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A Venezuela denuncia um novo plano golpista orquestrado pelos EUA

Nicolás Maduro informou que os EUA e a Colômbia têm em curso um plano intervencionista contra a Venezuela, que envolve «treino de mercenários» e tentativas de suborno a elementos das Forças Armadas.

As autoridades venezuelanas acusam a Casa Branca de ter em curso um plano para promover a violência no país sul-americano
Créditos / Alba Ciudad

John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, dirige «um complô» para promover a violência na Venezuela, que passa por «uma intervenção militar estrangeira, um golpe de Estado, o assassinato do presidente da República e a imposição daquilo a que eles chamam um conselho de governo transitório», denunciou o chefe de Estado venezuelano numa conferência de imprensa que ontem deu no Palácio de Miraflores, em Caracas.

Nicolás Maduro disse ter ao seu dispor informações sobre o treino de forças de comandos na Base da Força Aérea de Eglin, no estado norte-americano da Florida. Esses «grupos terroristas» teriam como missão empreender uma «agressão cirúrgica» contra as bases aéreas El Libertador, em Palo Negro (no estado de Aragua), e de Barcelona (Anzoátegui), e a base naval de Puerto Cabello (Carabobo).

Para além disso, a administração norte-americana aumentou de 40 para 120 milhões de dólares o dinheiro das «verbas secretas» destinadas ao suborno de oficiais venezuelanos, com o intuito de provocar um «distúrbio militar», revela a AVN.

Nesta acção, estará envolvido Oswaldo García Palomo, um coronel reformado da Guarda Nacional Bolivariana, que diariamente entra em contacto com oficiais venezuelanos para os aliciar a participar no «plano golpista». «Já foi denunciado por várias dezenas de oficiais», disse Maduro em referência às acções de García Palomo, que foi acusado pelas autoridades venezuelanas de participar na tentativa de atentado contra o presidente da República, no passado dia 4 de Agosto.

Cumplicidade da Colômbia

Tendo por base as informações dos serviços secretos, o chefe de Estado precisou ainda que um grupo de forças paramilitares, denominado G8, está a ser treinado no município de Tona, localizado no departamento colombiano de Santander. Ali, disse, «encontram-se 734 mercenários, colombianos e venezuelanos», e a sua função é levar a cabo operações de «falsa bandeira».

De acordo com Maduro, estes mercenários, fingindo que são soldados venezuelanos, pretendem levar a cabo ataques contra unidades militares na fronteira, dando assim início a «uma escalada violenta que confunda a opinião pública e justifique qualquer outra acção militar contra a Venezuela».


Acusando o seu homólogo colombiano, Iván Duque, de ser cúmplice do «plano de John Bolton de levar a violência» para o seu país, Nicolás Maduro disse que na base aérea norte-americana de Tolemaida, no departamento de Tolima, também são treinados grupos paramilitares com o propósito de atacar a Venezuela.

Maduro referiu-se ainda à viagem recente de John Bolton ao Brasil para «atribuir missões» ao futuro vice-presidente deste país, Hamilton Mourão, no sentido de iniciar «provocações militares» no Sul da Venezuela, concretamente na fronteira entre ambos os países sul-americanos.

Disposição para dialogar com Trump

O presidente venezuelano voltou a manifestar a disposição para conversar com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, de modo a estabelecer um diálogo que permita criar as bases para «a paz, a cooperação e o respeito mútuo». Na mesma linha, exortou novamente a oposição a retomar as conversações, com uma agenda aberta.

No entanto, deu instruções ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, para que chamasse o encarregado de negócios dos EUA na Venezuela, Jimmy Story, exigindo-lhe a não ingerência nos assuntos internos do país caribenho.

«Se pisar o risco, vai-se embora. Não admitimos que ninguém se imiscua nos assuntos que são apenas da Venezuela», declarou, citado pela AVN.

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