A proposta, elaborada pelos palestinianos, foi apresentada aos outros membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) pela Tunísia e a Indonésia esta terça-feira, segundo refere a Reuters, que teve acesso ao texto.
A resolução «sublinha a ilegalidade da anexação de qualquer parte» dos territórios palestinianos ocupados e «condena as recentes declarações a apelar à anexação por Israel» desses territórios, refere a agência.
Os diplomatas – não especificados pela fonte – disseram que as negociações sobre o texto deveriam ter início mais para o fim desta semana. O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, deve dirigir-se ao CSNU na próxima semana, para abordar o plano pró-israelita de Donald Trump, possivelmente na altura em que a proposta de resolução for votada.
Na terça-feira da semana passada, o presidente norte-americano apresentou em Washington o chamado «acordo do século», ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que reconhece a soberania de Israel sobre os colonatos na Cisjordânia ocupada, reafirma o reconhecimento do estatuto de Jerusalém como capital de Israel e nega aos refugiados palestinianos o direito de retorno – além de impor aos palestinianos toda uma série de condições para que tenham um Estado.
Todas as facções palestinianas rejeitaram de forma unânime o «acordo de paz» pró-Israel, que viola o direito internacional e as resoluções repetidas das Nações Unidas sobre a ocupação dos territórios palestinianos por Israel.
A proposta de resolução deve ser vetada pelos EUA – membro permanente do CSNU –, permitindo aos palestinianos passar ao nível seguinte: apresentá-la na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde Washington não tem poder de veto e onde ficará visível a percepção internacional do plano apresentado por Trump.
«Não ao plano de ocupação da Palestina»
A propósito da apresentação do chamado «acordo do século», o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) emitiu um comunicado em que sublinha que «o referido "acordo" viola abertamente o Direito Internacional» e desrespeita todas as resoluções das Nações Unidas referentes à «ocupação dos territórios palestinianos e à criação do Estado da Palestina».
«O "acordo" visa a consagração da ocupação ilegal da Palestina por Israel, constituindo assim um instrumento dos sectores mais radicais do sionismo e do seu projeto do Grande Israel», denuncia o CPPC, destacando que, «se fosse implementado, o "acordo do século" significaria […] o abandono definitivo da solução de dois Estados e a aceitação da ocupação sionista sobre toda a Palestina».
Neste contexto, o CPPC reafirma a solidariedade ao povo palestiniano e às suas forças patrióticas, e exige às autoridades portuguesas que «exprimam o mais firme repúdio pelo conteúdo deste "acordo"» e reconheça o Estado da Palestina.
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