Os protestos ocorreram nos bairros populares e operários de Cochabamba, como K'ara K'ara, depois de a Polícia boliviana ter detido três dirigentes juvenis da Coordenadora Popular para a Defesa da Democracia e a Vida da Zona Sul de Cochabamba (cidade no Centro da Bolívia), informa a TeleSur.
Os jovens, identificados como Osvaldo Gareca, Remmy Fernández e Lucy Escobar – esta última candidata ao Senado pelo Movimento para o Socialismo (MAS) –, foram presos quando traziam um camião com comida e equipamento de bio-segurança para os habitantes do Trópico de Cochabamba, uma região localizada no Centro do país, entre os Andes e as planícies amazónicas, onde o MAS tem forte apoio e onde a população está a sofrer o impacto da pandemia de Covid-19, em parte devido ao abandono do governo golpista de Jeanine Áñez.
«Com as novas detenções, o governo de facto mostra que está mais preocupado com a política que com a vida. Os irmãos Lucy Sara Escobar, Remmy Fernández e Osvaldo Gareca levavam ajuda humanitária e material de bio-segurança para o Trópico para enfrentar a pandemia», escreveu na sua conta de Twitter o ex-presidente boliviano Evo Morales.
Nas ruas de Cochabamba, as pessoas insurgiram-se contra as detenções e exigiram às autoridades golpistas a sua libertação imediata. «Até quando vai existir perseguição? Os companheiros têm de ser libertados; vamos continuar a exigir os direitos», afirmou uma dirigente boliviana, não identificada, à TeleSur.
De acordo com a Kawsachun News, os três dirigentes de esquerda serão acusados de «terrorismo e sedição» por terem participado numa acção de protesto em que exigiram a demissão de Áñez.
A mesma fonte revela que os apoiantes do MAS e a candidata a senadora foram levados para La Paz para serem julgados. O seu advogado disse que deixou de ter contacto com eles.
Desde o que foi consumado o golpe de Estado na Bolívia, com o apoio dos Estados Unidos, o governo golpista de Jeanine Áñez tem sido frequentemente acusado de ameaçar e perseguir dirigentes e activistas de esquerda.
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