Num comunicado conjunto, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) e a Comissão dos Assuntos dos Presos Palestinianos revelaram ter sido informadas da morte de Abu Warda depois da sua transferência da prisão de Naqab (Neguev) para o Hospital de Soroka, no passado dia 27.
Abu Warda tinha sido detido a 20 de Novembro de 2023 e, de acordo com a sua família, não tinha problemas de saúde, pelo que a morte ocorreu em «circunstâncias misteriosas», indica a Wafa.
No comunicado conjunto, as organizações de defesa dos presos denunciam que, com esta morte, sobe para 50 o número de presos palestinianos mortos sob custódia israelita desde o início do «genocídio em curso», em 7 de Outubro de 2023.
Trata-se do número mais elevado de mortes de presos palestinianos nestas circunstâncias na história do movimento dos presos, desde 1967, acrescenta a fonte.
«Novo crime no sistema israelita de brutalidade»
A morte de Abu Warda é «um novo crime no sistema israelita de brutalidade, que atingiu o seu pico desde o início do genocídio em curso», denunciam SPP e Comissão, sublinhando que o modo como os presos são tratados é «outra face do genocídio».
Neste contexto, o documento alerta que o número de vítimas entre os prisioneiros irá continuar a aumentar, «exacerbado pelas condições sistemáticas de tortura, fome, agressões, negligência médica, violência sexual e a imposição deliberada de condições que levam a doenças contagiosas e graves».
Responsabilizando inteiramente a ocupação israelita pela morte de Abu Warda, ambas as organizações reiteram o apelo aos organismos de defesa dos direitos humanos para que tomem medidas no sentido de responsabilizar Israel por crimes de guerra e pedem ao mundo que acabe com a «imunidade excepcional» conferida a Israel pelas potências coloniais.
Seis bebés morrem de frio em Gaza numa semana
Um bebé morreu na madrugada deste domingo e outro esta segunda-feira, na Faixa de Gaza, em virtude das temperaturas muito baixas, tornando-se a quinta e a sexta vítimas mortais infantis no espaço de uma semana no enclave, onde milhares de famílias são forçadas a viver em tendas improvisadas.
Identificados como Jumaa al-Batran e Ali al-Batran, os bebés falecidos eram gémeos e tinham apenas um mês, refere a Wafa, acrescentado que ambos estavam a viver numa tenda em Deir al-Balah, na região central de Gaza.
«De acordo com fontes médicas, as temperaturas gélidas provocaram a morte a outros quatro recém-nascidos nos últimos dias, com idades compreendidas entre os quatro e os 21 dias», indica a agência.
As fontes médicas em Gaza dão ainda conta do aumento de doenças entre as crianças, que é «agravado pela insegurança alimentar entre as mães».
De acordo com as autoridades de saúde, desde o início da ofensiva levada a cabo pelas forças sionistas de ocupação, a 7 de Outubro de 2023, até ontem, pelo menos 45 514 palestinianos perderam a vida e 108 189 ficaram feridos.
A maior parte das vítimas confirmadas são mulheres e crianças, estimando-se ainda que haja milhares de corpos sob os escombros ou espalhados pelas estradas do enclave.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui