Numa declaração divulgada este sábado, o Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros (Minrex) insta a comunidade internacional a travar e denunciar «a nova e perigosa investida de agressão» dos EUA, que «apenas começou».
De acordo com o documento, o anúncio desta sexta-feira pelo novo mas bem conhecido secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, «pode ser também o prelúdio de outras medidas que a equipa responsável pela questão de Cuba neste governo tem desenhadas desde 2017 para endurecer ainda mais, de forma gratuita e irresponsável, o cerco contra Cuba em busca de novos e evitáveis cenários de deterioração e confronto bilateral».
O Departamento de Estado norte-americano deu conta da revogação da suspensão da possibilidade de intentar acções judiciais nos tribunais dos EUA, ao abrigo do Título III da Lei Helms-Burton, refere o Minrex.
Além disso, a administração dos EUA aprovou a restauração da Lista de Entidades Cubanas Restritas, ao abrigo da qual entidades ou pessoas nos Estados Unidos estão proibidas de efectuar transacções, sob pena de serem multadas e terem os seus activos congelados.
Neste contexto, o governo cubano «denuncia e responsabiliza» o executivo dos Estados Unidos «pelas consequências imediatas que terá em todo o país a nova medida contra o direito dos emigrantes cubanos de enviar remessas e ajudar as suas famílias».
Estes, sublinha o Minrex, «já sofrem demasiado por causa do bloqueio intensificado pela injusta e fraudulenta inclusão de Cuba na lista de estados que alegadamente patrocinam o terrorismo».
EUA pretendem deteriorar ainda mais o nível de vida da população afectada pelo bloqueio
Com estas medidas, a Casa Branca pretende «intimidar investidores estrangeiros e impedi-los de contribuir para o desenvolvimento económico de Cuba e para o bem-estar dos cubanos, ameaçando processá-los nos tribunais dos EUA», refere o texto.
Neste sentido, Washington procura «fechar todas as fontes de rendimento externo para a economia cubana no seu conjunto; sabotar criminosamente a capacidade de todos os intervenientes económicos, públicos e privados, de fornecer bens e serviços».
O objectivo destas acções é o de «deteriorar ainda mais o nível de vida da população afectada pelo bloqueio e pelas medidas adicionais impostas durante o primeiro mandato de Trump, para criar irritação social e desestabilização e tentar atingir a meta muitas vezes sonhada, mas nunca alcançada, de derrubar a Revolução, com fins de dominação e punição».
«Cuba rejeita estas decisões, de forma enérgica, firme e categórica. Encara-as como um novo acto hostil e arrogante, e repudia a linguagem desrespeitosa e caluniosa da declaração do Departamento de Estado, repleta de mentiras para tentar justificar o injustificável», destaca o Minrex.
A diplomacia cubana entende que «ninguém se deixará enganar pelos falsos pretextos» norte-americanos para «tentarem justificar estes e futuros abusos», e sublinha que os EUA ficarão ainda mais isolados a nível mundial, pelo ataque «vergonhoso» de sucessivas administrações a Cuba e ao seu povo.
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