Durante a entrega, esta segunda-feira, do Prémio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, no Palácio de Miraflores (sede do governo), o chefe de Estado exigiu os funcionários da União Europeia (UE) que se livrem da tradição colonial e supremacista com que pretendem agredir os povos livres e soberanos.
«Nós, na Venezuela, falamos-lhes de forma clara e dura. Já basta de colonialismo europeu contra o nosso país», afirmou Nicolás Maduro, sublinhando que UE fracassou na tentativa de manter uma ingerência permanente nos assuntos internos do país sul-americano, informa a VTV.
Maduro disse que funcionários da UE se reuniram esta segunda-feira para analisar a situação no país sul-americano e decretar sanções contra diversos cidadãos venezulanos, de algumas instituições. «Vamos pôr as nossas coisas com a UE em ordem; se não nos querem, vão-se embora; se não respeitam a Venezuela, vão-se embora», sublinhou o chefe de Estado.
Anunciou ainda que irá adoptar acções diplomáticas contra o embaixador espanhol em Caracas pela sua participação na incursão terrorista contra o país caribenho. «A Embaixada de Espanha na Venezuela foi cúmplice do terrorista Leopoldo López na organização do plano de uma incursão armada para me assassinar», denunciou.
Nicolás Maduro referiu também que, «se os governos supremacistas pudessem mandar os seus barcos de guerra para conquistar a Venezuela e evitar as eleições, fá-lo-iam. «Mas não podem porque este mundo multipolar não os deixaria», frisou.
Diplomacia venezuelana rejeita política de ingerência
Antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, já tinha rejeitado a «política de ingerência» da UE «contra o diálogo e a paz» na Venezuela, tendo afirmado que «a herança colonial» leva os países da UE ao «abismo da ilegalidade, da agressão e da perseguição aos nossos povos».
Num comunicado, a UE anunciou a imposição de sanções a 11 venezuelanos por «acções contra a oposição ao governo do presidente Maduro», acusando-os de ser responsáveis pela actuação contra o funcionamento democrático da Assembleia Nacional (AN; Parlamento), e de ter retirado o estatuto de imunidade parlamentar a vários dos seus membros, incluindo Juan Guaidó, reconhecido golpista e há muito visto como uma marioneta (falhada) de Washington no terreno.
A atitude da União Europeia – sublinha a agência Prensa Latina – vem juntar-se às medidas coercivas e unilaterais, impostas pela administração dos EUA em Janeiro deste ano, contra os deputados que votaram contra Guaidó, no processo de formação de uma nova junta directiva na AN.
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