As forças militares israelitas terão como missão treinar os membros das Forças Armadas das Honduras e os agentes da Polícia Nacional em áreas como a protecção de fronteiras, «tendo em conta as saídas massivas irregulares de hondurenhos, em especial de crianças, com destino aos Estados Unidos», lê-se no periódico hondurenho El Heraldo.
A concretizar-se tal medida, os EUA parecem encontrar no aliado israelita uma «ajuda» para a questão da imigração, sendo que o contingente hondurenho é um dos maiores no «problema migratório», o de gente que se arrisca a fazer uma viagem de cerca de 4000 quilómetros para encontrar o trabalho e as condições de vida que não tem nos países de onde parte. No caso das Honduras, procurando também escapar à forte repressão do governo de Juan Orlando Hernández e à violência dos esquadrões da morte.
«Luta contra o narcotráfico, investigação e antiterrorismo» são outras áreas em que os militares israelitas irão treinar os hondurenhos enquanto permanecerem no território do país centro-americano. De acordo com El Heraldo, esta será a primeira vez que Israel terá um contingente militar permanente no estrangeiro – sendo que o periódico desconta a permanência de tropas sionistas nos territórios ocupados da Palestina, dos Montes Golã (na Síria) e do Sul do Líbano.
De acordo com El Heraldo, o tratado militar ainda está a ser negociado, cabendo ao Congresso Nacional – onde há maioria a favor do executivo do presidente Orlando Hernández – a sua aprovação. Fazendo alusão a uma fonte próxima aos israelitas, o jornal afirma que a chegada das tropas sionistas faz parte da cooperação entre ambos os países anterior à mudança da Embaixada das Honduras em Israel de Telavive para Jerusalém.
As tropas israelitas irão partilhar o mesmo espaço com a Força-Tarefa Conjunta Bravo, dos EUA, na base aérea José Enrique Soto Cano, em Palmerola, indica ainda o periódico, acrescentando que a aproximação-chave entre os três países se deu no Brasil, na tomada de posse do actual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em que estiveram presentes o presidente hondurenho, Juan Orlando Hernández, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
Em 2016, Juan Orlando Hernández assinou um «acordo milionário com Israel», válido por um período de dez anos, para a compra de armas e de equipamento militar.
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