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Iniciativas decorrem até ao final do ano, no concelho de Cascais

Celebrações dos 111 anos do nascimento de Fernando Lopes-Graça

Uma conferência por Manuel Deniz Silva e Pedro Rodrigues, na Casa Verdades de Faria-Museu da Música Portuguesa (MMP), no Monte Estoril, abre esta sexta-feira as celebrações dos 111 anos do nascimento de Fernando Lopes-Graça, em Cascais.

Fernando Lopes-Graça foi um dos maiores maestros e compositores portugueses do século XX. Foi preso político no Aljube e em Caxias, dirigente do Movimento de Unidade Democrática (MUD) e membro do PCP.
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A conferência «Fernando Lopes-Graça em três momentos políticos (1937-1945-1974) – Escuta de obras e debate a quatro mãos» faz parte de uma programação que se prolonga até Dezembro, e que inclui palestras, simpósios, recitais e exposições, no concelho de Cascais, a quem o músico doou o seu espólio.

As diferentes iniciativas contam com a participação, entre outros, do compositor Sérgio Azevedo, que foi amigo de Lopes-Graça, dos pianistas António Rosado e Nuno Vieira de Almeida, do musicólogo Mário Vieira de Carvalho e do Moscow Piano Quartet.

No dia 13 de Julho, realiza-se um recital pelo pianista António Rosado, comentado pelo compositor Sérgio Azevedo, nas Casas do Gandarinha-Centro Cultural de Cascais, do qual fazem parte obras de Debussy e a Suite n.º 5 «in memoriam Béla Bartók», de Lopes-Graça.

Em declarações à agência Lusa, Sérgio Azevedo, que foi um dos últimos alunos de Lopes-Graça e se assume como seu discípulo, lamentou que «as grandes obras corais e sinfónicas do compositor estejam ausentes da programação das principais salas de concerto» e referiu que, apesar de «ser um dos compositores mais recuperados em termos teóricos, não existe ainda uma biografia completa sua».

No decorrer desta programação comemorativa, entre outras iniciativas, irá ser apresentada, no dia 18 de Setembro, na Casa Verdades Faria-MMP, uma fotobiografia de Fernando Lopes-Graça (1906-1994), da autoria de Mário Vieira de Carvalho, Manuel Deniz Silva e António de Sousa.

No mesmo dia, será inaugurada, naquele museu, uma exposição fotográfica alusiva ao compositor, natural de Tomar, autor, entre outras peças, das Canções Heróicas, com poemas de autores como José Gomes Ferreira, João Cochofel, Carlos de Oliveira e Armindo Rodrigues.

O compositor, falecido na vila da Parede, no concelho de Cascais, em 1992, deixou em testamento todo o seu espólio à Câmara Municipal de Cascais, para ser incorporado no MMP.

A programação inclui, no Centro Cultural de Cascais, um concerto pelo Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música, sob a direcção do maestro José Robert, com o pianista Fausto Neves, no dia 26 de Outubro; uma conferência-recital de apresentação do projecto discográfico Fernando Lopes-Graça: Songs and Folksongs, com o pianista Nuno Vieira de Almeida, a soprano Susana Gaspar, a meio-soprano Cátia Moreso e o tenor Fernando Guimarães, no dia 26 de Outubro; e o simpósio «Fernando Lopes-Graça em retrospectiva», nos dias 15 e 16 de Dezembro.

As celebrações encerram no dia 17 de Dezembro, com um concerto pelo Moscow Piano Quartet, em que será estreada uma peça de Sérgio de Azevedo e a obra distinguida com o Prémio Internacional de Composição Fernando Lopes-Graça/2017, que será entregue ao vencedor.


Agência Lusa

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