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Milhões aderem a greve geral «histórica» na Índia

Trabalhadores de múltiplos sectores participam na greve geral de 2 dias, convocada por vários sindicatos, contra as políticas de Narendra Modi. Exigem melhores salários e medidas contra o desemprego.

Trabalhadores e activistas sindicais participam numa concentração em Mumbai, no primeiro dos dois dias de greve geral convocada para toda a Índia
Créditos / defenddemocracy.press

A greve geral agendada para ontem e hoje em toda a Índia é o 18.º protesto de dimensão nacional contra as políticas económicas do governo liderado pelo primeiro-ministro, Narendra Modi.

Convocado por dez estruturas sindicais, o protesto contou, no primeiro dia, com a participação de 200 milhões de trabalhadores de vários sectores, segundo revelou em comunicado o Centro de Sindicatos Indianos (CITU, na sigla em inglês).

Funcionários públicos e do sector privado, trabalhadores portuários, dos seguros e da banca anunciaram a sua adesão à greve. O mesmo fizeram algumas associações de agricultores. Em declarações à imprensa, Rahul Atul Kumar Anjaan, da ala camponesa do Partido Comunista da Índia (Marxista), disse que, quando outros trabalhadores protestarem contra as políticas do governo de Modi, eles também se juntarão às mobilizações.

Entre as exigências divulgadas pelas estruturas sindicais que convocaram a greve, contam-se: o aumento do salário mínimo nacional; a criação de uma pensão mínima de 3000 rupias por mês; segurança social universal para todos os trabalhadores; medidas em defesa da criação de emprego e contra a destruição de postos de trabalho.

Com esta paralisação nacional, os sindicatos denunciam: a privatização crescente da Educação e da Saúde, bem como de sectores-chave do Estado (ferrovia, aviação, Defesa, etc.); o desinvestimento no sector público; as alterações na legislação laboral que favorecem o patronato e o surgimento da precariedade; o aumento de preços e a especulação.

Primeiro dia com elevada adesão

De acordo com uma nota publicada pelo CITU, afecto ao PCI (M), no primeiro dos dois dias de greve geral o protesto teve uma dimensão «histórica», com mais de 200 milhões de trabalhadores a aderirem à paralisação e a participarem em manifestações, concentrações, cortes de estrada e de vias férreas.

O CITU, que destaca o grande apoio popular aos trabalhadores em greve, afirma que, nos estados do Nordeste do país, nos de Kerala, Assam e Odisha, e em vários distritos do de Karnataka, prevaleceu uma situação de greve geral. Revela ainda que, nestes e noutros estados, o transporte rodoviário foi «severamente afectado».


A greve foi também bastante sentida no sector industrial, nomeadamente na cintura de Déli, nas refinarias de petróleo de Assam, Maharashtra, e nas grandes áreas industriais de Karnataka, Punjab, Jharkhand, Gujarate e Telengana. A adesão à greve foi total em unidades de produção de multinacionais como Bosch, Seat, Crompton, Samsonite (em Maharashtra), Volvo e Toyota (em Karnataka).

De acordo com o CITU, a adesão à paralisação na indústria mineira, do ferro e do aço oscilou entre «quase total» e os 50%, enquanto nas empresas de electricidade, nas plantações de chá (em Assam, Bengala Ocidental e Kerala) e no sector bancário se registou uma adesão «massiva».

A central sindical denuncia a existência de múltiplos casos de repressão policial em diversos estados, afirmando que milhares de activistas e delegados sindicais do CITU foram presos. No entanto, sublinha, a campanha levada a cabo contra a greve foi infrutífera. A prova disso é a resposta às políticas neoliberais e contra o povo que os trabalhadores indianos estão a dar, por todo o país, nas empresas e nas ruas.

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