A mostra tem curadoria de Emília Tavares e versa sobre o momento actual, disruptivo, «de medo, insegurança e desigualdade», com que a humanidade se confronta, segundo informação do site do MNAC.
Luciana Fina apresenta um filme realizado no início da crise pandémica no País, no qual se exibe a devastação da paisagem natural pela especulação imobiliária, «quando a pandemia parecia trazer uma nova esperança de repensar a sistémica agressão aos ecossistemas», como se pode ler num texto do museu.
João Pina apresenta fotografias, captadas no Brasil, dos habitantes do emblemático edifício modernista de São Paulo, o Copan, construído em 1966 pela mão de Óscar Niemeyer, nas quais se revela «uma complexidade social e económica endémica, mas também o mesmo desejo global de reinventar a existência», como explica a curadoria da mostra.
Vasco Barata expõe desenhos, realizados durante o período de confinamento, onde reflecte «as formas híbridas que simbolicamente nos habitam hoje, orgânicas, mutantes, erráticas», descreve-se na exposição.
Segundo a curadoria, «os trabalhos aqui apresentados são assim um exercício de comunidade», no conceito de Giorgio Agamben, «um dos mais polémicos filósofos da actualidade». A ideia é a da apropriação política da vida de cada pessoa face ao estado de excepção, em que «muitos dos direitos adquiridos, pelo menos em democracia, são suspensos».
«O seu perigo, a sua intrínseca violência, como afirmava outro importante filósofo, Walter Benjamin, em plena ascensão desse outro estado de excepção que foi o nazismo, é que nestes estados de excepção, de que a pandemia é agora a causa, a existência fica fora do direito, tornando-se uma vida exposta, destituída, ou limitada, de direitos pelo próprio direito», discorre ainda a curadoria da mostra, que ficará patente no MNAC até 23 de janeiro de 2021.
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