Marta Martins, directora executiva da Artemrede, disse hoje à Lusa que o festival cruza o espectáculo de marionetas e o teatro de objectos «com outros discursos e outras áreas», visando diferentes públicos e decorrendo em diferentes locais – desde teatros a ruas e praças, mas também associado a percursos que levam os visitantes a conhecer monumentos e património.
Os 20 eventos programados – 13 espectáculos, quatro oficinas, uma instalação de luz e música, e duas vídeo-instalações criadas especificamente para espaços de Tomar (distrito de Santarém) e de Sobral de Monte Agraço (Lisboa) – vão acontecer em Abrantes, Alcanena, Alcobaça, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Pombal, Santarém, Sobral de Monte Agraço e Tomar.
Para Marta Martins, o envolvimento de grupos de espectadores – designados por Visionários – na escolha de parte da programação, num processo participativo que envolveu visionamento das ofertas disponíveis e muita discussão, mediada por programadores locais, constitui o «aspecto mais inovador» do festival.
Este processo, que aconteceu em cinco dos seis concelhos da zona Centro, permite aos espectadores «perceberem como se constrói a programação, o que está por detrás de cada decisão, desde as necessidades técnicas ao orçamento à necessidade de respeitar um plafond», referiu.
«É um passo mais à frente na participação cultural», afirmou, sublinhando que o nível de envolvimento revelou um potencial que os próprios municípios estão a querer levar para outras áreas da programação concelhia.
Marta Martins afirmou que o Manobras apresenta «uma programação diversificada», ajustada à dimensão e às lógicas de cada localidade, procurando «apresentar projectos de qualidade em formatos diversificados, de várias disciplinas e para diferentes faixas etárias».
O financiamento obtido no Programa Operacional Centro 2020 permitiu que a Festa da Marioneta, organizada pela Artemrede desde 2009, assumisse o cariz de festival com uma componente internacional, com forte ligação ao património e ao território, acreditando que esta nova dimensão da iniciativa permanecerá mesmo depois de findo o apoio comunitário.
Para a directora da Artemrede, além da obtenção de financiamento, a associação tem permitido «dar outra escala» à programação dos municípios associados e facilitado o trabalho em conjunto, levando os municípios a «conjugar recursos e a pensar de forma mais integrada com os seus pares, o que desafia para projectos que sozinhos teriam dificuldade de realizar».
A iniciativa arranca no próximo dia 14, às 17h, com o espectáculo Muita Tralha Pouca Tralha, de Catarina Requeijo, na Praceta António Luís Borges, em Sobral de Monte Agraço. No mesmo dia, pelas 21h30, Tomar recebe Entremundos, pelos PIA – Projectos de Intervenção Artística.
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