Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, Silva Melo estudou na London Film School, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e estagiou em Berlim junto do encenador Peter Stein, e, em Milão, com Giorgio Strehler. Com Luís Miguel Cintra fundou e dirigiu o Teatro da Cornucópia (1973/79). Em 1995, fundou a sociedade Artistas Unidos, que dirigia.
Autor do libreto de Le Château dês Carpathes (baseado em Júlio Verne) de Philippe Hersant, Jorge Silva Melo assinou peças como Seis Rapazes Três Raparigas, O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, Prometeu, Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, e, entre outras, O Navio dos Negros.
No cinema, realizou as longas-metragens Passagem ou A Meio Caminho, Ninguém Duas Vezes, Agosto, Coitado do Jorge, António, Um Rapaz de Lisboa, e a curta-metragem A Felicidade, mas também documentários sobre a vida de artistas plásticos, como Nikias Skapinakis e Ângelo de Sousa.
Jorge Silva Melo traduziu obras de Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter.
Nascido em Lisboa, a 7 de Agosto de 1948, Silva Melo faleceu na noite desta segunda-feira, no Hospital da Luz (Lisboa), vítima de doença oncológica. «É como se tivesse ardido a nossa mais esplêndida biblioteca, como se tivesse ruído o nosso mais fulgurante teatro. Que profunda tristeza», escreve na rede social Facebook, o dramaturgo e encenador Tiago Rodrigues, ex-director artístico do Teatro Nacional D. Maria II.
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