De acordo com a agência Sana e a televisão estatal, as forças da coligação internacional bombardearam, na quarta-feira, destacamentos populares que apoiam o Exército Árabe Sírio, quando estes combatiam os terroristas do chamado Estado Islâmico e as Forças Democráticas Sírias (FDS), curdas na sua maioria e apoiadas pelos Estados Unidos.
Fontes no terreno precisaram que os ataques das tropas lideradas por Washington ocorreram entre as aldeias de Khasham e al-Tabyia, a nordeste do rio Eufrates, na província de Deir ez-Zor, indica a Prensa Latina.
A TV síria classificou os ataques como «uma nova agressão e uma tentativa de apoiar o terrorismo». Por seu lado, Frants Klintsevich, deputado russo e membro da Comissão de Defesa e Segurança da Federação Russa, disse à agência Interfax que «as acções da coligação norte-americana violam as normas legais», constituindo «um acto de agressão, para lá de qualquer dúvida».
Justificação da força invasora
Na quarta-feira, um porta-voz militar norte-americano, que não se quis identificar, disse à Reuters que os bombardeamentos da coligação contra as milícias populares pró-Damasco provocaram mais de 100 mortos.
Num comunicado de imprensa, o comando da coligação internacional justificou a acção bélica em território sírio contra forças que defendem o governo legítimo do país com o facto de estas terem atacado as FDS, aliadas dos Estados Unidos. Tratou-se, na sua perspectiva, de uma acto de «legítima defesa».
Com o argumento de estar a atacar posições do Daesh, a coligação liderada pelos norte-americanos opera na Síria desde Setembro de 2014, sem mandato da ONU e sem autorização do governo de Damasco. Desde então, atacou em mais do que uma ocasião as forças do Exército sírio e milícias suas aliadas.
Dos seus ataques resultaram constantemente, para além disso, mortes de civis, e a situação tem sido reiteradamente denunciada pela diplomacia síria, que exige o fim das suas operações em território sírio e a dissolução da força beligerante.
«Presença permanente»
No entanto, mesmo depois de a Rússia e a Síria terem declarado a derrota do Daesh, o Secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, deixou claro que os EUA pretendem manter uma presença militar no país árabe, tendo por objectivos, entre outros, afastar Bashar al-Assad do poder e fazer frente à «influência» do Irão no Médio Oriente.
Nos últimos tempos, representantes do governo russo têm acusado reiteradamente Washington de perseguir o objectivo da fragmentação da Síria.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui