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Docentes bascos em luta por melhores condições e negociações a sério

Na Comunidade Autónoma Basca (CAB), a terceira paralisação do ano no ensino público não universitário registou uma adesão de 75%, indicam os sindicatos, que exigem propostas «reais» à tutela.

Manifestação de docentes do ensino público não universitário em Bilbau, a 26 de Fevereiro de 2025 Créditos / LAB

A greve convocada para esta quarta-feira por Steilas, LAB, ELA e CCOO teve uma «ampla adesão, semelhante às duas jornadas de greve realizadas em Janeiro», lê-se num comunicado divulgado pelas estruturas sindicais, no qual se informa ainda que a medida de luta abrangia 27 mil docentes.

A «ampla adesão», cifrada em 75%, é destacada num contexto em que, mais uma vez, prevaleceram os «serviços mínimos abusivos» impostos pelo governo de Gasteiz, que assim limitou o direito à greve de milhares de trabalhadores.

A esta denúncia dos sindicatos, juntam-se outras, nomeadamente a relativa à «atitude» que a tutela «está a mostrar na mesa de negociação» ou a que diz respeito às tentativas de «desactivar» as greves.

De acordo com as organizações sindicais, os poucos passos dados pelo Departamento basco da Educação ficam-se a dever às greves e mobilizações de Janeiro. Por isso afirmam: «É evidente que são as greves que fazem mexer o governo.»

Ainda assim, lamentam que as propostas apresentadas fiquem longe daquilo que os docentes exigem e que, já esta semana, os representantes sindicais tenham sido chamados a uma reunião sem que qualquer proposta tivesse sido formulada por escrito e a outra, ontem, «à última hora».

Imagens da jornada de mobilização e greve dos docentes nas três capitais da Comunidade Autónoma Basca, a 26 de Fevereiro de 2025 / LAB

Neste sentido, os sindicatos acusam o Departamento da Educação de ter pretendido «encenar as negociações, com o propósito de assinar um acordo em minoria», e classificam este facto como «especialmente grave».

A resposta dos docentes é «o êxito da greve»

A tudo isto, os docentes responderam com «o êxito da greve», patente nas mobilizações que tiveram lugar em Bilbau, Donostia e Vitória-Gasteiz, com milhares de docentes nas ruas.

Sob o lema «Melhoria das condições de trabalho, decididas aqui e agora!», as manifestações nas três capitais alertaram para o agravamento das condições dos docentes, para o carácter «unilateral» das decisões tomadas pelo Departamento da Educação e para o arrastamento de negociações «sem conteúdos significativos».

Tal como em Janeiro, sublinham os sindicatos, esta quarta-feira os professores voltaram a deixar claro que «15 anos sem actualizar o acordo colectivo» é demais.

Reafirmaram ainda a necessidade de tomar medidas destinadas a aliviar as «cargas de trabalho», a garantir o emprego público e a recuperar o poder de compra, bem como a assegurar a saúde nos locais de trabalho e a defesa da língua basca (euskara).

Pedindo ao Departamento da Educação que abandone estratégias como convocar reuniões à última hora, enviar cartas às famílias e tentar desactivar as greves, os docentes exigiram negociações sérias e o reforço da educação pública por via da dotação de recursos necessários e o aumento do investimento.

«Se não houver resposta a estas reivindicações, temos força para continuar em greve», afirmam os docentes do ensino público, que esta quinta-feira também estão em greve e realizam uma manifestação centralizada em Vitória-Gasteiz.

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