O espectáculo é uma criação original de Paulo Calatré, que parte da reescrita da tragédia mais conhecida do dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare (1564-1616) e pode ser visto esta noite, pelas 22h, no Pátio do Centro de Artes Visuais (CAV), em Coimbra.
Segundo o encenador, citado numa nota d'A Escola da Noite, o objectivo é apresentar a obra a «um público heterogéneo, convidando-o de uma forma lúdica ao contacto com uma das mais emblemáticas obras da dramaturgia clássica mundial». Nesta história, o país está assolado pela peste e pela guerra e as companhias de teatro organizam-se em pequenos grupos de saltimbancos que percorrem o território para sobreviverem e assegurarem o futuro da sua arte, relembrando as réplicas da única obra que sabem de memória, o Hamlet de William Shakespeare.
«A obra original apenas sobrevive na memória dos actores e é essa a versão que vão contar», lê-se na apresentação, acrescentando que, apesar de desconfiar dos cómicos, o público «lá se vai instalando na praça para receber o espectáculo».
«Ao longo dos tempos – acrescenta o Teatro das Beiras, "a memória transformou-se e foi alterando a narrativa original da obra. Que Hamlet é este depois de tantos anos na estrada? O que resta? No que se transformou? Será condenada a desaparecer ou resistirá ao tempo e à memória?», refere-se no comunicado.
Construído com «uma linguagem que tenta encontrar ecos na escrita da poesia popular e nas técnicas da Commedia dell'Arte, do Clown, do Teatro Físico e da Improvisação», o espectáculo, de entrada gratuita, conta com as interpretações de Bernardo Sarmento, Gonçalo Babo, Sílvia Morais, Susana Gouveia e Tiago Moreira.
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