A greve dos taxistas no Estado espanhol teve início na quarta-feira da semana passada em Barcelona, depois de o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha ter dado razão à Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência, suspendendo o regulamento vigente na Área Metropolitana de Barcelona sobre as licenças a transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma electrónica (TVDE), como as multinacionais Uber ou a Cabify, que previa a atribuição de uma licença de TVDE por cada 30 de táxi.
O protesto alastrou a várias cidades e, depois de os taxistas catalães terem ocupado uma das principais avenidas de Barcelona, ontem foram os madrilenos a entupir o Passeio da Castelhana. Os profissionais do táxi exigem ao governo de Pedro Sánchez (PSOE) que defenda o sector, limitando a atribuição de licenças às plataformas referidas, que acusam de lhes fazer «concorrência desleal» e «não cumprir as suas obrigações fiscais».
Reunidas esta segunda-feira com o secretário de Estado das Infra-estruturas, Pedro Saura, as principais associações do táxi anunciaram que iriam manter a greve, havendo inclusive a hipóstese de a prolongarem até ao Conselho de Ministros da próxima sexta-feira, em que o sector do táxi será uma questão central.
Após a reunião, as associações revelaram que o executivo se compremeteu a fazer uma «declaração política de compromisso com o sector do táxi» no Conselho de Ministros de sexta-feira e que lhes garantiu que, em Setembro, irá aprovar uma lei para garantir a vigência da proporção 1/30 na atribuição de licenças.
Para Miguel Ángel Leal, da Fedetaxi, estas propostas são «insuficientes», na medida em que nada garante aos taxistas que o governo, minoritário, consiga fazer passar a lei no Parlamento ou que as comunidades autónomas – para cujo âmbito o governo quer passar a regulação do sector – a apliquem.
Em declarações à imprensa, o secretário de Estado das Infra-estruturas, Pedro Saura, reafirmou o empenho do executivo na resolução desta «herança endiabrada» do governo de Mariano Rajoy (PP), bem como a intenção de passar a atribuição das licenças de TVDE para o âmbito autonómico.
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