«As forças de ocupação retomaram a sua agressão à Faixa de Gaza ao amanhecer, depois de uma pausa de mais de dois meses, lançando uma série de ataques aéreos intensivos e disparando projécteis contra várias zonas», afirmou a agência Wafa.
A mesma fonte revela que o primeiro-ministro israelita, Netanyahu, anunciou o reinício da guerra e advertiu que o seu alcance se ampliará nas próximas horas.
Esta nova fase da agressão a Gaza ocorre no meio de receios e alertas relacionados com o agravamento da situação humanitária no enclave costeiro, devido ao bloqueio à entrada de ajuda desde o início deste mês.
Entretanto, milhares de pessoas estão novamente a fugir das zonas mais a norte em busca de refúgio.
Unicef alerta para situação das crianças em Gaza
Precisamente este domingo, depois de uma visita de quatro dias à Faixa de Gaza e à Cisjordânia ocupada, um representante da Unicef descreveu a situação nestas regiões como «extremamente preocupante».
Numa nota de imprensa, Edouard Beigbeder, director regional da Unicef para o Médio Oriente e Norte de África, destacou que quase um milhão de crianças necessitam urgentemente de serviços e materiais de saúde que salvam vidas.
No que respeita a Gaza e ao bloqueio israelita, Beigbeder frisou que, se a falta de ajuda humanitária e médica persistir, aproximadamente um milhão de crianças irão viver sem os elementos básicos necessários à sobrevivência.
Neste contexto, alertou que cerca de 4000 crianças recém-nascidas não conseguem aceder a cuidados essenciais e vitais, em virtude do impacto que a ofensiva sionista teve nas infra-estruturas de saúde na Faixa de Gaza.
«Algumas crianças vivem com um medo ou ansiedade tremendos; outras enfrentam as consequências reais da privação de ajuda e protecção humanitária, da deslocação, destruição ou morte», disse Beigbeder, sublinhando que «todas as crianças devem ser protegidas».
De acordo com o responsável, Israel está a impedir a entrada no enclave costeiro de mais de 180 mil doses essenciais de vacinas de rotina para crianças, que seriam suficientes para vacinar e proteger completamente 60 mil crianças com menos de dois anos.
No sábado, Catherine Russell, directora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), classificou a má-nutrição infantil em Gaza como «chocante».
Acrescentou que o acção do organismo está a ser «dificultada por restricções desnecessárias, que estão a custar vidas».
De acordo com a Unicef, pelo menos 23 crianças perderam as suas vidas devido a fome e desidratação na Faixa de Gaza em semanas recentes.
Recorde-se que a 19 de Janeiro último, depois de 15 meses de ofensiva sionista, entrou em vigor um cessar-fogo no enclave costeiro, que permitiu a entrada de muita ajuda humanitária.
No entanto, mal terminou a primeira fase das tréguas, a 1 de Março, o cerco da ocupação voltou a intensificar-se, bem como as restricções à entrada de ajuda humanitária e médica.
«Dezenas de milhares de crianças foram mortas e feridas. Não podemos voltar a uma situação que eleve estes números ainda mais», declarou a Unicef.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui