Na lista de dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos assassinados, que o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) vai actualizando com grande frequência, a última entrada é de dia 18, tem o número 51 e corresponde a Jorge Humberto Alpala, líder indígena e ex-autarca de Cumbal, no departamento colombiano de Nariño, onde foi morto a tiro.
O assassinato de Alpala segue-se ao de três outros dirigentes indígenas, no último fim-de-semana, no departamento do Cauca. No domingo, a Asociación de Cabildos Indígenas del Norte del Cauca (ACIN) denunciou a morte de Emilio Dauqui, indígena do resguardo Las Delicias, no município de Buenos Aires, onde foi abatido a tiro no sábado à noite.
O mesmo organismo revelou pouco depois que Albeiro Silva Mosquera e Luis Hugo Silva Mosquera foram mortos, no domingo, por homens armados no resguardo de La Cilia, no município de Miranda, também no departamento do Cauca.
Eram ambos dirigentes indígenas, integravam a guarda camponesa, pertenciam à Junta de Acção Comunal da vereda «La Morena» e tinham participado em vários processos sociais e sindicais no Sul da Colômbia, como a denominada «minga» e na Marcha Patriótica, informa a TeleSur.
Na segunda-feira, quando a ACIN recorreu à sua conta de Twitter para denunciar o assassinato dos três indígenas e alertar para a persistência das ameaças de morte, foi morto o dirigente juvenil Miguel Ángel Marín Arango na cidade de Medellín, capital do departamento de Antioquia.
Diversas organizações – dentro e fora do país andino – têm denunciado o facto de a violência persistir contra indígenas, agricultores, sindicalistas, defensores dos direitos humanos na Colômbia. Segundo o Indepaz, a maioria dos assassinatos perpetrados em 2020 teve lugar nos departamentos do Cauca, Putumayo e Antioquia.
Onze ex-combatentes farianos assassinados
Na lista do Indepaz, até dia 18 aparecem registados dez ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), o último dos quais Pedro Manchola Pastrana, no sábado passado, em Palermo (departamento de Huila).
Já no domingo à noite e ainda sem entrar na contabilidade do Indepaz, foi morto Daniel Jiménez, outro ex-combatente fariano, no município de Puerto Guzmán, no departamento de Putumayo. De acordo com a Contagio Radio, um grupo de homens abordou-o e disparou repetidamente contra ele.
Perante a situação de violência sistemática no país sul-americano contra pessoas relacionadas com as FARC-EP, o partido FARC denunciou a falta de segurança na Colômbia, que se «reflecte na continuidade dos assassinatos de dirigentes sociais e de ex-guerrilheiros das extintas FARC-EP».
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