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Desigualdades: Cuba critica «modelos económicos imperantes» no mundo

Tendo em conta os dados revelados pela Oxfam, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba criticou os «modelos económicos imperantes», que «privilegiam as minorias e condenam milhões».

A fortuna acumulada pelos dez mais ricos do mundo desde o início pandemia permitiria financiar uma vacina universal contra a Covid-19 e evitaria que muita gente caísse na situação de pobreza em virtude da crise económica
Créditos / rfi.fr

Na sua conta de Twitter, Bruno Rodríguez apontou como exemplo da má distribuição da riqueza, a nível internacional, o facto de «a fortuna dos dez homens mais ricos ter aumentado meio bilião de dólares desde o início da pandemia» de Covid-19.

De acordo com o relatório «O Vírus da Desigualdade», publicado na segunda-feira pela organização não governamental (ONG) Oxfam, esta verba permitiria financiar uma vacina universal contra a Covid-19 e evitaria que muita gente caísse na situação de pobreza em virtude da crise económica associada à actual emergência sanitária.

O estudo refere ainda que, em apenas nove meses, as mil maiores fortunas do mundo já recuperaram das perdas económicas sofridas pela pandemia, enquanto a população mais pobre poderá necessitar de mais de uma década para recuperar dos impactos económicos da crise.


O documento «mostra como o nosso sistema económico fracassado permite que uma elite super-rica continue a acumular riqueza no meio da maior crise económica desde a Grande Depressão, enquanto milhares de milhões de pessoas enfrentam grandes dificuldades para seguir em frente».

Destaca, além disso, como a actual crise associada à pandemia tem «o potencial de aumentar a desigualdade económica em praticamente todos os países do mundo ao mesmo tempo», e revela que o «aumento da desigualdade poderá fazer com que a humanidade demore no mínimo 14 vezes mais a reduzir a pobreza até ao nível anterior à pandemia que o tempo que demoraram os mil mais ricos do mundo (na sua maioria homens brancos) a recuperar a sua riqueza».

Desigualdade no acesso às vacinas

O diplomata cubano tem denunciado igualmente outra faceta da desigualdade que a humanidade enfrenta hoje, expressa no acesso às vacinas contra a Covid-19 disponíveis.

De acordo com os dados divulgados pela Universidade de Oxford, 93% das doses da vacina até agora administradas foram-no apenas em 15 países, sendo que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas dez países compraram 95% das vacinas produzidas contra a pandemia – o que põe em causa a possibilidade de uma imunização real no mundo em vias de desenvolvimento.

O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na segunda-feira que «a cada dia aumenta o fosso entre os que têm e os que não têm», informa o portal cubadebate.cu, tendo alertado para um «fracasso moral catastrófico» no planeta, que se pagará com muitas vidas nos países mais pobres.

Em toda a África Sub-saariana, alertou, apenas foram administradas 25 doses, na Guiné. Por isso, a OMS reitera o apelo a participar na iniciativa Covax, com vista ao acesso equitativo às vacinas contra a Covid-19 e a defender os países de recursos mais limitados.

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