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Zeca Afonso: Álbuns entre 1968 -1981 serão reeditados a partir de Outubro

Os 11 álbuns do músico e resistente antifascista, lançados originalmente entre 1968 e 1981, começam a ser reeditados em Outubro deste ano. RTP assinala aniversário de Zeca Afonso, esta segunda-feira.

Zeca Afonso
Créditos / Antena Miróbriga

O primeiro álbum a ser reeditado, «sob o novo selo Mais 5», de acordo com a editora Lusitanian Music, num comunicado hoje divulgado, será Cantares do Andarilho, que estará disponível em formato CD e nas plataformas digitais em 1 de Outubro.

Seguem-se Contos Velhos Rumos Novos, em 29 de Outubro, e Traz Outro Amigo Também, em 26 de Novembro. «Os LP (vinil) dos três álbuns serão editados a 26 de Novembro em consequência dos atrasos globais no fabrico deste formato», refere a editora.

O projecto de reedição das obras «prevê também uma sequência de edições de singles nas plataformas digitais que irão anteceder a edição de cada álbum, de forma a divulgar as canções de José Afonso junto de novos públicos».

No passado dia 25 de Abril, a família do músico revelou que iria avançar com a edição dos 11 álbuns originalmente editados entre 1968 e 1981, mas indisponíveis há vários anos, «assumindo a importância cultural de disponibilizar esta música ao mundo».

José Afonso lançou em 1968 o seu disco de estreia na editora Orfeu, de Arnaldo Trindade, sob o título Cantares do Andarilho, que incluía temas como «Natal dos Simples» e «Vejam Bem».

Até 1981, editou uma série de álbuns que se tornaram marcos da música portuguesa, desde Contos Velhos Rumos Novos (1969) a Fados de Coimbra e Outras Canções (1981), passando por Traz Outro Amigo Também (1970), Cantigas do Maio (1971), Eu Vou Ser Como a Toupeira (1972), Venham Mais Cinco (1973), Coro dos Tribunais (1974), Com as Minhas Tamanquinhas (1976), Enquanto há Força (1978) e Fura Fura (1979).

Em Setembro do ano passado, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu o processo de classificação da obra fonográfica do músico José Afonso por considerar que representa «valor cultural de significado para a Nação».

De acordo com o anúncio então publicado em Diário da República, foi determinada a abertura do procedimento de classificação de um conjunto de 30 fonogramas da autoria do compositor e intérprete José Afonso, bem como de 18 cópias digitais de masters de produção de um conjunto de cassetes gravadas pelo autor e de um conjunto de entrevistas.

Esta foi a primeira vez que a DGPC iniciou um processo de classificação de uma obra fonográfica, revelou o Ministério da Cultura, acrescentando que ajudará a «consolidar informação relativa à obra gravada, publicada ou não, do artista».

A decisão surgiu um ano depois de o Parlamento ter aprovado um projecto de resolução do PCP que recomendava ao Governo a classificação da obra de José Afonso como de interesse nacional, com vista à sua reedição e divulgação. Em Abril de 2020, também a Associação José Afonso (AJA) reuniu mais de 11 mil assinaturas numa petição pública que apelava à mesma decisão.

José Afonso nasceu em 2 de Agosto de 1929 em Aveiro e começou a cantar enquanto estudante em Coimbra, tendo gravado os primeiros discos no início dos anos 1950 com fados de Coimbra, pela editora Alvorada, «dos quais não existem hoje exemplares», refere a AJA na biografia oficial do músico.

Autor de «Grândola, Vila Morena», uma das canções escolhidas para senha do avanço das tropas, na Revolução de Abril de 1974, José Afonso morreu em 23 de Fevereiro de 1987, em Setúbal. 


Com agência Lusa

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