Num comunicado enviado às redacções, a comissão de utentes recorda que «a situação dos transportes públicos na cidade de Lisboa tem conhecido um profundo agravamento nos últimos anos (nomeadamente, por consequência do brutal desinvestimento levado a cabo pelo último governo PSD-CDS)».
Um cenário, acrescentam, «que afecta não só aqueles que vivem em Lisboa, mas também aqueles que chegam à cidade através dos vários meios de transporte e que somam o drama do Metro aos problemas que já enfrentam».
No texto, os utentes denunciam as promessas feitas designadamente pelo primeiro-ministro, que prometeu um investimento de 30 milhões no Metro em 2017, a par das propostas de alargamento da rede do metropolitano e os anúncios de que as linhas Azul e Amarela do Metropolitano de Lisboa serão reforçadas com mais um comboio à hora de ponta.
«Agora até se coloca a hipótese de aumentar a velocidade de circulação do Metro para 60 quilómetros por hora quando "seja necessário" – no entanto, o Orçamento do Estado para 2018 não trouxe boas notícias para o Metro e os seus utentes, uma vez que apesar de se reconhecerem os vários problemas que o Metro enfrenta, apenas se prevê um investimento de 1,3 milhões para remodelação e reparação da frota», acrescentam.
Em 2018, alertam, «ainda estão por concretizar as promessas de 2016 e 2017 e a degradação do serviço agrava-se dia após dia». Entre os exemplos, a comissão de utentes refere que estão por fazer obras nas várias estações «que estão imensamente degradadas e não garantem as condições mínimas de acessibilidade» e, «dos 30 maquinistas prometidos há mais de um ano, apenas dez já se encontram ao serviço; não foram contratados os trabalhadores em falta; e estão hoje 30 carruagens paradas por falta de peças».
Realçam como «única novidade» o «aumento brutal dos preços dos títulos e passes, que sofreram o maior aumento dos últimos cinco anos, aumentando 2% num claro desfasamento com os rendimentos dos trabalhadores e reformados».
«Se há um ano atrás a situação do Metro já era grave, com 20 carruagens paradas por avaria ou falta de peças, agora é caótica, com mais de 30 carruagens inoperacionais, sobretudo se considerarmos que o Metro perdeu nos últimos anos, mais de 300 trabalhadores», concluem.
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