Funcionários governamentais sandinistas anunciaram, esta quarta-feira, ter alcançado um acordo abrangente com a China visando estabelecer as bases para o desenvolvimento de projectos em diversas áreas.
Segundo refere el19digital.com, participaram na cerimónia de assinatura do acordo, em Manágua, representantes dos ministérios nicaraguenses da Energia, Saúde, Transportes e Infra-estruturas, entre outros. A parte chinesa esteve representada por diversas empresas estatais, que serão responsáveis pelo andamento dos projectos.
O Centro de Procedimentos de Exportações (Cetrex), que registou o aumento de vendas ao exterior, prevê uma recuperação maior para este ano, em parte graças ao restabelecimento de relações com a China. Em declarações à imprensa, a directora executiva do Cetrex, Xiomara Mena, disse que o crescimento registado de 21% equivale a cerca de 6,5 mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros). A funcionária do país centro-americano precisou que as exportações de produtos tradicionais representaram, até 31 de Dezembro, cerca de 3,6 mil milhões de dólares e que as do regime de zona franca representaram 2,75 mil milhões, até Novembro último. Citada pelo portal radio580.com.ni, Mena acrescentou que o país exporta cem produtos e que recuperou, em 2021, todos os mercados internacionais que se haviam encerrado como consequência da Covid-19. No que respeita aos chamados produtos tradicionais, projectou um crescimento de receitas das exportações para 2022, em torno dos quatro mil milhões de dólares. Advertiu, no entanto, que a concretização deste prognóstico depende do equilíbrio dos preços, a nível mundial, dos principais produtos, tendo explicado que a tendência é para a subida em cargas como a carne ou o café. Em termos de volumes, a directora executiva do Centrex anunciou como projecção um aumento de 10%, com números superiores aos de 2021 graças à recuperação dos mercados. Também se referiu à China, país para o qual a Nicarágua efectuou exportações no valor de 11 milhões de dólares (9,7 milhões de euros), números que, segundo Mena, podem aumentar significativamente depois do restabelecimento das relações entre ambos os países, no passado dia 10 de Dezembro. Na cerimónia de abertura da Embaixada da China em Manágua, dia 31, o representante do governo do país asiático, Yu Bo, manifestou a intenção da China de reforçar «a comunicação, a coordenação e o verdadeiro multilateralismo» com o país da América Central. Destacando a importância da «oposição à ingerência externa nos assuntos internos dos estados em nome da democracia e dos direitos humanos», Bo afirmou a aposta em consolidar a confiança política e em acelerar a cooperação em vários campos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Exportações na Nicarágua cresceram 21% em 2021
Exportações para a China podem crescer bastante
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O memorando garante o investimento chinês na construção de hospitais e no fornecimento de equipamento médico, no desenvolvimento de energias renováveis, na construção de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias, bem como na área de água e saneamento.
Só na área da geração e distribuição de energia eléctrica, os acordos prevêem o investimento de 564 milhões de dólares da China no país centro-americano, segundo revelou Salvador Mansell, ministro nicaraguense da Energia e Minas.
Restabelecimento das relações diplomáticas e crescimento da cooperação
Este memorando de entendimento abrangente segue-se à adesão oficial da Nicarágua à Iniciativa Cinturão e Rota, promovida pela China, há cerca de um mês. Na ocasião, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, destacou a importância de fazer frente à «hegemonia» dos EUA, «cujo fim é um facto».
No final de Janeiro, o governo sandinista anunciou o apoio da China ao projecto de construção de casas para famílias trabalhadoras e carenciadas, dinamizando um programa habitacional já existente, o Bismarck Martínez.
O programa foi assim designado em honra de Bismarck Martínez, sandinista que trabalhava no município de Manágua e que foi sequestrado, torturado e assassinado por membros da extrema-direita durante a violenta tentativa de golpe de Estado em 2018, apoiada pelos Estados Unidos.
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