|cinema

50 anos de Abril no Festival de Cinema de Clermont-Ferrand

O Festival Internacional de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, que começa hoje em França, vai acolher uma sessão especial sobre o cinema português no período revolucionário, assinalando 50 anos de Abril.

«A Luta do Povo»Créditos / Cinemateca

A sessão «Court d’Histoire» está marcada para domingo, 2 de Fevereiro, e consiste na exibição de dois filmes feitos no pós-25 de Abril e que se debruçam «sobre as repercussões cinematográficas deste momento histórico», numa colaboração com a Cinemateca Portuguesa, que os digitalizou.

São eles Ano 1 – 1º. de Maio (1975), filme assinado pela Unidade de Produção Cinematográfica n.º1, núcleo criado no interior do Instituto Português de Cinema, após o 25 de Abril, com vista à dinamização política, sobre a primeira celebração do Dia do Trabalhador, e A Luta do Povo: Alfabetização em Santa Catarina (1976). Este filme dá a conhecer a evolução de um curso de alfabetização para adultos que decorre no contexto da Reforma Agrária. «Para Alfredo, trabalhador agrícola de 44 anos, a aprendizagem das primeiras letras coincide com o aprofundar de uma consciência política e de classe – nas aulas, começa-se por aprender a escrever "povo", "luta" e "terra"», refere a Cinemateca na sua página na internet. O filme é assinado pelo colectivo de cineastas Grupo Zero, uma das cinco cooperativas resultantes da fragmentação do CPC – Centro Português de Cinema, após o 25 de Abril.

Nesta 47.ª edição de Clermont-Ferrand, a competição internacional conta com os filmes Percebes, documentário de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, e Bad for a Moment, de Daniel Soares, já exibidos e premiados noutros festivais

Na competição nacional do festival figura A Fronteira Azul, de Dinis Costa, numa produção francesa com Portugal e Espanha. A curta-metragem narra a chegada de um navio ilegal à costa ibérica «através dos olhos de múltiplas personagens: Os migrantes, os que cuidaram deles à chegada, os que os transportaram de Espanha para Calais, aqueles que os observam de um veleiro e a partir da rua», refere a sinopse da produtora Furyo Films.

Na secção Perspectivas Africanas está o documentário experimental Hora de mudar, da realizadora angolana Pocas Pascoal sobre colonialismo, capitalismo e biodiversidade.

Num programa dedicado a filmes que foram já distinguidos com prémios do público, Clermont-Ferrand também programou Natureza Humana, de Mónica Lima, e Lobo Solitário, de Filipe Melo, protagonizado por Adriano Luz.

Considerado o mais relevante evento dedicado à curta-metragem, o festival de Clermont-Ferrand termina a 8 de Fevereiro.


Com agência Lusa

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui