A criação dos corredores humanitários, anunciada no sábado passado, resulta do trabalho conjunto dos comités de coordenação da Síria e da Rússia para o regresso dos refugiados. O objectivo é permitir aos refugiados sírios retidos no campo de Rukban o regresso voluntário e seguro a suas casas ou a qualquer outro ponto que decidam.
Para esse efeito, foram criados centros de apoio ao longo dos corredores humanitários e instalados dois checkpoints [pontos de controlo] em Jleighem e Jabal al-Ghurab, nas imediações da área de al-Tanf – junto à fronteira com a Jordânia –, ocupada ilegalmente por tropas norte-americanas e por forças terroristas mercenárias, que tinham limitado até ao momento a chegada de ajuda humanitária ao campo, segundo refere a agência SANA.
Os corredores estarão a funcionar 24 horas por dia e a segurança dos refugiados sírios ficará a cargo de unidades do Exército Árabe Sírio e da Polícia Militar russa, que têm também a missão de acompanhar os refugiados aos locais de residência que indicarem.
Numa nota, o coronel Mikhail Mizintsev, do Ministério russo da Defesa, lembrou que a criação dos «corredores humanitários para a evacuação de sírios do campo de Rukban» está «de acordo com o comunicado conjunto, emitido a 16 de Fevereiro, pelos comités de coordenação russo e sírio».
Acrescentou que «a situação no campo é catastrófica» e que «os civis estão a ser mantidos como reféns de grupos terroristas sob os auspícios dos Estados Unidos», «pairando entre a vida e a morte, e continuando a viver em condições horríveis, apesar da chegada de combóios humanitários».
O campo, onde vivem cerca de 50 mil pessoas, «não tem cuidados de saúde básicos», denunciou o responsável russo, tendo acrescentado que a missão das Nações Unidas que lá se deslocou confirmou esse facto.
Acabar com a presença das tropas dos EUA e a retenção de refugiados
No passado dia 15, Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério russo da Defesa, fez um apelo às tropas norte-americanas e aos grupos terroristas presentes na região de al-Tanf para acabarem com a retenção dos refugiados no campo, sobretudo das «mulheres e crianças, que são mais afectadas pelo frio, a doença e a má-nutrição», indica a PressTV.
Por seu lado, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, voltou a referir-se, na passada segunda-feira, à presença das tropas norte-americanas na Síria, que «contribui para gerar instabilidade e impede a concretização de um acordo político» no país árabe.
Neste contexto, o diplomata russo aludiu também à presença das forças militares dos EUA na região de al-Tanf, no Sul da Síria, «onde treinam terroristas, que levam a cabo acções de terrorismo no território sírio e impedem o regresso às suas terras dos deslocados sírios no campo de Rukban».
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