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Ciclo de Cinema Liberdade passa no Seixal

A iniciativa arranca esta quarta-feira com O Medo à Espreita, de Marta Pessoa, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, mas há sessões para todas as idades. 

«Aqueles Que Ficaram (Em Toda a Parte Todo o Mundo Tem)», de Marianela Valverde e Humberto Candeias 
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O Ciclo de Cinema Liberdade está inserido nas comemorações do 51.º aniversário do 25 de Abril de 1974 e decorre entre amanhã e sábado, com três filmes a preencher as sessões nocturnas. Para o último dia, 5 de Abril, a programação dirige-se aos mais novos, com uma sessão de curtas-metragens. 

A abertura, às 21h30 de amanhã, está a cargo de O Medo à Espreita,  de Marta Pessoa, que em 2015 recebeu o prémio Amnistia Internacional – Indie. «Em Portugal, ao longo de quase meio século, a PIDE/DGS foi a máquina atemorizadora [...]. A par dos quadros de inspectores e agentes efectivos, a polícia política recorria aos serviços dos "informadores"», lê-se na sinopse. «Cidadão comum tornado delator, que se diluía com o intuito de vigiar para denunciar, o informador tornou-se numa figura omnipresente. Entre denúncias e denunciados, este filme constrói uma memória do medo e de um país onde viver era viver vigiado», acrescenta. 

Chile, 1976, de Manuela Martelli, é o filme escolhido para quinta-feira. «Aline Küppenheim, no papel de Carmen, é uma mulher casada e bem estabelecida que, em visita à sua casa de Verão, se vê arrastada para a luta política quando o padre local lhe pede ajuda para cuidar de um resistente ferido. Um drama conjugal tépido transforma-se em thriller político, arrepiante na contraposição do conforto conformista com o terror da oposição ao regime de Pinochet, no Chile de 1976», refere a apresentação da obra. 

Aqueles que Ficaram (Em Toda a Parte Todo o Mundo Tem), de Marianela Valverde e Humberto Candeias, onde, através dos testemunhos directos de 28 familiares de resistentes antifascistas «faz-se o retrato de uma época e de um país, mas também se abrem linhas para o entendimento deste presente».

«Depois da voz dada aos presos políticos, clandestinos, exilados ou deportados em vários trabalhos anteriores, chegou a hora de ouvir quem também resistiu ao "cárcere" das privações materiais e emocionais, tantas vezes ainda sem idade para entender e muito menos aceitar as inevitáveis e profundas mudanças abruptas no quotidiano», lê-se na sinopse. Partindo da recolha e análise «de algumas das cerca de 100 entrevistas realizadas com familiares de opositores, e inseridas num trabalho de investigação académica na área da história contemporânea», este filme documental conduz-nos «pelas vivências e consequências de um tempo obscuro na vida de cada uma dessas personagens e as suas formas de resistência», contribuindo para o conhecimento da história da resistência à ditadura. 

A sessão infantil de curtas-metragens que encerra este ciclo tem curadoria da Casa da Animação. A Menina com os Olhos Ocupados, de André Carrilho, O Sonho de Sam, de Nolwenn Roberts, O Estado de Alma, de Sara Naves, e A Menina Parada, de Joana Toste, são algumas das obras que visam transmitir aos mais novos os «valores implícitos aos ideais do 25 de Abril de 1974 e da liberdade que esta e outras revoluções nos trouxeram». 

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