Após os combates dos últimos dias entre a FANB e grupos armados colombianos, o comando das Forças Armadas informou que mantém o controlo das localidades de La Victoria e Ripial, principais cenários das hostilidades, no estado venezuelano de Apure.
No Twitter, o Comando Estratégico deu conta do desmantelamento de mais um acampamento de «terroristas», onde foram encontradas «armas, munições e explosivos de alta potência».
Também ontem, a propósito do Dia Internacional de Consciencialização sobre os Perigos das Minas Terrestres, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou a utilização de minas antipessoais, por parte dos terroristas colombianos, no estado de Apure, junto à fronteira com a Colômbia.
O chefe de Estado venezuelano acusou o governo de Iván Duque de ser responsável por esta «contaminação bélica e criminosa», e agradeceu à FANB pela «entrega na defesa do território» nacional.
A Assembleia Nacional repudiou o ataque de paramilitares colombianos contra alvos civis no estado de Apure, destacando que não irá tolerar a presença destes «grupos criminosos» em solo venezuelano. Num comunicado, o órgão legislativo venezuelano condenou esta quinta-feira a acção recente de elementos irregulares armados provenientes da Colômbia contra a população de La Victoria, no estado de Apure (Sudoeste), qualificando-a como atentado à soberania e à paz do país e como «resultado dos 70 anos de conflito armado interno», que o país vizinho «não soube ou não quis resolver de forma pacífica». Ao proceder à leitura da declaração, transmitida pela TV, o presidente da Assembleia Nacional (AN), Jorge Rodríguez, afirmou que o fenómeno dos grupos armados, dedicados a actividades ilegais e ligados às máfias do narcotráfico, faz parte de um conflito a que a Venezuela é alheia e que o Governo colombiano consente e exporta de forma irresponsável, refere a TeleSur. «As instituições democráticas venezuelanas não irão tolerar a presença de grupos criminosos colombianos no nosso território», sublinhou Rodríguez, que recordou a participação do seu país, a pedido de instituições colombianas, como mediador nos acordos de paz do país vizinho. A este respeito, disse que o governo de Iván Duque abandonou o caminho da paz e entregou as fronteiras a organizações criminosas, que as transformaram num teatro de operações para agressões apoiadas contra Caracas. O ministro venezuelano da Informação apresentou as declarações do «desertor e traidor» Antonio Sequea, que confirmam a articulação da Colômbia e dos EUA com o narcotráfico para atacar a Venezuela. Na conferência de imprensa que deu esta terça-feira no Palácio de Miraflores (sede do executivo), Jorge Rodríguez, ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, apresentou vários vídeos com depoimentos de detidos ligados à fracassada tentativa de incursão terrorista do passado dia 3 de Maio, que tinha como principal alvo o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Entre os depoimentos mostrados conta-se o de Antonio Sequea, «chefe operacional» do plano abortado e, nas palavras de Rodríguez, «desertor e traidor à pátria». Segundo este mercenário, ao serem levados para a península de La Guajira, em território colombiano, foram recebidos por um dos principais narcotraficantes da região, Elkin Javier López, Doble Rueda. Alegadamente, o presidente colombiano, Iván Duque, exige a sua captura e os Estados Unidos pediram a sua extradição. No entanto, López leva a cabo as suas actividades numa quinta localizada ao lado de uma instalação da Administração para o Controlo de Droga (DEA, na sigla em inglês) em território colombiano, disse Sequea, tendo afirmado que o grupo esteve na quinta pelo menos 40 dias – onde foi treinado por militares norte-americanos com vista à missão de 3 de Maio. Sequea referiu ainda que comunicava diariamente com o mercenário e militar Jordan Goudreau, dono da empresa Silvercorp, o que lhes dava confiança, uma vez que os seus planos tinham como base um contrato assinado pelo deputado da oposição Juan Guaidó – reconhecido por Washington como presidente interino da Venezuela – e apoiado pelo presidente norte-americano, Donald Trump. A este propósito, o desertor venezuelano revelou que Goudreau se reuniu com Guaidó na Casa Branca para coordenar a incursão marítima armada e garantiu que as forças de segurança dos Estados Unidos estavam inteiramente a par da «Operação Gedeón», informa a TeleSur. «Fica totalmente provada a participação de Juan Guaidó nesta acção; ele deu a ordem para que a invasão armada contra a Venezuela fosse levada a cabo», frisou Jorge Rodríguez. Num outro vídeo mostrado pelo ministro venezuelano, apareceu o depoimento do detido José Alberto Socorro, Pepero, que reafirmou a ligação existente entre o narcotráfico, que «faz vida impunemente em La Guajira colombiana», e a DEA no apoio logístico a este tipo de operações militares que visam agredir a Venezuela. «É uma prática comum da Colômbia e da DEA capturarem narcotraficantes para os extorquir e utilizar no financiamento a incursões homicidas, como é o caso do narcotraficante Doble Rueda, responsável pela logística dos mercenários em La Guajira», reiterou Rodríguez, citado pela Prensa Latina. Acrescentou que as confissõese dos mercenários respondem às perguntas feitas pelo presidente do Comissão de Assuntos Externos da Câmara dos Representantes dos EUA, Elliot Engel, ao Departamento de Estado, numa comunicação enviada ao secretário Mike Pompeo, que até ao momento não teve resposta. Engel exigiu ao governo de Trump esclarecimentos sobre o planeamento da «Operação Gedeón» na costa venezuelana, no estado de La Guaira, que tinha como propósito executar Nicolás Maduro e outros altos funcionários, bem como perpetrar um golpe de Estado no país caribenho. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Lembrou ainda que, com a cumplicidade da administração dos EUA, foram organizados e concretizados a partir de Bogotá o atentado contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (em Agosto de 2018), e a incursão mercenária conhecida como Operação Gedeón (Maio de 2020). Perante estes factos, a AN manifestou todo o seu apoio ao presidente Nicolás Maduro e ao comando da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) na execução das tarefas de protecção da soberania e da integridade territorial, refere a mesma fonte. O Parlamento refutou ainda declarações recentes do Ministério colombiano dos Negócios Estrangeiros e do Comando Sul dos Estados Unidos que visam não só acusar a Venezuela como fugir às suas responsabilidades no consentimento de actividades ilegais na fronteira. O Ministério venezuelano da Defesa informou, no início desta semana, que tinha capturado 32 paramilitares colombianos no estado de Apure, onde unidades da FANB enfrentaram grupos «irregulares» provenientes da Colômbia. Durante as operações, em que foram mortos dois militares venezuelanos, os efectivos da FANB neutralizaram um dos dirigentes destes grupos, destruíram vários acampamentos e apreenderam armas, munições, explosivos, viaturas e drogas. De acordo com a TeleSur, 60 elementos destes grupos fugiram para a Colômbia mas não foram presos no seu país, apesar dos alertas constantes da Venezuela. Já esta quinta-feira, a FANB deu conta da apreensão de explosivos, munições e meios logíticos no estado ocidental de Táchira, junto à fronteira com a Colômbia. As operações tiveram lugar no município de Ayacucho, informou o Comando Estratégico Operacional do Exército (Ceofanb). Os militares venezuelanos – revela a Prensa Latina – destacaram que se «mantêm alerta para fazer frente às células terroristas paramilitares» no país e que estão a infligir «duros golpes aos grupos irregulares criminosos colombianos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Parlamento da Venezuela condena agressão de paramilitares colombianos
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Depoimento de «traidor» confirma envolvimento de EUA e Colômbia na «incursão armada»
Coordenação da Colômbia e da DEA com o narcotráfico
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Acção do Comando Estratégico Operacional do Exército nas fronteiras
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Os confrontos recentes na região limítrofe com a Colômbia servem, segundo Maduro, para medir os níveis de resposta perante eventuais intervenções estrangeiras de maior envergadura, refere a Prensa Latina.
Insistiu que a FANB e a união entre militares, forças policiais e o povo farão frente a qualquer ameaça de desestabilização, garantindo «a paz e a soberania».
Desde o início das hostilidades na fronteira, o executivo venezuelano acusou Bogotá de estar a procurar criar um conflito artificial para introduzir elementos paramilitares, guerrilhas e grupos de narcotráfico no país, de modo a justificar uma agressão.
Desde 21 de Março, pelo menos seis militares venezuelanos foram mortos, enquanto a FANB causou nove baixas entre os «irregulares», tendo detido ainda 32 irregulares, segundo informações oficiais.
Organizações sociais denunciam acção de grupos armados
No sábado, um grupo de 30 organizações sociais venezuelanas denunciou a desestabilização gerada pelos grupos irregulares colombianos no estado de Apure, «atentando contra a paz e a tranquilidade das suas populações».
Em entrevista a uma agência espanhola, o presidente colombiano não falou da pobreza, da desigualdade, dos milhões de deslocados, dos assassinatos de dirigentes sociais no seu país. O tema foi a Venezuela. «Fui muito claro; mais que uma solução militar de carácter estrangeiro, hoje o que é preciso é garantir a ruptura no seio das próprias forças militares na Venezuela», disse este domingo Iván Duque, o presidente da Colômbia, numa entrevista concedida à agência Europa Press. O chefe de Estado colombiano, que é um dos patrocinadores do golpista Juan Guaidó, que a 23 de Janeiro deste ano se autoproclamou «presidente interino» da Venezuela, referiu-se ao executivo de Nicolás Maduro nos termos já habituais para o próprio e os seus aliados da Casa Branca e do Grupo de Lima – como «ditadura atroz» e «usurpação». Para Duque, as Forças Armadas venezuelanas podem assumir um papel importante na queda do «regime», tendo defendido que a Colômbia e demais inimigos da Venezuela bolivariana devem garantir que os militares se afastam do presidente eleito, Nicolás Maduro, e se colocam «do lado certo da História», ou seja, do golpista Guaidó a mando de Washington e da Assembleia Nacional – que se encontra em situação de desobediência jurídica, desde 2016, perante o Supremo Tribunal de Justiça. Questionado sobre as denúncias do governo venezuelano – e também veiculadas por meios de direita – relativas a desvio de fundos e corrupção por parte da equipa liderada por Guaidó, o presidente colombiano tentou desculpar e limpar a imagem do dirigente do partido Voluntad Popular. Também questionado sobre o posicionamento de Espanha relativamente à propalada «crise venezuelana», Duque – que tem sido reiteradamente acusado pelas autoridades de Caracas de, ao lado, de Washington, ser um dos principais promotores das tentativas de desestabilização na Venezuela – reiterou o seu contentamento pelo reconhecimento de Guaidó por parte do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e pediu aos líderes da Europa que sejam «cada vez mais fortes para precipitar a transição» na Venezuela. Enquanto Iván Duque se dedicava à promoção do golpe de Estado na Venezuela no seu périplo europeu, a dirigente social María del Pilar Hurtado Montaño foi assassinada em Tierralta, no departamento de Córdoba – a autoria do crime é atribuída ao grupo paramilitar Autodefensas Gaitanistas de Colombia. Ontem, sicários mataram a tiro Carlos Biscué, dirigente indígena Nasa e agricultor, no município de Caloto (departamento do Cauca), segundo revelou a Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC). De acordo com o movimento Marcha Patriótica e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), entre Janeiro de 2016 e Maio de 2019 foram assassinados 702 dirigentes sociais e 135 ex-combatentes das FARC-EP. Ao ter conhecimento das declarações de Iván Duque, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, reagiu de forma contundente na sua conta de Twitter: «Enquanto Duque viaja pelo mundo para promover golpes militares na Venezuela, na Colômbia a crise nos Direitos Humanos agrava-se dramaticamente. Volta a guerra, assassinam líderes sociais e ex-combatentes quase diriamente, produzem mais droga e mais pobreza». Por seu lado, o presidente Maduro, ao participar nas cerimónias do Dia do Exército Bolivariano, que hoje se assinala, também denunciou as declarações do seu homólogo colombiano. «Duque proferiu ontem declarações contra as nossas Forças Armadas; ele pretende erigir-se em comandante-em-chefe das FANB; dou autorização para responder à oligarquia de Bogotá como merece», sublinhou Maduro. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Duque: «É preciso garantir a ruptura no seio das Forças Armadas venezuelanas»
Enquanto Duque viaja, dois dirigentes sociais assassinados
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Em comunicado, referido pela Prensa Latina, disseram estar preocupados com «as acções empreendidas por grupos armados (...) que ameaçaram e violaram os direitos humanos das populações» e que «provocaram a morte de membros da FANB».
O documento refere que a situação no país vizinho se agrava pela recusa do executivo em cumprir os acordos de paz e lembra os assassinatos diários de dirigentes sociais, o grande número de deslocados, num país que é o «maior produtor e exportador de cocaína do mundo.»
Os organismos instam o Estado venezuelano a garantir a soberania, a integridade territorial e a paz em Apure, e sublinham que, sendo necessário o uso da força pública para proteger o povo, tal deve ser feito com a total garantia dos direitos humanos.
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