«Além do treino dos terroristas, essas empresas dedicam-se ao saque dos recursos petrolíferos a Leste do Rio Eufrates e pertencentes ao governo legítimo da Síria. Toda a actividade das empresas privadas militares norte-americanas é levada a cabo com o apoio da aviação da [chamada] coligação internacional e trata-se de um negócio de contrabando arrebatado ao Daesh [também conhecido como Estado Islâmico]», disse hoje, numa conferência de imprensa em Moscovo, o coronel-general Sergei Rudskoi, chefe da Direcção de Operações do Estado Maior-General russo, citado pela agência Sputnik.
O general precisou que o número de mercenários de empresas privadas militares instaladas na Síria ultrapassa actualmente os 3500 e revelou que o crude sírio roubado é proveniente dos campos petrolíferos de Kanako, al-Omar e al-Tanak, localizados a Leste do Rio Eufrates.
A este propósito, Rudskoi sublinhou o facto de os norte-americanos estarem a «saquear os recursos naturais da Síria», bem como o destino que é dado a uma parte dos lucros gerados com o seu contrabando: apoio a grupos armados, suborno dos xeiques e fomento da luta anti-governamental.
Entrega de armamento e treino de terroristas
O militar russo reiterou, esta segunda-feira, a acusação de que os EUA continuam a entregar armamento nas regiões sírias localizadas a Leste do Eufrates. Rudskoi afirmou que, «a troco do petróleo de contrabando, os EUA dão armas tanto às milícias curdas como às árabes, que depois as usam uns contra os outros». «Tudo isso não faz mais que deteriorar a situação nesta zona devastada pela guerra», frisou.
O responsável militar russo disse ainda que, «na zona de 55 quilómetros em redor de al-Tanf [junto à fronteira com a Jordânia e com o Iraque], os instrutores norte-americanos treinam o grupo armado Magawir a-Thawra e outros grupos armados de menor dimensão, para que integrem o chamado Exército de Tribos Árabes».
No total, os instrutores do Pentágono treinam em al-Tanf cerca de 2700 elementos. Fontes seguras confirmam que a Força Aérea dos EUA transfere esses os elementos ali treinados para zonas de controlo terrorista, a Leste do Rio Eufrates.
«Os sabotadores mais aptos são levados para zonas controladas pelas tropas governamentais, para ali criarem situações de desestabilização e dificultarem o reforço das posições do Exército sírio», acrescentou, explicando que esses grupos de sabotadores têm como missões principais «realizar acções de sabotagem, destruir instalações das infra-estruturas de petróleo e gás, e perpetrar atentados contra as forças do governo».
«Foi detectada a presença desses grupos perto das localidades de Suweida, Palmira e al-Bukamal», disse, tendo precisado que, em Junho e Julho, os grupos treinados por Washington realizaram cerca de 300 atentados, nos quais morreram 225 militares e 65 civis.
Situação nos campos de Rukban e Al-Hol
Sergei Rudskoi reiterou as acusações, formuladas em diversas ocasiões, de que os EUA são culpados pelas mortes e pelo sofrimento de civis do campo de refugiados de Rukban, localizado perto da base militar ilegal que os EUA têm em al-Tanf.
Referiu-se ainda à situação do campo de al-Hol, na província de Hasaka, «criado pelos norte-americanos e parecido com um campo de concentração». Permanecem aqui 75 mil pessoas, mulheres e crianças na sua maioria, e, «apesar dos apelos da comunidade internacional, os EUA não tentam solucionar os problemas dos residentes no campo», acusou.
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