de imprensa o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN), mas os sindicalistas recusaram-se a sair do local invocando o direito à actividade sindical na empresa, previsto na Lei e na Constituição da República Portuguesa.

Então, «face à recusa legitima dos sindicalistas, o hotel chamou a PSP para os expulsar», denuncia a estrutura sindical.

Ao chegarem ao local, os agentes não expulsaram os sindicalistas, mas, de forma «intimidatória e ilegal», identificaram-nos «para os amedrontar, fazendo, deste modo, o frete ao patrão».

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Hotel Yeatman «não paga devidamente» o trabalho em dia feriado

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia deve mais de 1200 euros a cada trabalhador, tendo em conta que em Janeiro de 2019 deixou de pagar os feriados com 200%, estima fonte sindical.

The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, aparece anunciado como uma unidade hoteleira de luxo 
Créditos / logitravel.pt

Ao ter conhecimento da situação no The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN) solicitou uma reunião à empresa com o intuito de a tentar convencer «a retomar o pagamento devido que era feito aos trabalhadores em cada feriado até ao final de 2018».

Tendo em conta a recusa da empresa, o sindicato requereu então uma reunião ao Ministério do Trabalho para tentar resolver a situação, mas a posição da administração manteve-se inalterável, refere a estrutura sindical em nota de imprensa.

Como The Yeatman Hotel deixou de pagar, em Janeiro de 2019, o trabalho prestado em dia feriado com 200% – conforme determina o Contrato Coletivo de Trabalho em vigor – e como cada trabalhador trabalha em média dez feriados por ano, o sindicato estima que a empresa tenha deixado de pagar 346 euros por ano a cada trabalhador.

A organização sindical faz as contas tomando como salário-base 750 euros, sendo que, por cada feriado trabalhado, a empresa deveria pagar 69,23 euros, mas paga apenas 34,61 euros.

«Ou seja, a empresa já deve cerca de 1211 euros a cada trabalhador», aponta o sindicato.

«Os trabalhadores do sector da hotelaria e restauração também gostariam de passar os feriados com os seus familiares e amigos», afirma o texto, frisando que muitos trabalhadores não gostam de trabalhar no sector porque são obrigados a trabalhar aos fins-de-semana e feriados.

O trabalho em dia feriado «deve ser valorizado pelas empresas e não desvalorizado como a administração do Yeatman faz», refere o Sindicato da Hotelaria do Norte, acrescentando que vai ouvir os trabalhadores da unidade hoteleira para decidir as medidas a tomar.

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Apesar de os dirigentes sindicais presentes terem alertado os agentes da PSP que as autoridades policiais não podem intrometer-se na actividade sindical, que não havia nenhum tumulto ou qualquer alteração à ordem pública e acções como aquela estavam a decorrer em dezenas de hotéis, os agentes mantiveram a ordem de identificação, o que leva o sindicato a afirmar que pareciam «estar instruídos para tentar meter medo aos sindicalistas e levá-los a abandonar o local».

Mas não o não conseguiram, tendo em conta que a acção decorreu durante o período previsto de duas horas, revela a organização representativa dos trabalhadores, acrescentando que vai apresentar queixa contra os agentes policiais que «exorbitaram as suas atribuições e competências».

A iniciativa à porta da unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia foi uma de várias acções de protesto que o sindicato está a levar a cabo junto aos hotéis da região do Porto, também com o intuito de sensibilizar os seus clientes para a situação social que se vive no sector, distribuindo comunicados em inglês e português.

Ontem, estavam previstas acções nos grupos Yeatman, Accor e Holiday Inn, de manhã, e nos grupos Vila Galé, Bessa Porto e Grande Hotel do Porto, à tarde.

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«Isto diz muito daquela que é a predisposição da empresa em relação à melhoria das condições de vida dos Trabalhadores», refere, nas suas redes sociais, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN), responsável pela convocação da acção de luta.

Para além do comportamento antidemocrático da DanCake na greve de dia 9 de Fevereiro, as práticas laborais da empresa já não eram recomendáveis. Mais de 1/3 dos 150 funcionários da DanCake são precários, denuncia o SINTAB, e as mais recentes actualizações salariais diferenciadas não resolveram a situação.

Em vez de acolher a reivindicação dos trabalhadores e aplicar um aumento de 90 euros, a DanCake optou por «aumentos com base em supostas atualizações que não aconteceram e que irão ter repercussões futuras». Alguns destes aumentos são de apenas 2 euros acima do salário mínimo nacional.

A empresa não é a única a ficar mal na fotografia: no entender do SINTAB, «não abona grande coisa a favor das autoridades portuguesas que estas, sem motivo aparente, sejam rápidas a sacar do papel e bloco de apontamentos para identificar trabalhadores e dirigentes sindicais» sem terem motivo para isso (para além das exigências patronais).

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Embora os trabalhadores não tenham a opção de deixar cumprir aquilo a que estão contratualizados, a Apeadeiro 2020 não aparente reger-se pelos mesmos princípios: não tinha condições para cumprir as suas obrigações e, como tal, não cumpriu.

A empresa deve os salários a cerca de 120 trabalhadores, que se concentraram em plenário em frente à sede da CP, em Lisboa, no Dia de Indignação, Protesto e Luta convocado pela CGTP-IN para 9 de Fevereiro.

Segundo a Apeadeiro 2020, as transferências mensais realizadas pela CP, no âmbito do contracto de concessão para a exploração do serviço nos comboios, e que servem para assegurar os salários dos trabalhadores, não se concretizaram por instruções da AT à CP.

A CP também tem responsabilidades nesta matéria, considera o Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN). A empresa pública deve ser «parte activa na resolução desta situação», intervindo junto da Apeadeiro 2020, mas também procurando soluções que «assegurem a manutenção do serviço e os postos de trabalho».

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No passado mês de Janeiro, a empresa alegava que as suas contas bancárias tinham sido penhoradas, não tendo pago o salário pontualmente. Mesmo assim, a empresa lá acabou por pagar, aos poucos, os valores em fívida para com os trabalhadores, regularizando «praticamente toda a situação», informa, em comunicado, o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN).

Chegados ao fim de Fevereiro, depois de um mês inteiro em que os trabalhadores cumpriram eximiamente as suas funções, «a empresa informou os trabalhadores que este mês não vai pagar o salário», afirmando a sua intenção de requerer um Plano de Recuperação de Empresa (PER).

Atendendo à situação extremamente precária que a Apeadeiro 2020 causou a centenas de pessoas e às suas famílias, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) agendou uma reunião com o Ministério do Trabalho, a empresa e a CP, a realizar no dia 23.

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Trabalhadores dos bares dos comboios estão em greve

A falta de pagamento do subsídio de férias e do salário de Setembro motivam a paralisação quase total. Só um trabalhador com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido».

Créditos / NiT

A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) denuncia, através de comunicado, que a Apeadeiro 2020, nova concessionária do serviço de refeições, «faltou ao compromisso» e não pagou o salário de Setembro e o subsídio de férias.

Dos 117 trabalhadores, apenas um com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido», revela a estrutura sindical. 

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CP paga mais por menos trabalhadores nos bares dos comboios

O novo concurso da CP para o serviço dos bares dos comboios reduz o número de trabalhadores em dois terços mas o valor pago diminui apenas um terço, denuncia a Fesaht.

Na foto, o novo Alfa Pendular, apresentado na estação de Santa Apolónia, em Lisboa. 24 de Março de 2017
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A pedido da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), realizou-se hoje uma reunião no Ministério do Trabalho com a CP e a empresa concessionária do serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, a Risto Rail.

Esta reunião foi pedida depois de a CP ter denunciado o contrato de concessão do serviço de refeições com efeitos a 31 de Julho, não ter aberto novo concurso para o serviço e continuar a impedir a retoma do serviço de refeições a bordo dos comboios.

Questionada pela Feshat, a CP informou que está a decorrer um novo concurso público para o serviço de refeições a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades e que este novo concurso reduziu os serviços para apenas serviço de bar fixo, deixando de haver serviço ao lugar (mini-bar) e serviço de boas vindas na primeira classe (acolhimento e jornal gratuito).

Além disso, a CP referiu que o novo caderno de encargos reduz o número de trabalhadores nos Alfa Pendular de três para um trabalhador por comboio. A estrutura sindical manifestou o seu desagrado por esta medida que considera «grave», uma vez que «põe em causa o direito à saúde e segurança do trabalho e as condições de trabalho» e é «um convite a dezenas de despedimentos».

Por outro lado, a Feshat considera «estranho» que a CP reduza a contrapartida monetária em um terço (de 120 mil euros mensais para cerca de 90 mil euros mensais), mas reduza o número de trabalhadores em dois terços (de três para um trabalhador).

Finalmente, quando questionada sobre a retoma da actividade do serviço de refeições a bordo, a CP desculpou-se em pareceres dos serviços de segurança e saúde no trabalho, informando que devem reabrir dia 3 de Maio, e que tal se deve às orientações da DGS, embora os restaurantes e bares já estejam abertos desde ontem.

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Já no final de Agosto a Fesaht denunciou que os trabalhadores da nova concessionária dos bares dos comboios Intercidades e Alfa Pendular estavam de férias sem receber o respectivo subsídio, impossibilitando o gozo desse período «em condições mínimas». 

Ao mesmo tempo recordou que já tinha alertado para a necessidade de esclarecer a questão do pagamento do subsídio numa reunião realizada dia 29 de Julho, no Ministério do Trabalho, com a anterior concessionária, Risto Rail, e com a actual, a Apeadeiro 2020, que assumiu a concessão no dia 1 de Agosto. 

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Infelizmente, mesmo sendo a situação da responsabilidade exclusiva da empresa, esta decidiu mesmo não aparecer, «alegando que não tem nada para dizer de novo aos trabalhadores».

Nesta reunião, a Fesaht exigiu que a CP assumisse o serviço de refeições dos bares dos comboios, garatindo igualmente todos os contratos de trabalho dos trabalhadores. A Comboios de Portugal, sem se comprometer, reconheceu a necessidade de «entregar de imediato o serviço a outra empresa e depois fazer novo concurso».

Os trabalhadores já dirigiram um protesto à CP no passado dia 9 de Fevereiro, tendo recentemente decidido avançar com uma greve no dia 1 de Março, bem como realizar uma concentração de protesto à porta do Ministério das Infraestruturas nesse mesmo dia, pelas 11h, «para exigir o pagamento do salário de fevereiro e a tomada de medidas modo a seremque garantam os postos de trabalho e o serviço de refeições a bordo dos comboios».

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Corriam já nas redes sociais diversos apelos para a entrega de comida, de forma a ajudar os trabalhadores a aguentarem na vigília. O Luís disse-nos que, naquele dia, já tinham recebido doações da União de Sindicatos de Lisboa, do Sindicato de Trabalhadores em Arquitectura (STARQ) e do Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (STEFFAs/CGTP-IN). Perguntei se alguém tinha feito doações a título individual: sim, vários. A título de exemplo, por lá já tinham passado os funcionários do CESP/CGTP, uma trabalhadora do IBIS, sindicalizada no Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restauração e Similares do Sul (SHS/CGTP), bem como uma ex-dirigente sindical. A solidariedade de classe faz-se sempre sentir nas horas de maior aperto.

Estas doações acabam, no entanto, por ter um significado bem mais profundo. Para além de garantir que existem mantimentos para as longas 24, sobre 24, horas em que estão em vigília, garante também que os trabalhadores levem comida para casa.

Marcelo Preto, um dos trabalhadores que estava de turno nessa noite, mostrou-me uma fotografia do seu frigorífico. Já procurou ajuda social para poder comer e nessa fotografia estavam apenas uns bifes, uns ovos e pouco mais. Marcelo trabalha no armazém, a sua companheira também trabalha na Apeadeiro 2020 na parte dos bares dos comboios. Ela é o que os trabalhadores comumente apelidam de «trabalhadora de linha». O depoimento do Marcelo foi um dos mais duros: tanto ele, como a companheira, são imigrantes, com quatro filhos, a mais nova com apenas quatro anos. Marcelo conta que a filha tinha feito anos no passado mês e ele não teve sequer dinheiro para lhe comprar um bolo de aniversário.  

Com este tipo de testemunhos percebemos que 130 são os trabalhadores com salários em atraso, mas são muito mais as pessoas a passarem por dificuldades. Por cada trabalhador, por cada homem e mulher que se vê privado do seu rendimento, está por detrás um companheiro ou companheira, um filho ou uma filha. Facilmente compreendemos que os números de pessoas afectadas pela gestão danosa da Apeadeiro 2020 se multiplicam. Cento e trinta passa a ser o número de famílias afectadas por tudo isto, centenas são pessoas as a ser afectadas.

Numa situação semelhante está Rute Meireles. A Rute é actualmente chefe de bordo e trabalha nos bares da CP há 26 anos. Diz que tem «mais anos de vida com este trabalho do que sem ele», algo que revela bem a sua dedicação com as várias empresas que foram explorando a concessão. Mãe solteira, faz o turno da noite para durante o dia acompanhar o seu filho.

Com o mesmo tempo de casa, também estava presente o Fernando, também ele pai de quatro filhos. Quando o Fernando entrou para os bares da CP já o pai dele lá trabalhava. Ao contar isto, a Rute foi buscar um álbum de fotografias para o mostrar o pai do Fernando. Pelo álbum, pelas fotografias onde o sorriso era sempre figurante e pela maneira como falavam do trabalho antigamente e das suas histórias, a sensação que dava era que o elo entre eles era quase familiar. 

Este foi um dos momentos marcantes. A primeira greve que estes trabalhadores tinham feito, dizia o Luís Batista, tinha sido há 20 anos, para conquistar o primeiro Acordo de Empresa. Os tempos foram passando e, dizia o Fernando, já por ele passaram umas 8 a 9 concessionárias. As empresas foram indo, os trabalhadores ficando. Fica claro que quem faz o serviço são eles: são eles que geram a mais-valia, são eles a empresa, independentemente dos patrões que se cruzem pelo caminho. No meio das conversas surgiu uma frase que traduz o tal elo que o companheirismo da luta está a renovar: «graças a esta greve e a esta vigília estamos a conhecermo-nos mais e melhor», soltou o Fernando. 

Enquanto ia falando com eles, e eles iam mostrando no albúm de fotografías a farda que antigamente tinham, dizendo que até na qualidade e beleza da mesma houve uma desvalorização. Enquanto essa conversa se dava, o mais velho dos trabalhadores presentes, o Valente, ia acendendo a grelha para preparar umas bifanas e entremeadas. Por volta da meia-noite fazia-se o lanche para aguentar o que ainda tinham pela frente. O mais novo, o Daniel, de apenas 26 anos, dizia que «na primeira noite, o tempo passava mais rápido, mas que de noite para noite parecia que 10 minutos iam se transformando em horas». O cansaço era evidente e após, o lanche, o Marcelo foi para a tenda tentar descansar alguma coisa.

«A nossa força reside na nossa unidade»

A determinada altura da noite procurava ir sistematizando os apontamentos que ia tirando e apareceu o Luís Batista numa das tendas de jardim. O Luís já ia no segundo turno seguido e estava visivelmente cansado. Ao sentar-se numa cadeira procurou tapar-se com uma manta e reclinar-se para descansar. No dia seguinte ia apanhar o Alfa Pendular às 7 horas com destino ao Porto para ir a uma reunião com a administração da CP, mediada pelo Ministério do Trabalho. Em conversa dizia-me que a empresa era rentável, que só ele, no Verão, contou 37 mil euros feitos nos comboios com destino a Faro. Sobre perspectivas para a reunião afirmou não as ter, apesar dessa vir a ser a terceira. Importa dizer que, a par de quererem ver a sua situação regularizada, uma das suas grandes reivindicações é serem integrados na CP e fazerem com que esta assuma o serviço. 

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Apeadeiro 2020: CP e Governo PS protegem empresa que não paga salários

A reunião de ontem desmentiu todas as promessas do Governo PS: a CP não denunciou o contrato, nem lançou um concurso urgente, para substituir a Apeadeiro 2020, que continua sem pagar os salários de Fevereiro.

Os trabalhadores da Apeadeiro 2020, que faz o serviço de bares e refeições nos comboios da CP, estão em greve desde o dia 1 de Março, com vigilia/acampamento à porta das estações de Santa Apolónia, Lisboa (na imagem) e Campanhã, no Porto. Os 130 trabalhadores exigem o pagamento dos salários de Fevereiro, questão que a empresa continua a ignorar com a conivência da CP e do Governo PS.  
Créditos / Sindicato de Hotelaria do Sul

Ao contrário do que tinha sido assumido pelo Secretário de Estado das Infraestruturas, Francisco Frederico, em que dava por garantido, «aos representantes dos trabalhadores, a denúncia imediata do contrato e um concurso urgente», nada foi feito pelo Governo PS e a CP. Os 130 trabalhadores sem salário foram abandonados pela tutela.

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Trabalhadores da Apeadeiro 2020 em greve por tempo indeterminado

Começou ontem o acampamento e vigília dos mais de 130 trabalhadores da Apeadeiro 2020, ainda sem o salário de Fevereiro. Trabalhadores permanecem na Campanhã e Sta. Apolónia até à data da reunião com a CP, dia 8.

Comboios parados na estação de Santa Apolónia
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A vigília (com acampamento) começou ontem, dia 6 de Março, às 17 horas, nas estações de Santa Apolónia, em Lisboa, e Campanhã, no Porto. A acção vai prolongar-se até, pelo menos, às 11h de dia 8 de Março, quando se realiza a reunião entre os trabalhadores, sindicatos, a CP e a concessionária Apeadeiro 2020 (responsável pelo não pagamento dos salários).

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Apeadeiro 2020 não vai pagar salários em Fevereiro

Depois de pagar os salários de Janeiro a conta-gotas, com grande atraso, a Apeadeiro 2020, que tem a concessão do serviço dos bares e refeições dos comboios da CP anunciou que não pagaria o mês de Fevereiro.

Créditos / NiT

A empresa Apeadeiro 2020, explora o serviço de refeições dos bares dos comboios de longo curso, Alfa Pendular e Intercidades, da Comboios de Portugal (CP) há quase 2 anos, empregando, nesta concessão, cerca de 130 trabalhadores. A concessão deu-se em 2021, representando uma poupança de 300 mil euros anuais para a CP e a degradação do serviço prestado para os utentes.

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Salários em atraso nos bares dos comboios da CP

Os Trabalhadores da Apeadeiro 2020, que prestam o serviço de Bar e Restauração nas viagens de longo curso da CP, ainda não receberam os salários de Janeiro. CP é parte do problema.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A Apeadeiro 2020, empresa concessionária do serviço dos bares e refeições dos comboios de longo curso da Comboios de Portugal (CP), informou os trabalhadores de que não seria capaz de lhes pagar o salário do mês de Janeiro a tempo, devido a um arresto de contas por dívidas à Autoridade Tributária (AT).

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Dan Cake chama a polícia contra os próprios trabalhadores

Ao constatar a «força e a alegria» do piquete de greve de 9 de Fevereiro, a temerosa administração da Dan Cake preferiu chamar a polícia, sem motivo, ao invés de se sentar à mesa com os trabalhadores.

A adesão à greve no dia 9 de Fevereiro de 2023, na DanCake, foi de 100% 
Créditos / União dos Sindicatos de Lisboa

A situação não pode deixar de causar espanto para todos aquele que convivem, naturalmente, com o estado de direito democrático. Perante o exercício constitucional dos direitos dos seus trabalhadores, nomeadamente a realização de uma greve e concentração, a administração da DanCake, empresa de produtos de pastelaria, decidiu recorrer à intimidação e à força.

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Com acção sindical à porta, Hotel Yeatman chamou a Polícia

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia, que não paga o trabalho em dia feriado com 200% aos trabalhadores, pediu aos dirigentes sindicais que saíssem da porta e, perante a recusa destes, chamou a Polícia.

Créditos / Sindicato da Hotelaria do Norte

The Yeatman Hotel alegou que se tratava de um espaço privado, refere em nota de imprensa o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN), mas os sindicalistas recusaram-se a sair do local invocando o direito à actividade sindical na empresa, previsto na Lei e na Constituição da República Portuguesa.

Então, «face à recusa legitima dos sindicalistas, o hotel chamou a PSP para os expulsar», denuncia a estrutura sindical.

Ao chegarem ao local, os agentes não expulsaram os sindicalistas, mas, de forma «intimidatória e ilegal», identificaram-nos «para os amedrontar, fazendo, deste modo, o frete ao patrão».

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Hotel Yeatman «não paga devidamente» o trabalho em dia feriado

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia deve mais de 1200 euros a cada trabalhador, tendo em conta que em Janeiro de 2019 deixou de pagar os feriados com 200%, estima fonte sindical.

The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, aparece anunciado como uma unidade hoteleira de luxo 
Créditos / logitravel.pt

Ao ter conhecimento da situação no The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN) solicitou uma reunião à empresa com o intuito de a tentar convencer «a retomar o pagamento devido que era feito aos trabalhadores em cada feriado até ao final de 2018».

Tendo em conta a recusa da empresa, o sindicato requereu então uma reunião ao Ministério do Trabalho para tentar resolver a situação, mas a posição da administração manteve-se inalterável, refere a estrutura sindical em nota de imprensa.

Como The Yeatman Hotel deixou de pagar, em Janeiro de 2019, o trabalho prestado em dia feriado com 200% – conforme determina o Contrato Coletivo de Trabalho em vigor – e como cada trabalhador trabalha em média dez feriados por ano, o sindicato estima que a empresa tenha deixado de pagar 346 euros por ano a cada trabalhador.

A organização sindical faz as contas tomando como salário-base 750 euros, sendo que, por cada feriado trabalhado, a empresa deveria pagar 69,23 euros, mas paga apenas 34,61 euros.

«Ou seja, a empresa já deve cerca de 1211 euros a cada trabalhador», aponta o sindicato.

«Os trabalhadores do sector da hotelaria e restauração também gostariam de passar os feriados com os seus familiares e amigos», afirma o texto, frisando que muitos trabalhadores não gostam de trabalhar no sector porque são obrigados a trabalhar aos fins-de-semana e feriados.

O trabalho em dia feriado «deve ser valorizado pelas empresas e não desvalorizado como a administração do Yeatman faz», refere o Sindicato da Hotelaria do Norte, acrescentando que vai ouvir os trabalhadores da unidade hoteleira para decidir as medidas a tomar.

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Apesar de os dirigentes sindicais presentes terem alertado os agentes da PSP que as autoridades policiais não podem intrometer-se na actividade sindical, que não havia nenhum tumulto ou qualquer alteração à ordem pública e acções como aquela estavam a decorrer em dezenas de hotéis, os agentes mantiveram a ordem de identificação, o que leva o sindicato a afirmar que pareciam «estar instruídos para tentar meter medo aos sindicalistas e levá-los a abandonar o local».

Mas não o não conseguiram, tendo em conta que a acção decorreu durante o período previsto de duas horas, revela a organização representativa dos trabalhadores, acrescentando que vai apresentar queixa contra os agentes policiais que «exorbitaram as suas atribuições e competências».

A iniciativa à porta da unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia foi uma de várias acções de protesto que o sindicato está a levar a cabo junto aos hotéis da região do Porto, também com o intuito de sensibilizar os seus clientes para a situação social que se vive no sector, distribuindo comunicados em inglês e português.

Ontem, estavam previstas acções nos grupos Yeatman, Accor e Holiday Inn, de manhã, e nos grupos Vila Galé, Bessa Porto e Grande Hotel do Porto, à tarde.

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«Isto diz muito daquela que é a predisposição da empresa em relação à melhoria das condições de vida dos Trabalhadores», refere, nas suas redes sociais, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN), responsável pela convocação da acção de luta.

Para além do comportamento antidemocrático da DanCake na greve de dia 9 de Fevereiro, as práticas laborais da empresa já não eram recomendáveis. Mais de 1/3 dos 150 funcionários da DanCake são precários, denuncia o SINTAB, e as mais recentes actualizações salariais diferenciadas não resolveram a situação.

Em vez de acolher a reivindicação dos trabalhadores e aplicar um aumento de 90 euros, a DanCake optou por «aumentos com base em supostas atualizações que não aconteceram e que irão ter repercussões futuras». Alguns destes aumentos são de apenas 2 euros acima do salário mínimo nacional.

A empresa não é a única a ficar mal na fotografia: no entender do SINTAB, «não abona grande coisa a favor das autoridades portuguesas que estas, sem motivo aparente, sejam rápidas a sacar do papel e bloco de apontamentos para identificar trabalhadores e dirigentes sindicais» sem terem motivo para isso (para além das exigências patronais).

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Embora os trabalhadores não tenham a opção de deixar cumprir aquilo a que estão contratualizados, a Apeadeiro 2020 não aparente reger-se pelos mesmos princípios: não tinha condições para cumprir as suas obrigações e, como tal, não cumpriu.

A empresa deve os salários a cerca de 120 trabalhadores, que se concentraram em plenário em frente à sede da CP, em Lisboa, no Dia de Indignação, Protesto e Luta convocado pela CGTP-IN para 9 de Fevereiro.

Segundo a Apeadeiro 2020, as transferências mensais realizadas pela CP, no âmbito do contracto de concessão para a exploração do serviço nos comboios, e que servem para assegurar os salários dos trabalhadores, não se concretizaram por instruções da AT à CP.

A CP também tem responsabilidades nesta matéria, considera o Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN). A empresa pública deve ser «parte activa na resolução desta situação», intervindo junto da Apeadeiro 2020, mas também procurando soluções que «assegurem a manutenção do serviço e os postos de trabalho».

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No passado mês de Janeiro, a empresa alegava que as suas contas bancárias tinham sido penhoradas, não tendo pago o salário pontualmente. Mesmo assim, a empresa lá acabou por pagar, aos poucos, os valores em fívida para com os trabalhadores, regularizando «praticamente toda a situação», informa, em comunicado, o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN).

Chegados ao fim de Fevereiro, depois de um mês inteiro em que os trabalhadores cumpriram eximiamente as suas funções, «a empresa informou os trabalhadores que este mês não vai pagar o salário», afirmando a sua intenção de requerer um Plano de Recuperação de Empresa (PER).

Atendendo à situação extremamente precária que a Apeadeiro 2020 causou a centenas de pessoas e às suas famílias, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) agendou uma reunião com o Ministério do Trabalho, a empresa e a CP, a realizar no dia 23.

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Trabalhadores dos bares dos comboios estão em greve

A falta de pagamento do subsídio de férias e do salário de Setembro motivam a paralisação quase total. Só um trabalhador com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido».

Créditos / NiT

A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) denuncia, através de comunicado, que a Apeadeiro 2020, nova concessionária do serviço de refeições, «faltou ao compromisso» e não pagou o salário de Setembro e o subsídio de férias.

Dos 117 trabalhadores, apenas um com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido», revela a estrutura sindical. 

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CP paga mais por menos trabalhadores nos bares dos comboios

O novo concurso da CP para o serviço dos bares dos comboios reduz o número de trabalhadores em dois terços mas o valor pago diminui apenas um terço, denuncia a Fesaht.

Na foto, o novo Alfa Pendular, apresentado na estação de Santa Apolónia, em Lisboa. 24 de Março de 2017
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A pedido da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), realizou-se hoje uma reunião no Ministério do Trabalho com a CP e a empresa concessionária do serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, a Risto Rail.

Esta reunião foi pedida depois de a CP ter denunciado o contrato de concessão do serviço de refeições com efeitos a 31 de Julho, não ter aberto novo concurso para o serviço e continuar a impedir a retoma do serviço de refeições a bordo dos comboios.

Questionada pela Feshat, a CP informou que está a decorrer um novo concurso público para o serviço de refeições a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades e que este novo concurso reduziu os serviços para apenas serviço de bar fixo, deixando de haver serviço ao lugar (mini-bar) e serviço de boas vindas na primeira classe (acolhimento e jornal gratuito).

Além disso, a CP referiu que o novo caderno de encargos reduz o número de trabalhadores nos Alfa Pendular de três para um trabalhador por comboio. A estrutura sindical manifestou o seu desagrado por esta medida que considera «grave», uma vez que «põe em causa o direito à saúde e segurança do trabalho e as condições de trabalho» e é «um convite a dezenas de despedimentos».

Por outro lado, a Feshat considera «estranho» que a CP reduza a contrapartida monetária em um terço (de 120 mil euros mensais para cerca de 90 mil euros mensais), mas reduza o número de trabalhadores em dois terços (de três para um trabalhador).

Finalmente, quando questionada sobre a retoma da actividade do serviço de refeições a bordo, a CP desculpou-se em pareceres dos serviços de segurança e saúde no trabalho, informando que devem reabrir dia 3 de Maio, e que tal se deve às orientações da DGS, embora os restaurantes e bares já estejam abertos desde ontem.

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Já no final de Agosto a Fesaht denunciou que os trabalhadores da nova concessionária dos bares dos comboios Intercidades e Alfa Pendular estavam de férias sem receber o respectivo subsídio, impossibilitando o gozo desse período «em condições mínimas». 

Ao mesmo tempo recordou que já tinha alertado para a necessidade de esclarecer a questão do pagamento do subsídio numa reunião realizada dia 29 de Julho, no Ministério do Trabalho, com a anterior concessionária, Risto Rail, e com a actual, a Apeadeiro 2020, que assumiu a concessão no dia 1 de Agosto. 

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Infelizmente, mesmo sendo a situação da responsabilidade exclusiva da empresa, esta decidiu mesmo não aparecer, «alegando que não tem nada para dizer de novo aos trabalhadores».

Nesta reunião, a Fesaht exigiu que a CP assumisse o serviço de refeições dos bares dos comboios, garatindo igualmente todos os contratos de trabalho dos trabalhadores. A Comboios de Portugal, sem se comprometer, reconheceu a necessidade de «entregar de imediato o serviço a outra empresa e depois fazer novo concurso».

Os trabalhadores já dirigiram um protesto à CP no passado dia 9 de Fevereiro, tendo recentemente decidido avançar com uma greve no dia 1 de Março, bem como realizar uma concentração de protesto à porta do Ministério das Infraestruturas nesse mesmo dia, pelas 11h, «para exigir o pagamento do salário de fevereiro e a tomada de medidas modo a seremque garantam os postos de trabalho e o serviço de refeições a bordo dos comboios».

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No entretanto, os comboios vão continuar a circular sem serviço de bar e refeições, «incluindo sem água potável, o que é inaceitável e ilegal», refere, em comunicado, o Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN).

A CP, que conhece, desde Janeiro de 2023, «a grave situação social em que se encontram mais de uma centena de trabalhadores», incluindo casais que perderam a totalidade dos seus rendimentos, devia ter agido de imediato, consideram os sindicatos: assumindo a gestão directa do serviço concessionado, assim como os contratos de trabalho e salários de Fevereiro.

Mas a solução tarda. O Secretário de Estado informou a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) de que já está a ser efectuada uma consulta ao mercado para encontrar outra empresa, prevendo a resolução do problema no prazo de 30 dias. Entretanto, a CP já terá dado início ao processo de denúncia do contrato de concessão com a Apeadeiro 2020.

Isso não é uma solução para os trabalhadores, que não se conformam com a posição do Governo PS e da CP: «Não é aceitável que os trabalhadores, que já têm o salário de Fevereiro em atraso, fiquem mais o mês de Março sem salário», afirma o SHS.

Esta revindicação é «a que melhor serve aos utentes – que estão a pagar um serviço que lhes está a ser negado –, e aos trabalhadores». Às 16h de hoje, 7 de Março de 2023, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, vai expressar a sua solidariedade com os trabalhadores em vigília na estação de Santa Apolónia.

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A Apeadeiro 2020, empresa que explora, há dois anos, o serviço de refeições dos bares dos comboios de longo curso, Alfa Pendular e Intercidades, da Comboios de Portugal (CP), ainda não pagou os salários do mês de Fevereiro, embora os trabalhadores tenham cumprido as suas funções, sem falha.

Na reunião de quarta-feira, 8 de Março, a Apeadeiro 2020 afirmou a sua intenção de reunir com a CP e (inexplicavelmente para uma empresa que roubou o trabalho a mais de uma centena de trabalhadores) «propor a renovação do contato de concessão e, deste modo, dar entrada no Tribunal com um requerimento de Plano de Recuperação de Empresa (PER)».

Resumidamente, lamenta a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), em comunicado enviado ao AbrilAbril, «a CP e o Governo deixaram os trabalhadores ao abandono este tempo todo, não cumpriram com a palavra dada e continuam sem solução à vista para o problema».

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Apeadeiro 2020 não vai pagar salários em Fevereiro

Depois de pagar os salários de Janeiro a conta-gotas, com grande atraso, a Apeadeiro 2020, que tem a concessão do serviço dos bares e refeições dos comboios da CP anunciou que não pagaria o mês de Fevereiro.

Créditos / NiT

A empresa Apeadeiro 2020, explora o serviço de refeições dos bares dos comboios de longo curso, Alfa Pendular e Intercidades, da Comboios de Portugal (CP) há quase 2 anos, empregando, nesta concessão, cerca de 130 trabalhadores. A concessão deu-se em 2021, representando uma poupança de 300 mil euros anuais para a CP e a degradação do serviço prestado para os utentes.

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Salários em atraso nos bares dos comboios da CP

Os Trabalhadores da Apeadeiro 2020, que prestam o serviço de Bar e Restauração nas viagens de longo curso da CP, ainda não receberam os salários de Janeiro. CP é parte do problema.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A Apeadeiro 2020, empresa concessionária do serviço dos bares e refeições dos comboios de longo curso da Comboios de Portugal (CP), informou os trabalhadores de que não seria capaz de lhes pagar o salário do mês de Janeiro a tempo, devido a um arresto de contas por dívidas à Autoridade Tributária (AT).

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Dan Cake chama a polícia contra os próprios trabalhadores

Ao constatar a «força e a alegria» do piquete de greve de 9 de Fevereiro, a temerosa administração da Dan Cake preferiu chamar a polícia, sem motivo, ao invés de se sentar à mesa com os trabalhadores.

A adesão à greve no dia 9 de Fevereiro de 2023, na DanCake, foi de 100% 
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Com acção sindical à porta, Hotel Yeatman chamou a Polícia

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia, que não paga o trabalho em dia feriado com 200% aos trabalhadores, pediu aos dirigentes sindicais que saíssem da porta e, perante a recusa destes, chamou a Polícia.

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The Yeatman Hotel alegou que se tratava de um espaço privado, refere em nota de imprensa o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN), mas os sindicalistas recusaram-se a sair do local invocando o direito à actividade sindical na empresa, previsto na Lei e na Constituição da República Portuguesa.

Então, «face à recusa legitima dos sindicalistas, o hotel chamou a PSP para os expulsar», denuncia a estrutura sindical.

Ao chegarem ao local, os agentes não expulsaram os sindicalistas, mas, de forma «intimidatória e ilegal», identificaram-nos «para os amedrontar, fazendo, deste modo, o frete ao patrão».

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Hotel Yeatman «não paga devidamente» o trabalho em dia feriado

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia deve mais de 1200 euros a cada trabalhador, tendo em conta que em Janeiro de 2019 deixou de pagar os feriados com 200%, estima fonte sindical.

The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, aparece anunciado como uma unidade hoteleira de luxo 
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Ao ter conhecimento da situação no The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN) solicitou uma reunião à empresa com o intuito de a tentar convencer «a retomar o pagamento devido que era feito aos trabalhadores em cada feriado até ao final de 2018».

Tendo em conta a recusa da empresa, o sindicato requereu então uma reunião ao Ministério do Trabalho para tentar resolver a situação, mas a posição da administração manteve-se inalterável, refere a estrutura sindical em nota de imprensa.

Como The Yeatman Hotel deixou de pagar, em Janeiro de 2019, o trabalho prestado em dia feriado com 200% – conforme determina o Contrato Coletivo de Trabalho em vigor – e como cada trabalhador trabalha em média dez feriados por ano, o sindicato estima que a empresa tenha deixado de pagar 346 euros por ano a cada trabalhador.

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«Ou seja, a empresa já deve cerca de 1211 euros a cada trabalhador», aponta o sindicato.

«Os trabalhadores do sector da hotelaria e restauração também gostariam de passar os feriados com os seus familiares e amigos», afirma o texto, frisando que muitos trabalhadores não gostam de trabalhar no sector porque são obrigados a trabalhar aos fins-de-semana e feriados.

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Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

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Apesar de os dirigentes sindicais presentes terem alertado os agentes da PSP que as autoridades policiais não podem intrometer-se na actividade sindical, que não havia nenhum tumulto ou qualquer alteração à ordem pública e acções como aquela estavam a decorrer em dezenas de hotéis, os agentes mantiveram a ordem de identificação, o que leva o sindicato a afirmar que pareciam «estar instruídos para tentar meter medo aos sindicalistas e levá-los a abandonar o local».

Mas não o não conseguiram, tendo em conta que a acção decorreu durante o período previsto de duas horas, revela a organização representativa dos trabalhadores, acrescentando que vai apresentar queixa contra os agentes policiais que «exorbitaram as suas atribuições e competências».

A iniciativa à porta da unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia foi uma de várias acções de protesto que o sindicato está a levar a cabo junto aos hotéis da região do Porto, também com o intuito de sensibilizar os seus clientes para a situação social que se vive no sector, distribuindo comunicados em inglês e português.

Ontem, estavam previstas acções nos grupos Yeatman, Accor e Holiday Inn, de manhã, e nos grupos Vila Galé, Bessa Porto e Grande Hotel do Porto, à tarde.

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Para além do comportamento antidemocrático da DanCake na greve de dia 9 de Fevereiro, as práticas laborais da empresa já não eram recomendáveis. Mais de 1/3 dos 150 funcionários da DanCake são precários, denuncia o SINTAB, e as mais recentes actualizações salariais diferenciadas não resolveram a situação.

Em vez de acolher a reivindicação dos trabalhadores e aplicar um aumento de 90 euros, a DanCake optou por «aumentos com base em supostas atualizações que não aconteceram e que irão ter repercussões futuras». Alguns destes aumentos são de apenas 2 euros acima do salário mínimo nacional.

A empresa não é a única a ficar mal na fotografia: no entender do SINTAB, «não abona grande coisa a favor das autoridades portuguesas que estas, sem motivo aparente, sejam rápidas a sacar do papel e bloco de apontamentos para identificar trabalhadores e dirigentes sindicais» sem terem motivo para isso (para além das exigências patronais).

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Embora os trabalhadores não tenham a opção de deixar cumprir aquilo a que estão contratualizados, a Apeadeiro 2020 não aparente reger-se pelos mesmos princípios: não tinha condições para cumprir as suas obrigações e, como tal, não cumpriu.

A empresa deve os salários a cerca de 120 trabalhadores, que se concentraram em plenário em frente à sede da CP, em Lisboa, no Dia de Indignação, Protesto e Luta convocado pela CGTP-IN para 9 de Fevereiro.

Segundo a Apeadeiro 2020, as transferências mensais realizadas pela CP, no âmbito do contracto de concessão para a exploração do serviço nos comboios, e que servem para assegurar os salários dos trabalhadores, não se concretizaram por instruções da AT à CP.

A CP também tem responsabilidades nesta matéria, considera o Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN). A empresa pública deve ser «parte activa na resolução desta situação», intervindo junto da Apeadeiro 2020, mas também procurando soluções que «assegurem a manutenção do serviço e os postos de trabalho».

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No passado mês de Janeiro, a empresa alegava que as suas contas bancárias tinham sido penhoradas, não tendo pago o salário pontualmente. Mesmo assim, a empresa lá acabou por pagar, aos poucos, os valores em fívida para com os trabalhadores, regularizando «praticamente toda a situação», informa, em comunicado, o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN).

Chegados ao fim de Fevereiro, depois de um mês inteiro em que os trabalhadores cumpriram eximiamente as suas funções, «a empresa informou os trabalhadores que este mês não vai pagar o salário», afirmando a sua intenção de requerer um Plano de Recuperação de Empresa (PER).

Atendendo à situação extremamente precária que a Apeadeiro 2020 causou a centenas de pessoas e às suas famílias, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) agendou uma reunião com o Ministério do Trabalho, a empresa e a CP, a realizar no dia 23.

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Trabalhadores dos bares dos comboios estão em greve

A falta de pagamento do subsídio de férias e do salário de Setembro motivam a paralisação quase total. Só um trabalhador com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido».

Créditos / NiT

A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) denuncia, através de comunicado, que a Apeadeiro 2020, nova concessionária do serviço de refeições, «faltou ao compromisso» e não pagou o salário de Setembro e o subsídio de férias.

Dos 117 trabalhadores, apenas um com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido», revela a estrutura sindical. 

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CP paga mais por menos trabalhadores nos bares dos comboios

O novo concurso da CP para o serviço dos bares dos comboios reduz o número de trabalhadores em dois terços mas o valor pago diminui apenas um terço, denuncia a Fesaht.

Na foto, o novo Alfa Pendular, apresentado na estação de Santa Apolónia, em Lisboa. 24 de Março de 2017
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A pedido da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), realizou-se hoje uma reunião no Ministério do Trabalho com a CP e a empresa concessionária do serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, a Risto Rail.

Esta reunião foi pedida depois de a CP ter denunciado o contrato de concessão do serviço de refeições com efeitos a 31 de Julho, não ter aberto novo concurso para o serviço e continuar a impedir a retoma do serviço de refeições a bordo dos comboios.

Questionada pela Feshat, a CP informou que está a decorrer um novo concurso público para o serviço de refeições a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades e que este novo concurso reduziu os serviços para apenas serviço de bar fixo, deixando de haver serviço ao lugar (mini-bar) e serviço de boas vindas na primeira classe (acolhimento e jornal gratuito).

Além disso, a CP referiu que o novo caderno de encargos reduz o número de trabalhadores nos Alfa Pendular de três para um trabalhador por comboio. A estrutura sindical manifestou o seu desagrado por esta medida que considera «grave», uma vez que «põe em causa o direito à saúde e segurança do trabalho e as condições de trabalho» e é «um convite a dezenas de despedimentos».

Por outro lado, a Feshat considera «estranho» que a CP reduza a contrapartida monetária em um terço (de 120 mil euros mensais para cerca de 90 mil euros mensais), mas reduza o número de trabalhadores em dois terços (de três para um trabalhador).

Finalmente, quando questionada sobre a retoma da actividade do serviço de refeições a bordo, a CP desculpou-se em pareceres dos serviços de segurança e saúde no trabalho, informando que devem reabrir dia 3 de Maio, e que tal se deve às orientações da DGS, embora os restaurantes e bares já estejam abertos desde ontem.

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Já no final de Agosto a Fesaht denunciou que os trabalhadores da nova concessionária dos bares dos comboios Intercidades e Alfa Pendular estavam de férias sem receber o respectivo subsídio, impossibilitando o gozo desse período «em condições mínimas». 

Ao mesmo tempo recordou que já tinha alertado para a necessidade de esclarecer a questão do pagamento do subsídio numa reunião realizada dia 29 de Julho, no Ministério do Trabalho, com a anterior concessionária, Risto Rail, e com a actual, a Apeadeiro 2020, que assumiu a concessão no dia 1 de Agosto. 

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Infelizmente, mesmo sendo a situação da responsabilidade exclusiva da empresa, esta decidiu mesmo não aparecer, «alegando que não tem nada para dizer de novo aos trabalhadores».

Nesta reunião, a Fesaht exigiu que a CP assumisse o serviço de refeições dos bares dos comboios, garatindo igualmente todos os contratos de trabalho dos trabalhadores. A Comboios de Portugal, sem se comprometer, reconheceu a necessidade de «entregar de imediato o serviço a outra empresa e depois fazer novo concurso».

Os trabalhadores já dirigiram um protesto à CP no passado dia 9 de Fevereiro, tendo recentemente decidido avançar com uma greve no dia 1 de Março, bem como realizar uma concentração de protesto à porta do Ministério das Infraestruturas nesse mesmo dia, pelas 11h, «para exigir o pagamento do salário de fevereiro e a tomada de medidas modo a seremque garantam os postos de trabalho e o serviço de refeições a bordo dos comboios».

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A Apeadeiro 2020, «para enganar os incautos, veio nesta reunião repetir o que anda a dizer desde Janeiro, sabendo, como sabe, que a empresa não tem qualquer viabilidade económica». Em Janeiro, os salários já tinham sido pagos com um atraso significativo.

Em plenário realizado logo a seguir à reunião, na estação da Campanhã, no Porto, os trabalhadores da Apeadeiro 2020 decidiram manter a greve por tempo indeterminado e as vigílias e acampamentos no Porto e em Santa Apolónia, em Lisboa. 

Foi também agendada uma acção de luta em Estarreja, na Confeitaria Miranda, empresa que pertence ao sócio gerente da empresa que roubou os salários, para a próxima sexta-feira, 10 de Março, às 11h, em que os trabalhadores vão exigir que lhes sejam pagas todas as horas trabalhadas (e pelas quais a Apeadeiro 2020, os patrões, foram pagos).

O PCP entregou hoje um requerimento no Parlamento para ouvir o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente da Comboios de Portugal (CP) sobre a situação dos 130 trabalhadores dos bares, que têm os salários de Fevereiro em atraso.

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Continuamos a falar sobre a luta que estava a ser desenvolvida. Contou-me que o dono da Apeadeiro 2020, José Alegria, tinha aberto,há pouco tempo um café em Estarreja. Passado pouco tempo transmitiu aos trabalhadores dos bares da CP que não tinha condições para lhes pagar os salários. Todos contam isto de forma incrédula. Questionam-se como foi possível o «Senhor Alegria», que é trabalhador da CP, ter ganho o concurso de concessão, também ele promovido pela CP, sem apresentar garantias. Conta-se que, um mês antes, tinha aberto a empresa com apenas cinco mil euros de capital social. 

Por entre a conversa, Luís Baptista disse algo que muitos opinadores, uns mais verbalistas que outros e que mimetizam análises, deveriam ouvir: «o que aqui vês não é como nos livros. Para termos esta forma de luta tivemos vários plenários e várias discussões. É por via da discussão que fazemos acontecer». Foi dando então exemplos: antes de fazerem greve tiveram um processo de discussão, quando partiram para a vigília também tiveram um processo de discussão, e quando se foram manifestar para a porta do café do patrão, em Estarreja, também o fizeram com base na discussão. Segundo ele, foi graças à discussão que conseguiram ter praticamente 100% de adesão à greve, não tivessem tido nos últimos 2 meses mais de 10 plenários. «A nossa força reside na nossa unidade», vinca o Luís.

Num cenário hipotético, perguntei-lhe como seria se, no dia seguinte, vissem os salários repostos e o principal problema fosse resolvido. A sua resposta também é demonstrativa do grau de consciência que os trabalhadores foram ganhando com o decorrer da luta: «Caso tudo se solucione, caso venha uma nova empresa, é uma luta que acaba, mas uma nova luta começa - a luta por um novo Acordo de Empresa».

A situação não é fácil, mas a resolução é. Uns trabalhadores dizem, com razão, que a sua integração na CP seriam umas migalhas para a empresa ferroviária. A verdade é que, de muitos lados, o silêncio face ao que estes trabalhadores estão a passar é ensurdecedor. A Rute questionava «Eu sei que o PCP, e acho que o Bloco também, já apresentaram perguntas ao Governo sobre a nossa situação, e eles [CP e Governo PS] recusam-se a responder. Porquê? Parece que não existimos. Mas olha, quem passa por aqui sabe que existimos e nós vamos continuar». 

Com o decorrer da noite os trabalhadores presentes na vigília iam-se concentrando numa das tendas grandes. Uns em busca de um espaço abrigado para se sentarem e descansarem, outros em busca de convívio. Nessa mesma tenda estava uma mesa de campismo e vários cantis, garrafas de águas e aperitivos diversos para ir escondendo a fome que aparece naturalmente com o avançar das horas. Entre todos os objectos que, dada a pouca luminosidade, se tornavam difíceis de apontar, saltava à vista a silhueta de um copo de plástico com água a um terço que carregava dois cravos. É escusado escrever sobre o simbolismo dos cravos, é algo que salta naturalmente à vista. 

Enquanto confraternizaram com os cravos no centro da mesa, a Rute trouxe uma coluna. Meteu primeiro uma música da Daniela Mercury, destoando um pouco do cenário montado, o que foi jocosamente apontado pelo Fernando. A Rute rapidamente retorquiu: a música era alegre, já bastavam os problemas que tinham e que naquele momento precisavam era de alegria. Incorporando a tarefa de DJ, a Rute não hesitou em passar à próxima música, mudando para a Vamos ao Trabalho dos Peste e Sida e animados acompanharam o refrão cantado por João San Payo. Ouviu-se repetidamente «Ao trabalho, ao trabalho». 

A música seguinte, radicalmente diferente a nível de ritmo, foi o Homem do Leme dos Xutos e Pontapés. Se as primeiras músicas têm o efeito natural de animar, esta nem tanto, mas dizia a Rute que tinha sido com essa música que fizeram a viagem até Estarreja para se manifestarem à porta do café do «Senhor Alegria». Enquanto a coluna passava a música, iam falando por vídeo-chamada com os colegas que estavam na vigília do Porto. Além de perguntarem como estavam eles, mostravam quem estava presente naquele turno. Em simultâneo, num momento de alegria, começaram a cantar o refrão da música e os colegas do Porto acompanhavam. À distância preocupam-se uns com os outros, sentem que em ambos os lados a luta é a mesma e a perseverança de uns serve de incentivo a outros. 

A última música foi a Sem Eira Nem Beira, também dos Xutos e Pontapés, cantada pelo baterista Kalú. A música, por si só, retrata o período final do governo PS de José Sócrates e traduz a perspectiva de um trabalhador do que sente um trabalhador ante as injustiças. Foi talvez a música mais cantada. Em uníssono cantaram o primeiro verso: «Anda tudo do avesso / Nesta rua que atravesso / Dão milhões a quem os tem / Aos outros um passou-bem». Seguiram com mais força para o segundo: «Não consigo perceber / Quem é que nos quer tramar / Enganar, despedir / E ainda se ficam a rir». Chegaram ao terceiro com um espírito de auto-identificação e esperança: «Eu quero acreditar / Que esta merda vai mudar / E espero vir a ter / Uma vida bem melhor». O quarto verso foi o mais audível e a interpretação era fácil: «Mas se eu nada fizer / Isto nunca vai mudar / Conseguir, encontrar / Mais força para lutar». 

Este pequeno momento reforçava os laços de quem ao longo de 15 dias de greve sentiu o companheirismo a cada segundo. O sacrifício, a confrontação com dificuldades comuns, as histórias partilhadas, os mesmo objectivos e as horas que passavam acordados reforçava a unidade. 

«Nunca faltei, nunca roubei um café, nunca os deixei ficar mal... E é esta a paga.»

Por volta das 5h30, já em Santa Apolónia, o silêncio reinava e a Rute e o Luís dormiam sentados nas cadeiras. Os restantes foram para outra tenda, e o Valente fala com umas pessoas que por lá tinham passado. Nessa tenda para onde foram, o Fernando falava com o Daniel e outra colega que dizia, em jeito de desabafo, que só queria que isto tudo acabasse para poder pagar a faculdade à filha. O decorrer da conversa levou a que me contassem a sua realidade laboral. Dizia o Daniel que tinha passado para o armazém porque já não aguentava mais os horários «da linha». Contava que quando «fazia linha», apesar de ter um horário de oito horas, fazia muito mais, pois, muitas das vezes ficava seis horas à espera do comboio em que ia fazer serviço para voltar para Lisboa. As oito horas de trabalho facilmente se multiplicavam. «Saía de casa às 6 horas e era o Fernando que me ia buscar para eu não me atrasar, e só chegava a casa perto das 20 horas. Para quê?», questionava o Daniel que respondeu de imediato à pergunta que o próprio fez: «Para levar pouco mais que o salário mínimo para casa, é o que é». 

Fernando pegou no testemunho e decidiu também expor a sua indignação: «Trabalho aqui há 26 anos, ainda tu nem tinhas nascido (apontando para o Daniel). Nunca faltei, nunca roubei um café, nunca os deixei ficar mal... E é esta a paga. Se a empresa está assim não é por culpa nossa. E nós avisamos várias vezes». Por entre os relatos das dificuldades surge o desabafo central: «é casa, é carro, é tudo… como é que vamos pagar as nossas despesas?»

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Trabalhadores da Apeadeiro 2020 em greve por tempo indeterminado

Começou ontem o acampamento e vigília dos mais de 130 trabalhadores da Apeadeiro 2020, ainda sem o salário de Fevereiro. Trabalhadores permanecem na Campanhã e Sta. Apolónia até à data da reunião com a CP, dia 8.

Comboios parados na estação de Santa Apolónia
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A vigília (com acampamento) começou ontem, dia 6 de Março, às 17 horas, nas estações de Santa Apolónia, em Lisboa, e Campanhã, no Porto. A acção vai prolongar-se até, pelo menos, às 11h de dia 8 de Março, quando se realiza a reunião entre os trabalhadores, sindicatos, a CP e a concessionária Apeadeiro 2020 (responsável pelo não pagamento dos salários).

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Apeadeiro 2020 não vai pagar salários em Fevereiro

Depois de pagar os salários de Janeiro a conta-gotas, com grande atraso, a Apeadeiro 2020, que tem a concessão do serviço dos bares e refeições dos comboios da CP anunciou que não pagaria o mês de Fevereiro.

Créditos / NiT

A empresa Apeadeiro 2020, explora o serviço de refeições dos bares dos comboios de longo curso, Alfa Pendular e Intercidades, da Comboios de Portugal (CP) há quase 2 anos, empregando, nesta concessão, cerca de 130 trabalhadores. A concessão deu-se em 2021, representando uma poupança de 300 mil euros anuais para a CP e a degradação do serviço prestado para os utentes.

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Salários em atraso nos bares dos comboios da CP

Os Trabalhadores da Apeadeiro 2020, que prestam o serviço de Bar e Restauração nas viagens de longo curso da CP, ainda não receberam os salários de Janeiro. CP é parte do problema.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A Apeadeiro 2020, empresa concessionária do serviço dos bares e refeições dos comboios de longo curso da Comboios de Portugal (CP), informou os trabalhadores de que não seria capaz de lhes pagar o salário do mês de Janeiro a tempo, devido a um arresto de contas por dívidas à Autoridade Tributária (AT).

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Dan Cake chama a polícia contra os próprios trabalhadores

Ao constatar a «força e a alegria» do piquete de greve de 9 de Fevereiro, a temerosa administração da Dan Cake preferiu chamar a polícia, sem motivo, ao invés de se sentar à mesa com os trabalhadores.

A adesão à greve no dia 9 de Fevereiro de 2023, na DanCake, foi de 100% 
Créditos / União dos Sindicatos de Lisboa

A situação não pode deixar de causar espanto para todos aquele que convivem, naturalmente, com o estado de direito democrático. Perante o exercício constitucional dos direitos dos seus trabalhadores, nomeadamente a realização de uma greve e concentração, a administração da DanCake, empresa de produtos de pastelaria, decidiu recorrer à intimidação e à força.

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Com acção sindical à porta, Hotel Yeatman chamou a Polícia

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia, que não paga o trabalho em dia feriado com 200% aos trabalhadores, pediu aos dirigentes sindicais que saíssem da porta e, perante a recusa destes, chamou a Polícia.

Créditos / Sindicato da Hotelaria do Norte

The Yeatman Hotel alegou que se tratava de um espaço privado, refere em nota de imprensa o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN), mas os sindicalistas recusaram-se a sair do local invocando o direito à actividade sindical na empresa, previsto na Lei e na Constituição da República Portuguesa.

Então, «face à recusa legitima dos sindicalistas, o hotel chamou a PSP para os expulsar», denuncia a estrutura sindical.

Ao chegarem ao local, os agentes não expulsaram os sindicalistas, mas, de forma «intimidatória e ilegal», identificaram-nos «para os amedrontar, fazendo, deste modo, o frete ao patrão».

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Hotel Yeatman «não paga devidamente» o trabalho em dia feriado

A unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia deve mais de 1200 euros a cada trabalhador, tendo em conta que em Janeiro de 2019 deixou de pagar os feriados com 200%, estima fonte sindical.

The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, aparece anunciado como uma unidade hoteleira de luxo 
Créditos / logitravel.pt

Ao ter conhecimento da situação no The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN) solicitou uma reunião à empresa com o intuito de a tentar convencer «a retomar o pagamento devido que era feito aos trabalhadores em cada feriado até ao final de 2018».

Tendo em conta a recusa da empresa, o sindicato requereu então uma reunião ao Ministério do Trabalho para tentar resolver a situação, mas a posição da administração manteve-se inalterável, refere a estrutura sindical em nota de imprensa.

Como The Yeatman Hotel deixou de pagar, em Janeiro de 2019, o trabalho prestado em dia feriado com 200% – conforme determina o Contrato Coletivo de Trabalho em vigor – e como cada trabalhador trabalha em média dez feriados por ano, o sindicato estima que a empresa tenha deixado de pagar 346 euros por ano a cada trabalhador.

A organização sindical faz as contas tomando como salário-base 750 euros, sendo que, por cada feriado trabalhado, a empresa deveria pagar 69,23 euros, mas paga apenas 34,61 euros.

«Ou seja, a empresa já deve cerca de 1211 euros a cada trabalhador», aponta o sindicato.

«Os trabalhadores do sector da hotelaria e restauração também gostariam de passar os feriados com os seus familiares e amigos», afirma o texto, frisando que muitos trabalhadores não gostam de trabalhar no sector porque são obrigados a trabalhar aos fins-de-semana e feriados.

O trabalho em dia feriado «deve ser valorizado pelas empresas e não desvalorizado como a administração do Yeatman faz», refere o Sindicato da Hotelaria do Norte, acrescentando que vai ouvir os trabalhadores da unidade hoteleira para decidir as medidas a tomar.

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Apesar de os dirigentes sindicais presentes terem alertado os agentes da PSP que as autoridades policiais não podem intrometer-se na actividade sindical, que não havia nenhum tumulto ou qualquer alteração à ordem pública e acções como aquela estavam a decorrer em dezenas de hotéis, os agentes mantiveram a ordem de identificação, o que leva o sindicato a afirmar que pareciam «estar instruídos para tentar meter medo aos sindicalistas e levá-los a abandonar o local».

Mas não o não conseguiram, tendo em conta que a acção decorreu durante o período previsto de duas horas, revela a organização representativa dos trabalhadores, acrescentando que vai apresentar queixa contra os agentes policiais que «exorbitaram as suas atribuições e competências».

A iniciativa à porta da unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia foi uma de várias acções de protesto que o sindicato está a levar a cabo junto aos hotéis da região do Porto, também com o intuito de sensibilizar os seus clientes para a situação social que se vive no sector, distribuindo comunicados em inglês e português.

Ontem, estavam previstas acções nos grupos Yeatman, Accor e Holiday Inn, de manhã, e nos grupos Vila Galé, Bessa Porto e Grande Hotel do Porto, à tarde.

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«Isto diz muito daquela que é a predisposição da empresa em relação à melhoria das condições de vida dos Trabalhadores», refere, nas suas redes sociais, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN), responsável pela convocação da acção de luta.

Para além do comportamento antidemocrático da DanCake na greve de dia 9 de Fevereiro, as práticas laborais da empresa já não eram recomendáveis. Mais de 1/3 dos 150 funcionários da DanCake são precários, denuncia o SINTAB, e as mais recentes actualizações salariais diferenciadas não resolveram a situação.

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Embora os trabalhadores não tenham a opção de deixar cumprir aquilo a que estão contratualizados, a Apeadeiro 2020 não aparente reger-se pelos mesmos princípios: não tinha condições para cumprir as suas obrigações e, como tal, não cumpriu.

A empresa deve os salários a cerca de 120 trabalhadores, que se concentraram em plenário em frente à sede da CP, em Lisboa, no Dia de Indignação, Protesto e Luta convocado pela CGTP-IN para 9 de Fevereiro.

Segundo a Apeadeiro 2020, as transferências mensais realizadas pela CP, no âmbito do contracto de concessão para a exploração do serviço nos comboios, e que servem para assegurar os salários dos trabalhadores, não se concretizaram por instruções da AT à CP.

A CP também tem responsabilidades nesta matéria, considera o Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN). A empresa pública deve ser «parte activa na resolução desta situação», intervindo junto da Apeadeiro 2020, mas também procurando soluções que «assegurem a manutenção do serviço e os postos de trabalho».

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No passado mês de Janeiro, a empresa alegava que as suas contas bancárias tinham sido penhoradas, não tendo pago o salário pontualmente. Mesmo assim, a empresa lá acabou por pagar, aos poucos, os valores em fívida para com os trabalhadores, regularizando «praticamente toda a situação», informa, em comunicado, o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN).

Chegados ao fim de Fevereiro, depois de um mês inteiro em que os trabalhadores cumpriram eximiamente as suas funções, «a empresa informou os trabalhadores que este mês não vai pagar o salário», afirmando a sua intenção de requerer um Plano de Recuperação de Empresa (PER).

Atendendo à situação extremamente precária que a Apeadeiro 2020 causou a centenas de pessoas e às suas famílias, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) agendou uma reunião com o Ministério do Trabalho, a empresa e a CP, a realizar no dia 23.

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Trabalhadores dos bares dos comboios estão em greve

A falta de pagamento do subsídio de férias e do salário de Setembro motivam a paralisação quase total. Só um trabalhador com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido».

Créditos / NiT

A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) denuncia, através de comunicado, que a Apeadeiro 2020, nova concessionária do serviço de refeições, «faltou ao compromisso» e não pagou o salário de Setembro e o subsídio de férias.

Dos 117 trabalhadores, apenas um com vínculo temporário se apresentou ao serviço «com medo de ser despedido», revela a estrutura sindical. 

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CP paga mais por menos trabalhadores nos bares dos comboios

O novo concurso da CP para o serviço dos bares dos comboios reduz o número de trabalhadores em dois terços mas o valor pago diminui apenas um terço, denuncia a Fesaht.

Na foto, o novo Alfa Pendular, apresentado na estação de Santa Apolónia, em Lisboa. 24 de Março de 2017
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A pedido da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), realizou-se hoje uma reunião no Ministério do Trabalho com a CP e a empresa concessionária do serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, a Risto Rail.

Esta reunião foi pedida depois de a CP ter denunciado o contrato de concessão do serviço de refeições com efeitos a 31 de Julho, não ter aberto novo concurso para o serviço e continuar a impedir a retoma do serviço de refeições a bordo dos comboios.

Questionada pela Feshat, a CP informou que está a decorrer um novo concurso público para o serviço de refeições a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades e que este novo concurso reduziu os serviços para apenas serviço de bar fixo, deixando de haver serviço ao lugar (mini-bar) e serviço de boas vindas na primeira classe (acolhimento e jornal gratuito).

Além disso, a CP referiu que o novo caderno de encargos reduz o número de trabalhadores nos Alfa Pendular de três para um trabalhador por comboio. A estrutura sindical manifestou o seu desagrado por esta medida que considera «grave», uma vez que «põe em causa o direito à saúde e segurança do trabalho e as condições de trabalho» e é «um convite a dezenas de despedimentos».

Por outro lado, a Feshat considera «estranho» que a CP reduza a contrapartida monetária em um terço (de 120 mil euros mensais para cerca de 90 mil euros mensais), mas reduza o número de trabalhadores em dois terços (de três para um trabalhador).

Finalmente, quando questionada sobre a retoma da actividade do serviço de refeições a bordo, a CP desculpou-se em pareceres dos serviços de segurança e saúde no trabalho, informando que devem reabrir dia 3 de Maio, e que tal se deve às orientações da DGS, embora os restaurantes e bares já estejam abertos desde ontem.

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Já no final de Agosto a Fesaht denunciou que os trabalhadores da nova concessionária dos bares dos comboios Intercidades e Alfa Pendular estavam de férias sem receber o respectivo subsídio, impossibilitando o gozo desse período «em condições mínimas». 

Ao mesmo tempo recordou que já tinha alertado para a necessidade de esclarecer a questão do pagamento do subsídio numa reunião realizada dia 29 de Julho, no Ministério do Trabalho, com a anterior concessionária, Risto Rail, e com a actual, a Apeadeiro 2020, que assumiu a concessão no dia 1 de Agosto. 

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Infelizmente, mesmo sendo a situação da responsabilidade exclusiva da empresa, esta decidiu mesmo não aparecer, «alegando que não tem nada para dizer de novo aos trabalhadores».

Nesta reunião, a Fesaht exigiu que a CP assumisse o serviço de refeições dos bares dos comboios, garatindo igualmente todos os contratos de trabalho dos trabalhadores. A Comboios de Portugal, sem se comprometer, reconheceu a necessidade de «entregar de imediato o serviço a outra empresa e depois fazer novo concurso».

Os trabalhadores já dirigiram um protesto à CP no passado dia 9 de Fevereiro, tendo recentemente decidido avançar com uma greve no dia 1 de Março, bem como realizar uma concentração de protesto à porta do Ministério das Infraestruturas nesse mesmo dia, pelas 11h, «para exigir o pagamento do salário de fevereiro e a tomada de medidas modo a seremque garantam os postos de trabalho e o serviço de refeições a bordo dos comboios».

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No entretanto, os comboios vão continuar a circular sem serviço de bar e refeições, «incluindo sem água potável, o que é inaceitável e ilegal», refere, em comunicado, o Sindicato de Hotelaria do Sul (SHS/CGTP-IN).

A CP, que conhece, desde Janeiro de 2023, «a grave situação social em que se encontram mais de uma centena de trabalhadores», incluindo casais que perderam a totalidade dos seus rendimentos, devia ter agido de imediato, consideram os sindicatos: assumindo a gestão directa do serviço concessionado, assim como os contratos de trabalho e salários de Fevereiro.

Mas a solução tarda. O Secretário de Estado informou a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) de que já está a ser efectuada uma consulta ao mercado para encontrar outra empresa, prevendo a resolução do problema no prazo de 30 dias. Entretanto, a CP já terá dado início ao processo de denúncia do contrato de concessão com a Apeadeiro 2020.

Isso não é uma solução para os trabalhadores, que não se conformam com a posição do Governo PS e da CP: «Não é aceitável que os trabalhadores, que já têm o salário de Fevereiro em atraso, fiquem mais o mês de Março sem salário», afirma o SHS.

Esta revindicação é «a que melhor serve aos utentes – que estão a pagar um serviço que lhes está a ser negado –, e aos trabalhadores». Às 16h de hoje, 7 de Março de 2023, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, vai expressar a sua solidariedade com os trabalhadores em vigília na estação de Santa Apolónia.

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Neste momento entra na tenda o Valente e diz logo que ganhava mais quando foi para os bares da CP do que agora. Dizem-me logo que o Valente só gostava de fazer os turnos da noite. Perguntei o porquê e ele disse que assim podia chegar a casa às 11 horas e desse forma conseguia fazer o almoço à mulher. O Fernando riu-se dessa confidência, mas o Valente não se ficou e perguntou a todos: «com os vossos horários, quantas refeições é que fizeram para a vossa família?». Ficaram todos pensativos e é fácil entender a razão. É nas refeições que se consegue falar com a família, fazer o apanhado do dia, contar o que de bom aconteceu, mas também o menos bom. A importância de uma refeição extravasa o simples acto da alimentação.

Às 6 horas chegou Fátima Silva à vigília. A Fátima tem 34 anos de casa, é a mais antiga trabalhadores, o que lhe atribui uma espécie de aura de matriarca. É quase uma mãe para todos e os trabalhadores que, de forma afectiva, a tratam por «mãe preta». Mal chegou perguntou-me se os «meninos» me tinham tratado bem e se se tinham comportado de forma adequada. Ao cumprimentar cada um ia dizendo que cada um era pior que o outro. Prontamente procurou saber como estavam e pegou nos que estavam acordados para lhes ir pagar um café. O café que para muitos seria o primeiro do dia, era o combustível necessário para continuarem.

À conversa com a Fátima, ela disse-me que entrou para ali uma menina e com 34 anos de casa é a primeira vez que deixou de receber. Ia reiterando que nunca tinha visto uma coisa assim e que já tinham sido feitas várias greves por aumentos salariais, mas nunca uma greve para receber o salário. As acusações de má gestão iam-se multiplicando e dava um exemplo concreto: sabendo que os trabalhadores estão em greve, a administração da empresa encomendou propositadamente umas sandes para perderem a validade e dessa forma poderem culpar os trabalhadores pelo prejuízo. Contava-me que o clima era nocivo e que já perto do final do ano passado os trabalhadores iam ouvindo, recorrentemente «em Janeiro vão ter uma surpresa». A surpresa, segundo ela, era não haver dinheiro para pagar salários. Para a Fátima, tudo foi premeditado. 

Perguntei-lhe qual seria para ela a solução e ela diz logo que seria a integração na CP, o que lhes daria maior estabilidade e melhoraria a qualidade do serviço. «Hoje só peço trabalho para todos», é o que conclui fazendo todo o balanço da situação e as possíveis soluções. 

Já perto das 7 horas, Luís Baptista tinha que apanhar o Alfa Pendular rumo ao Porto, para a tal reunião. Foi acompanhado pela Fátima e pelo Fernando até à plataforma. A cena parecia uma despedida de um filme, mas foi mais importante que isso: o Luís ia negociar a vida real. Após a despedida, de volta à vigília, Fernando solta um desejo: «Só espero que ele traga boas notícias para baixo». A Fátima esperançosa respondeu um «não te preocupes filho, temos que acreditar que vai trazer». 

Quando cheguei ao local da vigília novamente, depois de acompanhar o Luís até ao comboio, já lá estavam quatro novas trabalhadoras para o novo turno que iria começar. Os que estavam em final de turno apresentaram-nos e uma das trabalhadoras agradeceu o facto do AbrilAbril ter estado ali e pediu de forma emocionada para darmos a conhecer aquela história. 

Prometi fazer o meu melhor. Consigo dizer que o exemplo que todos estes trabalhadores dão, vai muito além além do que eles acham. Com esta luta é dado o exemplo de quem já quase tudo perdeu, mas não perdeu o mais importante. Não perderam a família, não perderam a dignidade, não perderam a esperança, não perderam os sonhos, não perderam a oportunidade de lutar pelo seu futuro. Lutam por tudo o que não perderam, lutam por tudo que têm a ganhar, lutam por si, lutam pelas suas famílias e lutam pelos seus colegas. A cada segundo, a cada minuto, a cada hora, a cada dia que a sua luta avança, mesmo muitos não tendo essa noção, a sua consciência de classe vai-se desenvolvendo e a palavra «trabalhador» ganhando cada vez mais peso. O que os trabalhadores da Apeadeiro 2020 estão a fazer vai muito além de uma greve e de uma vigília. Está a ser dado um exemplo a toda a classe trabalhadora. 

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Autor de Artigo Livre: 
António Azevedo

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Após longos meses de greve total, os trabalhadores conseguiram forçar a CP a assumir as suas responsabilidades, terminando o contrato de concessão e pagando os salários devidos aos trabalhadores. Os erros por parte da administração, no entanto, repetem-se: pouco tempo depois, a CP entregou novamente o serviço aos privados, desta vez à Newrail.

Primeiro como tragédia, depois como farsa. Segundo o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN), a Newrail «comprometeu-se a apresentar uma proposta de aumentos salariais para 2024, mas não cumpriu a promessa feita». Para além disso, afirma o sindicato, «a empresa deve trabalho suplementar, férias e subsídios de férias a alguns trabalhadores, que ainda não liquidou». Escusado  será dizer, «as condições de trabalho têm piorado».

«Não estão garantidos os postos de trabalho a partir do dia 31 de Dezembro de 2023». Em greve nos dias 28 e 29, os trabalhadores vão concentrar-se junto à estação da Campanhã, no Porto, a partir das 9h30, inaugurando um novo período de luta pelos seus mais elementares direitos.

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