Com os resultados ainda por fechar, uma coisa é certa, as forças eurocépticas foram as grandes vencedoras das eleições na Itália, que outrora foi um dos países mais pró-europeísta na União Europeia (UE).
O Movimento Cinco Estrelas (M5S) obteve uma subida histórica, com quase 32% dos votos. Por sua vez, o Partido Democrata, da coligação de centro-esquerda, que estava no poder, não consegue ultrapassar os 20%. A coligação de centro-direita, formada pela Força Itália, de Silvio Berlusconi, a Liga Salvini (ex-Liga do Norte) e o Irmãos de Itália obteve cerca de 37%. As forças mais à esquerda, como a coligação Poder ao Povo, tiveram 1%.
A longa crise social e económica por que passa a Itália, relacionada com a integração na UE, impulsionou o crescimento destas forças políticas, às quais os italianos recorreram para expressar a sua insatisfação com o rumo que o país tem seguido.
Estas eleições foram ainda as primeiras com o novo sistema eleitoral, aprovado na anterior legislatura com o apoio dos principais partidos. A complexidade deste sistema, que deixou os próprios eleitores confusos e levou a longas filas para votar, introduziu os círculos uninominais. Longe de ser consensual, a lei é apontada como favorecedora das grandes coligações e desvirtuadora da proporcionalidade do sistema.
Nas próximas semanas, caberá ao Presidente italiano, Sergio Mattarella, avaliar os resultados e confiar um «mandato exploratório» àquele que lhe parecer em condições de obter uma maioria no parlamento, uma tarefa que vai ser difícil visto que nenhum partido obteve a necessária maioria absoluta.
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