Em comunicado de imprensa, a Fundação Muhjat al-Quds afirmou que o Supremo Tribunal israelita tinha ficado satisfeito com a deliberação de uma recomendação para libertar al-Akhras a 26 de Novembro, apesar dos apelos para que fosse libertado de imediato, dada a sua grave condição clínica, indica o Palestinian Information Center.
Al-Akhras rejeitou a recomendação do tribunal e confirmou a determinação em continuar a greve de fome por tempo indeterminado, até alcançar a sua libertação e liberdade, segundo a Muhjat al-Quds.
A saúde do preso palestiniano, em greve de fome há 79 dias, encontra-se bastante deteriorada, já não sendo capaz de se mexer e sentindo dores em todo o corpo. Em declarações, este domingo, à rádio Voz da Palestina, Qadri Abu Bakr, dirigente da Comissão para os Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, confirmou que a situação de al-Akhras é «muito grave».
Maher al-Akhras tem 49 anos e reside na cidade de Silat ad-Dhahr, perto de Jenin (Margem Ocidental ocupada). Foi preso pelas forças israelitas a 27 de Julho último e condenado a quatro meses de detenção administrativa, sem acusação nem julgamento. Trata-se da sua quinta detenção administrativa.
Foi preso pela primeira vez em 1989, durante sete meses. Na segunda vez, em 2004, esteve detido dois anos. Foi novamente preso em 2009, tendo estado 16 meses em detenção administrativa, e outra vez em 2018, quando passou 11 meses em detenção.
Desde que iniciou o protesto, al-Akhras foi transferido diversas vezes – do centro de detenção de Hawara para a prisão de Ofer; dali para Ramla e, depois, para o Centro Médico de Kaplan. Segundo o Palestinian Information Center, as autoridades israelitas recorrem a este esquema para o cansar e demover da greve.
A prática da detenção administrativa, amplamente usada por Israel e condenada, permite a detenção de palestinianos, sem acusação ou julgamento, por intervalos renováveis que variam entre três e seis meses, com base em provas não reveladas que mesmo o advogado do detido está impedido de ver, lembra o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Para protestar contra esta prática e exigir o fim da sua detenção administrativa, os presos palestinianos têm recorrido continuamente a greves de fome por tempo indeterminado.
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