Um juiz deixou sem efeito, este domingo, o processo judicial instaurado a Zavaleta pela alegada prática do crime de terrorismo, revelou o diário Los Tiempos de Cochabamba. No dia anterior, um outro magistrado anulou a ordem de captura pendente contra o ex-ministro da Presidência do governo de Morales, Juan Ramón Quintana, que está exilado na Embaixada do México em La Paz desde Novembro do ano passado, indicou La Jornada.
O processo movido pelos golpistas a Quintana, acusado de sedição, instigação pública para delinquir e terrorismo, foi anulado por erros processuais e violação de direitos. A medida vem juntar-se a outras decisões judiciais recentes que anularam processos de natureza semelhante contra o ex-presidente Evo Morales e o ex-ministro da Justiça Héctor Arce – que também se encontra exilado na sede diplomática mexicana.
Tais decisões ocorrem depois da vitória de Luis Arce, ex-ministro da Economia do governo de Evo Morales, nas eleições presidenciais de 18 de Outubro. Arce, vencedor à primeira volta com mais de 55% dos votos expressos, foi candidato pelo Movimento para o Socialismo (MAS), o partido político de Morales, que está refugiado na Argentina desde Dezembro de 2019.
O Ministério Público instaurou processos a Quintana, Zavaleta, Morales e outros colaboradores do ex-presidente aymara, na sequência de acusações contra eles formuladas pelo governo golpista liderado pela autoproclamada Jeanine Áñez, após o golpe de Estado e a violenta repressão sobre os protestos populares que o denunciavam, que deixou um saldo superior a 30 mortos.
Igualmente visados por estes processos – movidos por um «regime» que, racista, fascista, oligárquico, aliado dos USofA e das empresas que, no Norte hemisférico, queriam explorar os recursos plurinacionais dos povos do Sul, não merece a designação de «regime» nos mainstream media – foram Wilma Alanoca, ex-ministra de Culturas e Turismo, e Nicolás Laguna, ex-director da Agência de Governo Electrónico e Tecnologias de Informação e Comunicação.
Héctor Arce, ex-ministro da Justiça, Víctor Hugo Vázquez, ex-governador de Oruro, e o politólogo Hugo Moldiz também se exilaram na sede diplomática mexicana na capital administrativa da Bolívia após o golpe de Estado contra o líder aymara, indica a Prensa Latina.
Não veio a público imediatamente se estes ex-ministros deixarão a embaixada na sequência das decisões judiciais favoráveis, embora se especule que o façam nos próximos dias, quando falta uma semana para a tomada de posse de Luis Arce.
O presidente eleito da Bolívia instou este domingo os seus compatriotas à «reflexão para retomar a senda da paz, da estabilidade económica e social», e condenou as manobras desestabilizadoras de pequenos grupos no departamento de Santa Cruz.
Em simultâneo, expressou solidariedade aos comerciantes que perderam os seus negócios no incêndio da madrugada de sábado, na sequência de acções violentas, e afirmou que estão em curso investigações para esclarecer os factos.
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