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Município indignado com exclusão das companhias de Setúbal pela DGArtes

As companhias de teatro de Setúbal foram excluídas do programa de apoio sustentado para o quadriénio 2018-2021. O Município sadino protestou junto da DGArtes, esta segunda-feira. 

A Câmara de Setúbal denuncia a precariedade a que os actores são sujeitos e de «fazerem tanto com o pouco que recebem»
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Num ofício assinado pela presidente Maria das Dores Meira, a Câmara Sadina apresentou «o seu protesto» e «total indignação» pelo facto de, «mais uma vez», as companhias teatrais de Setúbal se virem excluídas do financiamento associado ao programa promovido pela Direção-Geral das Artes (DGArtes).

«É com total inconformismo que recebemos os resultados do concurso e queremos, desde já, manifestar solidariedade com todas as estruturas que ficaram excluídas deste apoio», lê-se na missiva enviada à directora-geral das Artes, Paula Varanda.

O Município assume o compromisso de «tudo fazer» de modo a reverter a situação, frisando que as companhias de teatro do concelho cumprem um «importante papel na criação individual e colectiva» já que proporcionam «bens culturais essenciais a uma vivência mais rica e estimulante», o que torna «fundamental os apoios que recebem do Estado».

A Câmara de Setúbal sublinha o quotidiano de precariedade de diversos actores e actrizes, que «todos os dias batalham pela sobrevivência», e que «tantas vezes se transcendem ao fazerem tanto com o pouco que recebem».

«Um ataque violento ao meio artístico»

Em Palmela, a companhia de teatro O Bando defende que os apoios não reflectem o crescimento e o aumento de investimento nas artes «prometido pelo actual Governo, e estudado durante o ano de 2017».

Embora faça parte do grupo de estruturas apoiadas, O Bando denuncia que o valor agora atribuído representa um corte de cerca de 11% face a 2017 e é inferior «ao valor que nos foi atribuído já em 1997», sendo ainda «muitíssimo inferior ao valor de que usufruímos em 2010».

A companhia recusa «aceitar passivamente este desinvestimento no meio teatral português», com a consequente eliminação de estruturas e festivais que, ao longo dos anos, «foram contribuindo com diferentes estéticas e abordagens para um tecido cultural mais rico [...] respeitando e aclamando uma das essências da soberania e identidade nacional: a cultura»

Solidário com as companhias que foram alvo de «cortes substantivos em relação ao apoio anterior e com aquelas que, pura e simplesmente, não foram apoiadas», O Bando denuncia que, «o que vem sendo anunciado não corresponde a uma retoma das condições pré-troika».

Considerando que os cortes representam «um ataque violento ao meio artístico português, ao eliminar estruturas de criação espalhadas um pouco por todo o País», a companhia de Palmela apela à «coragem» e à «tenacidade» do Governo para reverter estas «medidas drásticas». 

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