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Alunos do pré-escolar aprendem a pedalar sem «vergonha» em Alvalade

Para Ricardo Varela (CDU), vogal da Junta de Alvalade, o sucesso da iniciativa comprovou que havia «um número gritante» de crianças que não sabia andar de bicicleta, apesar da vontade para aprender.

Os alunos do pré-escolar da freguesia de Alvalade tiveram este ano lectivo pela primeira vez ciclismo nos seus planos curriculares, um projecto pioneiro que quer pôr as crianças a pedalar antes da «idade da vergonha» e «sem rodinhas»
CréditosJOÃO RELVAS / LUSA

Em 2014, antes de o Governo definir com Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa a obrigatoriedade de aprender a andar de bicicleta no Ensino Básico, arrancou na freguesia de Alvalade, em Lisboa, um projecto piloto.

«Chegávamos a escolas e turmas do primeiro, segundo, terceiro e quarto ano, e havia cerca de 90% das crianças que não sabia andar de bicicleta, o que é uma enormidade. Estamos a falar, em muitos casos, de crianças de 9 anos, que daí a um, dois anos, três anos, estão na idade da vergonha e já não vão querer aprender», podemos ler em declarações de Paulo Vaz à Lusa citadas pelo DN, presidente dos Coelhinhos, Escola Clube de Ciclismo de Lisboa.

A Junta de Freguesia de Alvalade, da qual Ricardo Varela da CDU é vogal com o pelouro do Desporto e Educação, desafiou a associação de pais da Escola São João de Brito, onde tinha começado o projecto, a abranger mais alunos.

Assim nascia «um clube do bairro, que tem uma implementação na freguesia», assinalou à Lusa o vogal. «Ficámos satisfeitos ao saber que, de certa forma, estávamos um passo à frente, porque já tínhamos iniciado este projecto no contexto das escolas, e porque estamos a alargar a iniciativa ao pré-escolar».

Crianças entre os 3 e os 5 anos podem desta forma ter um primeiro contacto com as bicicletas, aprender regras de segurança e, finalmente, andar de bicicleta. Com as bicicletas e os capacetes assegurados pelos Coelhinhos, as crianças mais velhas atravessam o campo de jogos, e as mais pequenas aguardam as indicações do treinador.

Paulo Vaz sublinhou igualmente a vantagem da aprendizagem do ciclismo para a mobilidade nas cidades, mas também como uma medida de «saúde pública», referindo que «um adulto que demore meia hora de manhã a chegar ao trabalho e meia hora à tarde faz uma hora de exercício físico» todos os dias.

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