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Venezuela condena campanha mediática em torno de célula terrorista

Jorge Rodríguez, líder da delegação do governo venezuelano na mesa de diálogo com a oposição, afirmou que a célula terrorista desmantelada na passada segunda-feira pretendia matar Nicolás Maduro e outros altos cargos públicos do país.

Jorge Rodríguez lamentou, no encontro com a imprensa, as pressões externas exercidas sobre a oposição venezuelana, bem como a campanha mediática em torno do grupo terrorista recentemente desarticulado no país
Créditos / correodelorinoco.gob.ve

Em conferência de imprensa, o também ministro da Comunicação e Informação disse que o grupo terrorista desarticulado no dia 15 em El Junquito (Caracas) tinha ainda planos para assassinar o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, o vice-presidente da República, Tareck El Aisami, o Procurador-Geral da República, Tarek William Saab, e o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello.

Falando ontem na República Dominicana, onde têm decorrido os encontros com a oposição, Jorge Rodríguez afirmou que o grupo terrorista pretendia também assassinar «importantes dirigentes da oposição venezuelana» que qualificava como traidores. Acrescentou que, nos objectivos do grupo, figurava o ataque a uma embaixada localizada na zona Leste de Caracas, informa a AVN.

Apologia do «cabecilha» na imprensa internacional

O chefe da delegação governamental condenou ainda «a apologia do cabecilha da célula terrorista» realizada pelos órgãos comunicação internacionais, na sequência da desarticulação de um grupo que, em 2017, atacou instituições públicas do país como o Ministério do Interior e o Supremo Tribunal de Justiça, e assaltou um destacamento da Guarda Nacional Bolivariana.

No mesmo sentido se pronunciou, no dia anterior, Diosdado Cabello, no programa «Con el Mazo Dando», transmitido pela Venezolana de Televisión. O dirigente do PSUV condenou a «campanha mediática internacional contra a Venezuela» após o desmantelamento do grupo terrorista pelas forças de segurança do Estado, numa operação sobre a qual deu detalhes.

Cabello disse que a operação, conduzida por elementos das Forças de Acções Especiais, teve início às 4h da madrugada, que os terroristas os receberam a tiro e não pararam de disparar até às 11h20 da manhã. Acrescentou que foram mortos sete membros do grupo.

Ausência e pressões externas

Esta quinta-feira, a oposição não esteve presente na mesa de diálogo, um facto que Jorge Rodríguez lamentou nas suas declarações à imprensa, valorizando, em simultâneo, tudo o que já foi alcançado nos encontros mantidos na República Dominicana com representantes da oposição, desde o ano passado, com o propósito de «consolidar a paz e a estabilidade da República», indica a AVN.

Comentando a ausência referida na reunião agendada para ontem, depois dos «importantes acordos alcançados no passado dia 13», o chefe da delegação governamental acusou sectores da administração norte-americana, o governo colombiano e o governo espanhol de exercerem pressões sobre a oposição venezuelana para que não participe nas eleições presidenciais deste ano.

«Governo bolivariano acusa Trump, Santos e Rajoy de pressionar oposição para sabotar presidenciais venezuelanas.»

O ministro explicou que as desculpas apresentadas pela oposição para não estar presente carecem de fundamento, uma vez que o governo venezuelano jamais procurou usar a mesa de diálogo para obter informações sobre a célula terrorista desmantelada.

A célula terrorista foi desarticulada graças ao trabalho de pesquisa e investigação, disse Jorge Rodríguez, que confirmou que as forças policiais receberam informações de fontes ligadas à oposição, mas que não estão ligadas à mesa diálogo.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros dominicano, Miguel Vargas, e o antigo primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero anunciaram que, depois de conversar com ambas as partes, vão marcar para os próximos dias uma nova data para prosseguir com o diálogo, refere a Prensa Latina.

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