|Cuba

Aprovada na cidade de Washington moção contra o bloqueio a Cuba

O Conselho Municipal de Washington, D.C., aprovou por unanimidade uma moção que insta o presidente dos EUA a levantar o bloqueio imposto a Cuba e a retirar a Ilha da lista de patrocinadores do terrorismo.

Créditos / @BrunoRguezP

Desta forma, o Município de Washington, D.C., juntou a sua voz ao grupo crescente de mais de 80 legislaturas municipais e estaduais, de Boston a São Francisco, que pedem a Joe Biden e ao Congresso federal que ponham fim ao cerco unilateral, imposto há mais de seis décadas, e que retirem o país caribenho da lista ilegal, «pelos danos que causam ao povo cubano».

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Mais de 150 jovens norte-americanos em Cuba, a unir os povos

Cerca de centena e meia de jovens dos EUA estão na Ilha para participar nas celebrações do Primeiro de Maio e contactar com sindicatos, organizações juvenis, artistas e autoridades cubanas.

Os jovens com a diplomata Johana Tablada, em Havana 
Créditos / @CubaMINREX

Ontem à tarde, a Brigada Primeiro de Maio (May Day Brigade) visitou a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), um projecto de formação de médicos criado pela Revolução Cubana, de onde saíram mais de 30 mil profissionais da saúde de todo o mundo.

Manolo de los Santos, co-director executivo de The People’s Forum, e Kate Gonzales, coordenadora editorial da 1804 Books, explicam que esta brigada é a maior a dirigir-se a Cuba em décadas e que representa «uma intervenção nas tentativas incessantes dos Estados Unidos para silenciar e estrangular os êxitos do projecto socialista cubano».

Dizem ainda que a iniciativa partiu da International Peoples’ Assembly, que convidou jovens militantes de base da diversidade de lutas nos EUA a participar num «intercâmbio crucial em Cuba, uma experiência de que eles e a sua geração foram privados por 60 anos de bloqueio».

O grupo visitou a ELAM // @ldejesusreyes

Com uma agenda intensa e apertada, já participaram num encontro-debate sobre direitos humanos, no Centro Cultural Yoruba, em que se abordaram questões como igualdade de género, direito à habitação ou luta contra o racismo.

Zuleica Romay, directora do programa de Estudos Afro-Americanos na Casa das Américas, lembrou que «Cuba também é uma vítima do seu êxito». Por seu lado, o presidente da instituição, Abel Prieto, afirmou que a administração norte-americana nunca entendeu que em Cuba foi plantada uma coisa, «o princípio da justiça social, da democracia popular, da igualdade, da participação popular no processo político», e que isso «nunca foi enfraquecido».

Na quarta-feira, os jovens norte-americanos, que representam diversos movimentos e organizações sociais, dialogaram com representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo sido recebidos por Johana Tablada, subdirectora para os Estados Unidos do ministério.

Tablada agradeceu aos presentes a sua empatia e amizade, que reforçam a esperança de melhoria das relações entre Cuba e o vizinho a norte, «compensando a dor causada pelo bloqueio». «A vossa amizade é uma prenda para Cuba», destacou a diplomata.

Tablada aproveitou a ocasião para falar aos jovens sobre a história das relações bilaterais e da luta permanente do povo cubano pela soberania e dignidade face à agressão do imperialismo.

Jovem durante o encontro com Johana Tablada, no Ministério dos Negócios Estrangeiros // @PeoplesForumNYC

A delegação de jovens norte-americanos, que se encontra na Ilha desde 24 de Abril, foi saudada pelo chefe de Estado, Díaz-Canel, que lhe deu as boas-vindas na sua conta de Twitter.

«Acreditamos no povo norte-americano, diverso e solidário, que nos respeita e entende; é o que vocês representam. Vemo-nos no Primeiro de Maio», escreveu o presidente.

De acordo com o programa previsto, a comitiva deve permanecer em Cuba até 3 de Maio, conhecendo bairros em transformação em Havana, instituições científicas e o Centro Fidel Castro, dedicado a preservar o legado do líder histórico da Revolução.

Também está prevista uma visita à cidade de Santa Clara, onde os jovens norte-americanos vão manter um encontro com jovens cubanos e prestar homenagem a Ernesto Che Guevara e aos seus companheiros de luta, no mausoléu.

Segundo indica a Prensa Latina, o grupo participará, em Havana, nos festejos populares do Dia Internacional do Trabalhador, e, a 2 de Maio, fará parte do encontro de solidariedade com Cuba que terá lugar no Palácio das Convenções.

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A moção PR25-0113, inicialmente apresentada por Robert White Jr. e outros seis vereadores, na sessão de ontem à tarde do Conselho Municipal da capital norte-americana, aborda os constrangimentos que o bloqueio coloca a diversos sectores em Cuba, bem como ao desenvolvimento das relações entre ambos os países.

Segundo revela o Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros, o texto expressa ainda a vontade de aproximação dos dois lados e o desejo do povo norte-americano de normalizar as relações com Cuba.

Ao ter conhecimento da notícia e ao divulgá-la na sua conta de Twitter, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, disse que «com esta são 80 moções nos Estados Unidos a favor de uma mudança de política em relação a Cuba».

Com a chegada à Casa Branca de Donald Trump, em 2017, os EUA aplicaram uma política de de máxima pressão sobre Cuba, que o seu sucessor ainda não reverteu.

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Solidária norte-americana destaca resistência de Cuba face ao bloqueio

Gloria La Riva, que foi homenageada esta quinta-feira na Ilha, instou o governo de Biden a entender-se com Cuba e sublinhou a resistência cubana no contexto da pandemia e do bloqueio.

Fernando González, presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, entrega uma distinção à solidária norte-americana Gloria La Riva, actual coordenadora do Comité de Solidariedade com Cuba e Venezuela e ex-coordenadora do Comité Nacional pela Libertação dos Cinco nos EUA 
Créditos / Prensa Latina

«Vocês inspiram-nos», afirmou a coordenadora do Comité de Solidariedade com Cuba e Venezuela (Cuba & Venezuela Solidarity Committee) nos Estados Unidos, durante um encontro com jornalistas em Havana.

La Riva pediu às autoridades norte-americanas que restabeleçam imediatamente o envio de remessas, os voos, o comércio sem entraves, e retirem Cuba da lista dos países que alegadamente não cooperam na luta contra o terrorismo. E disse que se podia fazer muito se fossem usadas as prerrogativas do Presidente.

«Donald Trump mostrou com as mais de 240 medidas contra Cuba – ainda vigentes – o poder dessas prerrogativas», explicou, citada pela Prensa Latina.

Ignorando o panorama futuro no que respeita a Cuba, disse que uma coisa é clara: «Os democratas estão focados nas eleições intercalares de 2022», pelo que a questão de Cuba «não é uma prioridade».

Tarefas em mãos

Explicou que várias organizações que apoiam a Ilha estão actualmente envolvidas na campanha «Salvando vidas», recolhendo doações que permitam adquirir seringas e outros insumos destinados ao combate à pandemia.

Disse ainda que, para 20 de Junho, estão a preparar uma grande caravana contra o bloqueio, três dias antes da apresentação nas Nações Unidas do relatório de Cuba sobre a necessidade de acabar com esse cerco, que classificou como «criminoso».

Uma das tarefas do movimento de solidariedade, explicou, é educar o povo norte-americano sobre o bloqueio, que muitos desconhecem. «O bloqueio não é embargo, nem falta de intercâmbio, é uma guerra económica, juntamente com uma guerra mediática e política», disse.

Interesse crescente por Cuba e o socialismo

A ex-candidata presidencial do Partido pelo Socialismo e Libertação afirmou que está a crescer no seu país o interesse pela maior ilha das Ilhas Antilhas, sobretudo entre os jovens, e disse que estão errados aqueles que acreditam na eventual destruição da Revolução cubana.

La Riva, que realizou mais de cem viagens ao país caribenho, defendeu que Cuba é «uma esperança de como é possível mudar o mundo», indica a Prensa Latina.

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Mais de cem cidades acolheram mobilizações pelo fim do bloqueio a Cuba

Depois das acções realizadas este fim-de-semana, foi convocada para 30 de Maio uma nova «caravana mundial» contra o bloqueio imposto a Cuba pelos Estados Unidos.

Cartaz em Cuba contra o bloqueio imposto ao país pelos EUA
Créditos / RT

Neste sábado e domingo, solidários em mais de uma centena de cidades de todos os continentes uniram-se na reivindicação internacional pelo fim do cerco económico, comercial e financeiro norte-americano.

Sobre estas iniciativas, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, escreveu no Twitter: «o protesto mundial contra o bloqueio tornou-se uma onda imparável»; «hoje são milhares, amanhã serão milhões e um dia será toda a humanidade. Não há crime que dure cem anos, nem povo soberano que aceite sujeitar-se».

De acordo com o Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), os manifestantes solidários com Cuba mobilizaram-se em caravanas de automóveis, motos e bicicletas, realizaram concentrações e levaram a cabo campanhas nas redes sociais, erguendo uma «maré de solidariedade» contra o cerco, refere a Prensa Latina.

Organizações e amigos do povo caribenho espalhados pelo mundo, deputados, académicos, cubanos residentes no estrangeiro, entre outros, transmitiram mensagens em prol da eliminação da agressão promovida pelos Estados Unidos.

Só neste país houve acções em 13 estados e mais de duas dezenas de cidades, tendo sido divulgados vídeos dos participantes em Miami e Tampa (Florida), Alabama, Washington, Indiana, Tennessee, Illinois, Michigan, Geórgia, Califórnia, Connecticut e Wisconsin.

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O mundo novamente com Cuba

A Assembleia Geral da ONU voltou a aprovar, de forma esmagadora, a resolução que pede o fim do bloqueio a Cuba. A diplomacia cubana sublinhou o «indiscutível isolamento dos Estados Unidos».

 Resultado da votação, na Assembleia Geral das Nações Unidas, da resolução apresentada por Cuba contra o bloqueio imposto pelos EUA, a 7 de Novembro de 2019
Créditos / HispanTV

A resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba» foi aprovada, esta quinta-feira, com 187 votos a favor e as abstenções da Colômbia e da Ucrânia. Apenas se opuseram ao levantamento do bloqueio os Estados Unidos, Israel e o Brasil. A Moldávia não exerceu o seu direito ao voto, pelo que não entrou na contagem da votação.

Trata-se da 28.ª vez consecutiva, desde 1992, que a grande maioria dos estados-membros das Nações Unidas pede, na sua Assembleia Geral, o levantamento do cerco imposto por Washington à ilha caribenha há quase seis décadas.

Na véspera do dia de votação, mais de 40 representantes de países e organizações internacionais, como o Movimento de Países Não Alinhados e o Grupo dos 77 mais China (G77+China), pronunciaram-se contra o bloqueio e exigiram o fim da sua aplicação.

Diplomatas e altos representantes de vários países condenaram o recrudescimento da política hostil, bem como as medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos a Cuba.

Ao intervirem – lembra a Prensa Latina –, denunciaram de modo reiterado o aumento das agressões de Washington contra a maior ilha das Antilhas e sublinharam que o cerco norte-americano representa o principal obstáculo ao desenvolvimento sustentável de Cuba, constituindo além disso uma violação dos direitos humanos de todo um povo.

Fortes pressões e chantagens dos EUA

Apesar da rejeição esmagadora do cerco a Cuba na Assembleia Geral das Nações Unidas desde 1992, a administração norte-americana não só insiste na sua política hostil como a incrementa. Para além disso, à semelhança de outros anos, os EUA voltaram a exercer fortes pressões e chantagens sobre vários países – sobretudo os latino-americanos – para que alterassem o seu posicionamento relativamente ao bloqueio.


Tais medidas e manobras de bastidores foram denunciadas pelo ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, que lembrou ainda o fracasso da representação dos EUA nas Nações Unidas, o ano passado, na tentativa de emendar e alterar a natureza do documento, e, desse, modo, enfraquecer o apoio a Cuba.

De acordo com dados oficiais divulgados pelas autoridades cubanas, o cerco imposto por Washington a Cuba há quase seis décadas provocou prejuízos superiores a 922 630 000 000 de dólares. No entanto, destacou o diplomata cubano, «os danos humanos causados por essa política genocida são incalculáveis».

No debate sobre a resolução, o ministro cubanos dos Negócios Estrangeiros afirmou que os Estados Unidos não têm «qualquer autoridade moral para criticar o seu país ou outro qualquer em matéria de direitos humanos», tendo apresentado diversos dados sobre pobreza, desigualdade, apoios sociais, saúde, educação, violência, racismo ou repressão que fazem dos EUA um dos maus exemplos, a nível mundial, no que aos direitos humanos respeita.

Na sua conta de Twitter, Bruno Rodríguez, referiu-se ainda à votação como «uma outra contundente vitória de Cuba, do seu povo heróico», que reflecte um «indiscutível isolamento dos EUA».

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Os presentes defenderam a normalização das relações com Cuba, sem medidas de acosso, com base no respeito pela soberania, criando «Pontes de Amor», nome do projecto que promove estas caravanas internacionais, segundo revelou o ICAP.

Em sete cidades da China, houve iniciativas de apoio a Cuba, bem como nas cidades canadianas de Victoria, Vancouver, Montreal e Winnipeg. Na Europa, ouviram-se vozes contra o bloqueio na Bélgica, Portugal, Suécia, Irlanda, Espanha, Reino Unido, Itália, Dinamarca, Rússia e em 15 cidades da Alemanha.

Também no Irão, Seychelles, Guiné-Bissau, Zâmbia, Tanzânia, Angola, Etiópia, República Dominicana, Panamá, Argentina, Brasil, Uruguai e Colômbia se condenou a hostilidade da Casa Branca, enquanto no México se realizou o XXV Encontro nacional de solidariedade com Cuba.

Na Ilha, indica a Prensa Latina, houve caravanas nas províncias de Las Tunas, Guantánamo, Villa Clara e no município especial Isla da Juventud, uma regata nas águas da Baía de Havana e, a nível nacional, realizou-se um «tuìtaço» contra o bloqueio.

Movimentos solidários como o Projecto Pontes de Amor, o Canal Europa por Cuba, Unblock Cuba, entre outros, sublinharam que não vão cessar as actividades de denúncia até que acabe a agressão norte-americana.

Além da convocatória para 30 de Maio, já se preparam acções para Junho, mês em que será apresentado na Assembleia Geral das Nações Unidas o projecto de resolução de Cuba contra o cerco de Washington.

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Referiu também que há hoje mais interesse que nunca pelo socialismo nos EUA, «porque as pessoas vivem o capitalismo, porque temos mais de 40 milhões de famílias que estão à beira de perder a sua casa por não a poder pagar nesta situação decorrente da Covid-19».

«No entanto, o magnata Jeff Bezos, director executivo da Amazon, como mais uns quantos, obteve lucros de 48 mil milhões de dólares, tirando vantagens da maior crise da nossa história», acrescentou.

Gloria La Riva deslocou-se a Havana também para ser homenageada pelo Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), que ontem lhe atribuiu uma distinção pela «defesa incansável dos direitos humanos, lealdade e solidariedade com Cuba».

La Riva foi coordenadora do Comité Nacional pela Libertação dos Cinco antiterroristas cubanos que, durante longos anos, cumpriram injustamente penas de prisão nos Estados Unidos.

Fernando González, presidente do ICAP, sublinhou que La Riva não cessou a sua actividade após o triunfo da libertação e do regresso a casa dos cinco heróis cubanos, tendo continuado a lutar em defesa da Revolução cubana e da bolivariana, na Venezuela.

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Durante o seu período de governo, Trump adoptou mais de 240 medidas de intensificação do bloqueio, que se mantém praticamente intacto com Biden na presidência, apesar de algumas medidas pontuais de alívio.

Personalidades mundiais e norte-americanas de diversos âmbitos, assim como um vasto leque de organizações e movimentos sociais pediram a Joe Biden uma mudança de política em relação a Cuba, que também passa pela retirada do país da lista de estados patrocinadores do terrorismo em que Donald Trump a reintegrou em 2021.

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