A nível nacional, a Frente surgiu no início de Setembro, em Brasília, tendo em conta que as empresas públicas brasileiras, «na mira do governo federal desde Temer», estão a ser alvo de um processo mais agressivo com Bolsonaro, «que pretende privatizar dezenas delas até ao fim do seu mandato», lê-se no portal Brasil de Fato, que lembra que Petrobras, Correios e Eletrobras são algumas das que estão na lista para serem vendidas a empresas internacionais.
Com o mesmo objectivo de combater a política de privatizações, a precariedade, a degradação dos serviços públicos, a perda de direitos dos trabalhadores e o fim da soberania nacional, a Frente foi lançada ontem no estado do Paraná, no Sul do país, também ali unindo movimentos populares, partidos políticos e sindicatos.
Marcio Kieller, presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT) no Paraná, destacou a importância da unidade das centrais sindicais, num acto que contou com a presença de vários trabalhadores de diferentes áreas e empresas que estão na lista das privatizações.
Por seu lado, o deputado estadual e líder da oposição Tadeu Veneri (PT) sublinhou que, tanto no Paraná como no resto do Brasil, há um projecto de desconstrução dos serviços públicos, a destruição do que «nos últimos 30, 40 anos foi visto como o principal direito que a população tem: um serviço público de qualidade», disse, citado pelo Brasil de Fato.
Defesa dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores
Presidente de honra da Frente Nacional em defesa da Soberania Nacional, o antigor senador Roberto Requião (MDB) apelou à unidade de todos para derrotar o projecto do «liberalismo económico» e do «capitalismo financeiro», que «traz como consequência a perda sistemática de direitos dos trabalhadores».
Como alternativa a este cenário, Requião defendeu o fortalecimento da Frente e a realização de um plebiscito com um referendo de revogação de tudo o que foi feito pelos governos de Temer e Bolsonaro contra a soberania brasileira, indica a fonte.
«É preciso dizer aos empresários que estão comprando concessões públicas que estes governos não estão autorizados a fazer isso. E as suas campanhas eleitorais não disseram que venderiam o Brasil e nem que liquidariam os direitos dos trabalhadores», denunciou. «Defendo que seja feito um plebiscito para revogar o que foi feito nos Governos Temer e Bolsonaro», disse, ao intervir na Assembleia.
Integram a Frente no Paraná a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, diversos sindicatos e partidos políticos como o PT, PCB, PSOL e PCdoB, entre outros.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui