O anúncio foi feito pelo chefe de Estado venezuelano durante o Conselho Presidencial de Ciência, Tecnologia e Inovação que esta segunda-feira teve lugar no Palácio de Miraflores, em Caracas.
Sublinhou, então, que esta «assistência técnica» foi paga com os recursos do governo bolivariano. «Nós pagamos dignamente, dólar após dólar, euro após euro, tudo o que vier para a Venezuela. Não vamos fazer da Venezuela honrada uma Venezuela de mendigos, ajoelhados», afirmou, citado pela AVN.
Sobre o carregamento de 300 toneladas de medicamentos que amanhã chegará «legalmente da Rússia ao aeroporto de Maiquetia», no estado de Vargas, Nicolás Maduro destacou que se trata de «medicina de alto custo para ajudar o povo venezuelano», acrescentando que o seu país trabalha diariamente ao nível da cooperação internacional.
Disse ainda que vários países do mundo deram apoio à Venezuela através das Nações Unidas, de modo a garantir o fornecimento dos bens necessários ao país.
Sobre a intenção anunciada pelos Estados Unidos de fazerem entrar «ajuda humanitária» na Venezuela, qualificou-o como «um show e uma armadilha para tolos», tendo ainda lamentado que haja venezuelanos que apoiam uma eventual intervenção militar no seu país.
Chavismo mobilizado em todo o país
Numa concentração que ontem teve lugar no estado de Mérida, de apoio ao presidente Nicolás Maduro e em defesa da soberania do país, o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, anunciou que «o chavismo se irá mobilizar nos 335 municípios do país» no próximo sábado.
«No dia 23 de Fevereiro, o chavismo vai para as ruas, defender a pátria, defender a Revolução e o Socialismo», disse. Sem se referir ao facto de o deputado da Assembleia Nacional – órgão em situação de desobediência perante o Supremo Tribunal de Justiça – e autoproclamado «presidente interino» da Venezuela, Juan Guaidó, ter afirmado que nesse dia a «ajuda humanitária» dos norte-americanos ia entrar no país, Cabello questionou as acções da administração norte-americana ao orquestrar a tentativa de golpe de Estado no país caribenho.
Criticou, para além disso, a «hipocrisia» e o «cinismo» da extrema-direita venezuelana ao alinhar com o jogo da «falsa ajuda humanitária» de Washington, quando o importante é que os EUA levantem o bloqueio à Venezuela, de modo que os medicamentos e os alimentos comprados no exterior possam chegar ao país, ao povo venezuelano. Neste contexto, destacou também a importância dos Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), que abastecem mais de seis milhões de pessoas.
Exortou ainda a população dos estados de Mérida e Táchira [fronteiriços com a Colômbia] a estar organizada, para fazer frente aos «ataques promovidos pela direita nacional e internacional», e defender «a soberania e o território», indica a AVN.
Ajuda à população de Cúcuta (Colômbia) e concerto pela paz na fronteira
Também esta segunda-feira, o ministro venezuelano da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, informou que o governo do seu país irá entregar 20 mil caixas dos CLAP à população mais carenciada da cidade de Cúcuta, no departamento colombiano de Norte de Santander, mesmo junto à fronteira com o estado venzuelano de Táchira.
Lembrando que «Cúcuta tem um dos níveis de desigualdade mais elevados, que 40% da população vive em situação de pobreza e 10% em pobreza extrema, e que o presidente da Colômbia não se preocupa com isso», Rodríguez disse ainda que o executivo a que pertence irá proporcionar à população infantil da referida cidade colombiana uma «jornada de cuidados médicos gratuita».
Para além da solidariedade venezuelana com o povo colombiano de Cúcuta, Rodríguez anunciou que, nos dias 22 e 23 de Fevereiro, se realizará um concerto na Ponte Internacional Simón Bolívar, entre o estado de Táchira e o departamento de Norte de Santander, que contará com a participação de artistas venezuelanos e de várias parte do mundo, tendo como lemas «Manos fuera de Venezuela» [Mãos fora da Venezuela] e «Para la guerra nada» [Nada para a guerra].
O evento visa promover uma «mensagem de paz e de vida, face às ameaças e pretensões intervencionistas contra a Venezuela, por parte da administração dos EUA e dos seus aliados», refere a VTV.
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