Sauditas bombardeiam Iémen e «mantêm britânicos seguros»

Os ataques aéreos sauditas no Iémen mataram pelo menos 14 pessoas, hoje, e 26, no sábado. Instada a suspender a venda de armas ao país árabe, a primeira-ministra britânica defendeu que a relação com os sauditas «ajuda a manter os britânicos seguros nas ruas».

Edifício destruído na sequência de um ataque aéreo recente à cidade iemenita de Amran
CréditosPressTV

Os caças sauditas atacaram várias regiões do Iémen no primeiro dia das festividades muçulmanas do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício), matando pelo menos 12 civis e ferindo dez, na zona de Sahar (província de Sa’ada), informou a agência al-Masirah, que é referida pela PressTV.

Na região de Baqem, localizada na mesma província nortenha, duas pessoas foram mortas e uma ficou ferida na sequência de ataques aéreos sauditas.

Também hoje, há registo de mais ataques e bombardeamentos na zona de Bakil Al Mir (província de Hajjah), na zona de Kahbob (província de Ta’izz), e em diversas áreas da região de Bani al-Hareth (a norte da capital iemenita, Saná). Relativamente a estes casos, não há conhecimento de vítimas e dos estragos provocados.

No sábado, as forças sauditas atacaram e bombardearam com intensidade vários pontos do país. Na província de Sana’a, dois ataques aéreos sobre uma área residencial provocaram a morte a pelo menos 26 pessoas.

De acordo com a agência Saba, os caças disparam mísseis contra trabalhadores que faziam um furo de água na aldeia de Beit Saadan, matando 15 e deixando 20 feridos. Os habitantes da aldeia acorreram ao local, que foi novamente bombardeado: mais 11 pessoas morreram e 20 ficaram feridas.

Relação com a Arábia Saudita mantém britânicos seguros

A primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu, no âmbito de uma comissão parlamentar sobre a exportação de armas, na passada quinta-feira, que «o que importa é a força da nossa relação com a Arábia Saudita. Quando o tema é o contra-terrorismo ou lidar com o terrorismo, trata-se de uma relação que ajudou a manter as pessoas seguras na ruas da Grã-Bretanha».

Na verdade, os laços com a Arábia Saudita são da maior importância para os britânicos, sobretudo tendo em conta que, no primeiro ano da agressão ao Iémen (2015), o Reino Unido vendeu armas aos sauditas no valor de 3,3 mil milhões de libras, de acordo com o The Independent.

Na sessão parlamentar, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn pediu a suspensão da venda de armas aos sauditas, na medida em que a coligação que lideram é responsável por uma «devastação humanitária».

Corbyn também associou a exportação de armas à actual «crise de refugiados» e afirmou que o armamento vendido à Arábia Saudita «está a ser usado para cometer crimes contra a humanidade» – os ataques a escolas, fábricas, hospitais têm sido apontados pelas Nações Unidas e outros organismos.

Em resposta, a primeira-ministra disse que, quando se encontrou com Mohammed bin Salman, mandatário saudita presente na recente cimeira do G20, lhe pediu que a Arábia Saudita investigasse essas acusações.

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