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Cuba, Venezuela e Nicarágua assinalam em Angola os 20 anos da ALBA

As embaixadas de Cuba, Nicarágua e Venezuela em Luanda comemoraram esta quinta-feira os 20 anos da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP).

Venezuela, Nicarágua e Cuba assinalaram em Luanda os 20 anos da ALBA-TCP Créditos / PL

No Memorial Doutor António Agostinho Neto, em Luanda, as missões diplomáticas latino-americanas promoveram um encontro para celebrar o 20.º aniversário do organismo de integração regional, fundado a 14 de Dezembro de 2004, no qual participaram várias personalidades e figuras políticas do país africano.

«A ALBA-TCP é um modelo de integração, de união, uma alternativa vislumbrada por Fidel Castro e Hugo Chávez, que tem princípios e valores distintos, pois acredita na soberania, na cooperação, na complementaridade e na solidariedade», afirmou o secretário executivo do bloco, Jorge Arreaza, numa mensagem de vídeo.

No auditório, em que também se encontravam representantes do corpo diplomático acreditado em Angola e representantes de organizações estudantis do país austral, evocou-se a história da ALBA-TCP, cuja ideia nasceu em 2001.

Numa mensagem por vídeo, Jorge Arreaza destacou alguns marcos do bloco integrado por dez países / PL

«A América Latina esteve sempre entre o projecto anexionista dos Estados Unidos e o projecto libertador e integrador de Bolívar, por isso, em 2004, quando se concretizou a ALBA, a proposta da Área de Livre Comércio das Américas foi definitivamente enterrada por uma iniciativa que se denominou Bolivariana», disse Arreaza.

Na sua mensagem, indica a Prensa Latina, o secretário executivo destacou alguns marcos do bloco integrado por dez países, como a criação de um banco da Aliança, a moeda Sucre, o Petrocaribe, que contribuiu para financiar vários projectos na região, a ajuda ao Haiti depois do terramoto de 2010, e a Operação Milagre, que permitiu a milhões de pessoas tratar de problemas da vista.

Arreaza referiu-se também à criação do Tratado de Comércio dos Povos, que tem em conta as capacidades de cada um dos participantes, tendo acrescentado que «a ALBA-TCP possui uma projecção política clara, a favor da causa palestiniana, contra os golpes de Estado, as guerras e a ingerência externa, e contra o fascismo».

A próxima cimeira dará um novo impulso ao mecanismo com a Agência de Cooperação da ALBA-TCP e a reactivação do Petrocaribe, defendeu Arreaza, que convidou Angola e as suas organizações a aderir à iniciativa.

A Orquestra Camerata de Luanda actuou na iniciativa comemorativa / PL

De forma presencial, interveio no encontro a embaixadora da Venezuela, Belén Orsini, que destacou as projecções da ALBA-TCP para 2030, com uma agenda centrada no desenvolvimento dos povos e na qual a Agência de Cooperação deve desempenhar um papel fundamental na prevenção de desastres naturais.

Também se referiu à expansão do Banco da ALBA, com mais membros e maiores capacidades, além de projectos nas áreas da educação e da saúde.

Por seu lado, o embaixador de Cuba, Oscar León, mencionou algumas das conquistas destes 20 anos de existência do bloco, como os países que foram declarados livres de analfabetismo, os mais de 30 mil médicos formados na Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), a abertura do canal multinacional TeleSur, os jogos desportivos da ALBA e as casas da ALBA Cultural.

«Os bloqueios e sanções não são o caminho para a paz e o desenvolvimento sustentável, precisamos do diálogo para enfrentar os desafios dos nossos povos», disse.

Segundo refere a fonte, também se incluíram nas comemorações uma exposição, música de Cuba, Nicarágua, Venezuela e Angola interpretada pela Orquestra Camerata de Luanda, e a intervenção de estudantes do Instituto Politécnico Nelson Mandela.

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