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Pelo menos nove dirigentes sociais assassinados na Colômbia em dez dias

Nos últimos dez dias, o Indepaz registou nove assassinatos de dirigentes comunitários, agrícolas e indígenas. Por seu lado, o partido FARC exigiu medidas de protecção para os ex-combatentes.

Desde o início do ano, o Indepaz registou 112 assassinatos de dirigentes sociais, políticos, agrícolas, indígenas, defensores do ambiente na Colômbia
Créditos / vengalecuento.com

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), desde o início do ano foram assassinados na Colômbia mais de 110 dirigentes sociais.

Na terça-feira, Edwin Emiro Acosta foi abordado por três «alegados paramilitares», que se dirigiram à sua casa, no município de Tiquisio (departamento de Bolívar), e ali o mataram a tiro.

A Comisión de Interlocución Sur de Bolívar, Centro y Sur del Cesar, de que Acosta era membro, denunciou o assassinato do dirigente mineiro e social, que «evidencia a vulnerabilidade e os altos riscos que correm as comunidades do Sul de Bolívar», indica a TeleSur.

No dia anterior, foi assassinado, no departamento de Huila, Saúl Rojas, dirigente comunitário e presidente da Junta de Acção Comunal do Bairro de San Juanito, no município de Algeciras. De acordo com testemunhas, Rojas, de 69 anos, encontrava-se numa propriedade sua quando um grupo de desconhecidos disparou contra ele, antes de se pôr em fuga.

No dia 23, Manuel Guillermo Marriaga Martínez foi morto por desconhecidos, com seis disparos à queima-roupa, em San José de Uré, no município de Montelíbano (departamento de Córdoba). De acordo com a informação divulgada pela imprensa, Marriaga Martínez, de 50 anos, era militante do partido Alianza Social Independiente de Colombia (ASI), pelo qual se candidatara ao concelho de San José de Uré.

FARC solicita medidas de protecção para mais de dez mil ex-combatentes

Numa reunião virtual celebrada esta terça-feira com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), uma representação da Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) explicou que os ex-guerrilheiros que avançam no processo de reintegração são vítimas da «política de extermínio» levada a cabo pelo governo colombiano, indica a Prensa Latina.


Por esse motivo, porque «há uma situação grave e urgente», o FARC solicitou medidas cautelares de protecção para os mais de dez mil ex-combatentes.

Numa entrevista ao diário El Espectador, Diego Martínez, advogado e membro da Comissão Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos, sublinhou a falta de garantias à integridade física e à vida dos signatários do acordo de paz em várias regiões do país sul-americano, como Huila e Cauca.

Também se referiu à perseguição e à estigmatização dos ex-guerrilheiros que integraram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).

De acordo com o FARC, até à data 198 ex-guerrilheiros foram assassinados – pelo menos 25 este ano –, sendo um dos factores determinantes para esta realidade a impunidade que rodeia os assassinatos.

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