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Cientista cubana vê trabalho sobre a dengue reconhecido pela Unesco

A cubana María Guadalupe Guzmán recebeu esta quinta-feira, em Paris, o Prémio Internacional L'Oréal-Unesco para a Mulher na Ciência, pela investigação que realizou sobre a dengue.

Guadalupe Guzmán, ao centro, na cerimónia de entrega do Prémio Internacional L'Oréal-Unesco para a Mulher na Ciência, em Paris, a 23 de Junho de 2022  
Créditos / PL

Em declarações à imprensa, a cientista afirmou que o prémio que lhe foi concedido pertence a todas as mulheres que fazem ciência em Cuba, país onde 53% dos trabalhadores da ciência e mais de 50% dos investigadores são mulheres – um cenário bem diferente do de outros países neste sector.

«É uma grande honra, mas sobretudo é um reconhecimento a todas as mulheres cubanas dedicadas à ciência, vejo-o assim», disse Guadalupe Guzmán à Prensa Latina, em Paris, onde a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) realizou a cerimónia de entrega dos galardões «Mulher na Ciência», referentes à sua edição 24.

A Fundação L'Oréal e a Unesco atribuíram o prémio à cientista cubana pelos seus trabalhos pioneiros sobre a dengue e toda uma vida devotada à investigação para prevenir e salvar vidas humanas, recorrendo às biociências.

De acordo com uma nota emitida pela Unesco em Setembro do ano passado, ao anunciar a atribuição do prémio, Guzmán destacou-se pela pesquisa em torno da dengue, doença que infecta entre 50 e 100 milhões de pessoas todos os anos, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais.

O trabalho da professora e directora do Centro de Investigação, Diagnóstico e Referência do Instituto de Medicina Tropical Pedro Kouri permitiu entender melhor a patogénese da dengue, o tratamento dos seus sintomas e a sua prevenção.

A cientista cubana María Guadalupe Guzmán / PL

María Guadalupe Guzmán foi uma das cinco galardoadas com o Prémio Internacional L'Oréal-Unesco para a Mulher na Ciência referente a 2022, tendo obtido a distinção na área geográfica América Latina e Caraíbas.

O prémio foi também atribuído à bioquímica norte-americana Katalin Karikó (América do Norte), à neurocientista chinesa Hailan Hu (Ásia e Pacífico), à especialista em saúde pública ruandesa Agnès Binagwaho (África e Estados Árabes) e à embriologista espanhola Ángela Nieto (Europa).

Na cerimónia desta quinta-feira, em que foram também entregues os prémios relativos a 2020 e 2021, a directora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lamentou que as mulheres apenas representem um em cada três investigadores e apenas 10% dos envolvidos no campo da inteligência artificial.

«Trabalhemos juntos para eliminar pela base, com o apoio da educação, os estereótipos», disse.

A cientista cubana vive num país com uma realidade diferente e, ao intervir, teve palavras de esperança e encorajamento: «A mulher tem um dever perante o mundo e conta com o potencial para chegar tão longe quanto se propõe», afirmou.

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